Análises

Star Fox

Os anos 90 foram marcados pela batalha dos consoles Mega Drive vs Super Nintendo, mas quem saiu ganhando foram os jogadores, que recebiam jogos cada vez melhores em seu videogame favorito. Um desses games foi o revolucionário “Star Fox”, lançado em 1993 e que usava o chip Super FX, que dava uma “turbinada” nos gráficos do SNES, permitindo gráficos poligonais 3D como nunca visto antes num console caseiro.

Além do super chip, o jogo contava com o nome mágico de Shigeru Miyamoto em sua produção, o que garantia a sua alta qualidade. Claro que na época, ele impressionou o mundo todo e quebrou barreiras a apresentar uma tendência que iria dominar na geração seguinte: os gráficos poligonais (liderados por games como Virtua Racing, Virtua Fighter e Tekken).

O universo de Star Fox é constituído por animais antropomórficos, ou seja, animais que se assemelham aos seres humanos, como raposas, cães, sapos, pássaros, sapos, etc. Tudo começa quando um cientista louco chamado Andross foi banido do planeta Corneria e viajou até o planeta Venom, declarando guerra ao chegar lá. Para derrotar a ameaça de Andross, é chamado o esquadrão mercenário Star Fox, para pilotar o protótipo de uma nova espaçonave, a AirWing. O esquadrão é liderado por Fox McCloud, que conta com os seus companheiros Falco Lombardi, Peppy Hare e Slippy Toad para salvar o universos contra a frota de Andross.

A aventura espacial começa no planeta Corneria, que está sendo atacado pelas forças inimigas. Campos verdes, céu azul, vários obstáculos no caminho, mas principalmente o visual poligonal, são os principais destaques nesta primeira fase. Como é a primeira geração de jogos desse gênero, os gráficos dos inimigos, dos obstáculos, e da sua própria nave são meio quadrados e não muito bem definidos (mas levando em conta a época e o console em que foram feitos, era algo inédito). Mas o importante aqui é a ideia, a atmosfera que o game transmite e passa ao jogador, que sabe que está pilotando em meio à construções, num campo de meteoros, bases inimigas, etc.

Aliado ao inovador visual, “Star Fox” também apresentava uma excelente jogabilidade e sem slowdowns (algo comum em jogos do SNES). Os comandos da nave de Fox são precisos e rápidos, o jogador pode passar por vários ambientes, fazer sua nave dar um giro de 180º e passar entre corredores estreitos, ou ainda dar giros de 360º (o Barrel Roll, que até virou piada no Google uns tempos atrás), para manobras mais ousadas para escapar dos tiros adversários. Os inimigos surgem de todos os lados, inclusive de trás da sua nave, então preste atenção a tudo que aparece na tela. Os seus companheiros, que estão em contato direto, também sofrem emboscadas, cabendo ao jogador salvá-los (quando abatidos, ficam fora da fase).

Os comandos são bem simples: um botão para tiro (que pode ficar mais forte ao pegar power ups espalhados pelo caminho), um botão para soltar bombas (limitado), outro para acelerar a velocidade da nave e outro para diminuir (importantes para desviar de obstáculos ou fugir dos inimigos). Em algumas fases é possível alternar a visão da sua nave para dentro do cockpit, deixando as coisas ainda mais emocionantes.

Sua nave conta com um escudo, mostrado através de uma barra de energia no canto da tela, que ao esvaziar deixará a nave mais frágil que uma casca de ovo. Além disso, há um sistema de danos localizados nas asas da nave, que após serem muito atingidas, são destruídas, deixando o jogador com apenas uma, ou nenhuma asa (o que dificulta o controle da nave).

Os inimigos são bem variados e possuem todo o tipo de formato e tamanhos, sendo que alguns são bem chatinhos de se matar. Destaque para os chefões no final de cada fase, geralmente grandes máquinas/naves ou bichões para derrotar, que precisam de um pouco de estratégia para derrotá-los (mas no geral não são nenhum bicho de sete cabeças).

O jogo tem uma dificuldade crescente, mas está longe de ser um jogo espacial desafiador (há jogos de “navinhas” bem mais difícil do que “Star Fox”). O interessante aqui é que o jogador pode escolher entre três caminhos diferentes (Easy, Normal e Hard) até chegar ao chefão final, o que aumenta consideravelmente o fator replay do jogo (além de contar com fases ocultas, como um buraco negro onde o pai de Fox foi visto pela última vez). Confira as fases abaixo:

A trilha sonora do jogo é formidável, com temas espaciais vibrantes que irão te acompanhar enquanto voa entre meteoros ou destrói inimigos em pleno espaço sideral. Os efeitos sonoros também estão muito bons, com sons de explosões, tiros e do motor da sua nave, criando a atmosfera scifi perfeita.

Um dos poucos pontos negativos que o jogo apresenta é a sua linearidade, o jogador não possui muita liberdade de movimentação, e as fases possuem caminhos pré-determinados. O grau de desafio também não é muito alto, e não levará muito tempo para que jogadores mais habilidosos terminem os três níveis num mesmo dia. Uma sequência quase chegou a sair no Super Nintendo, mas acabou sendo cancelado e o projeto migrou para o N64, que estava sendo lançado.

escute abaixo a música da primeira fase

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“Have a good one, Fox!”

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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