Análises

Star Wars: The Force Unleashed

“Star Wars The Force Unleashed”, já há algum tempo ganha espaço na mídia especializada, instigando a curiosidade dos gamers. O game foi lançado oficialmente no dia 16/09/08, com a presença do seu criador George Lucas e milhares de fãs fazendo fila (inclusive alguns fantasiados) para deixar o titio Lucas com mais grana no bolso.

Com o lançamento para os cinema da alardeada animação, dos boatos de uma série com atores, SWTFU chega ao mundo com a promessa de não decepcionar os fãs e principalmente, os jogadores casuais não fãs. Claro que para garantir o apelo básico de promoção, o game foi anunciado como parte oficial da história Star Wars e irá mostrar eventos ocorridos entre o episódio III e IV. Um período de tempo com muitas possibilidades de exploração, que pouco ou quase nada se sabe. E para garantir que o game teria a atenção apropriada, foi apenas soltar que o jogo seria desenvolvido sob a direção do próprio George Lucas.

A franquia Star Wars  já rendeu uma quantidade imensa de jogos na indústria dos videogames. Mas sejamos francos, poucos foram os títulos que estiveram à altura do mitológico nome “Star Wars”. Eu mesmo já tive muitas decepções na expectativa de um novo game baseado na franquia de George Lucas, alguns títulos chegaram a me alegrar, como o “Knights of the Old Republic” para o Xbox, a série Lego ou mesmo os jogos mais antigos, que eram bem divertidos, como a trilogia “Super Star Wars” que saiu para o Super Nintendo, ou ainda a série “Rebel Assault”. Mas recentemente está difícil um lançamento de peso no mundo dos games.

Muito foi dito sobre as partes técnicas do game, que usa 3 principais tecnologias: as inéditas Digital Molecular Matter (DMM) e Euphoria, e ainda a já conhecida Havok, usada em games como “Halo 3″ e “Assassin´s Creed”. Os 3 são usados para simular a física e buscar o realismo de materiais e comportamentos. O Havok, por exemplo, aplica no jogo as leis básicas da física, que calcula o peso e a integração dos objetos, bastante usado nos jogos da nova geração. Já o Euphoria proporciona movimentos e reações aos inimigos em situações inusitadas, como quando são arremessados, esmagados, eletrocutados, na tentativa de parecer mais realista e não apenas movimentos pré-programados. E o DMM faz com que os materiais e objetos virtuais reajam como se fosse na vida real. Ou seja, madeira, metal, vidro, plantas terão reações diferentes com a destruição que você proporcionar. A promessa da utilização dessas três tecnologias é um jogo com combinações de golpes e interação com o cenário como poucos jogos já permitiram. O jogo foi lançado para várias plataformas, PS2, PS3, X360, Wii, PSP, DS e PC. A análise será das versões para PS3 e X360.

Agora que você já está por dentro das partes técnicas, vamos nos concentrar na história, um dos pontos memoráveis desta nova saga.

Como já dito, a ação ocorre entre o Episódio III: A Vingança dos Sith e o Episódio IV: Uma Nova Esperança. Na pele do jovem Aprendiz Secreto “Starkiller” (ele já deu as caras no jogo Soul Calibur IV) de Darth Vader, que demonstra uma poderosa ligação com a Força, você deverá ajudar o seu mestre a exterminar da galáxia todos os Jedi remanescentes, que escaparam do massacre dos clones elaborado pelo Imperador Palpatine e irá presenciar o nascimento da Aliança Rebelde. Lugares como o planeta dos wookies Kashyyyk, o paraíso natural Felucia, uma estação espacial imperial de construção de caças TIE, o planeta de lixo Raxus Prime, serão apenas alguns dos lugares que você irá visitar.

Além do Aprendiz Secreto, novos personagens foram apresentados: Proxy, um androide holográfico que ajuda o aprendiz de Vader em suas missões; General Rahm Kota, Jedi veterano e amigo de Mace Windu; Juno Eclipe, uma bela e talentosa oficial imperial que age sob as ordens de Darth Vader e Maris Brood, uma sobrevivente do massacre Jedi em busca de vingança – e uma jedi com um sentimento negativo como esse não vai resultar em boa coisa.

O jogo começa com Darth Vader indo até Kashyyyk caçar um mestre Jedi, e sim, você joga com ele logo no início. O primeiro encontro de Vader com seu futuro discípulo é bem bacana, e você logo irá se afeiçoar a Starkiller.

A primeira coisa que você irá notar ao começar a jogar é o cuidado meticuloso no visual do game, respeitando a mesma elegância e belezas artísticas mostradas nos filmes. O design dos personagens e dos cenários/ambientes impressiona pela riqueza de detalhes em sua modelagem, texturização e iluminação. Starkiller por exemplo, usará várias roupas bacanas do seu guarda-roupa sith durante sua jornada de aniquilação aos Jedis. Outros personagens também possuem uma caracterização deslumbrante, como outros jedis, troopers com diferentes armaduras, monstros, robôs, tudo muito detalhado e cinematograficamente bonito.

Outro ponto positivo é a fluidez e o ritmo da ação do jogo, dignos de um filme Star Wars, com tiros por todo o lado, inimigos te caçando, naves voando e até ações acontecendo no plano de fundo. Nada muito complicado, você irá avançando pelas fases e destruindo o que vier pela frente, resolvendo um ou outro puzzle no seu caminho, como abrir portas através da Força.

Os comandos são simples, e o foco do game são as batalhas, que possuem uma engine que funcionam muito bem. Além do uso do sabre de luz, você poderá combater com diversos poderes jedi que são adquiridos com pontos de experiências ou itens.

Certamente um dos aspectos mais atraentes é o uso de combos através da Força contra os seus pobres inimigos. Há dezenas de maneiras de você se divertir torturando seus oponentes, como usando a Força para joga-los contra as paredes, joga-los de grandes alturas, jogar tranqueiras em cima deles, e por aí vai. Você irá se sentir um verdadeiro lorde sith. A medida em que você for avançando, Starkiller vai ficando mais poderoso no uso da Força e poderá emitir rajadas de poder e a técnica que liberta relâmpagos pelas mãos. Você atacar com o seu sabre laser e ao mesmo tempo usar a técnica dos relâmpagos, que fará com seu sabre desfira um golpe com eletricidade devastador, com um espetáculo visual incrível. Aliás, os efeitos visuais são fascinantes e vão encher os seus olhos.

A parte sonora nem precisa de comentários, simplesmente perfeita, usando as famosas e belíssimas composições orquestradas. O jogo faz uso de vários temas dos seis filmes, além de algumas reinterpretações e adaptações que mudam conforme a ação e ambiente do jogo. Os efeitos sonoros também comparecem em peso, extraídos diretamente da saga do cinema, com lasers, naves e sabres num ritmo alucinado numa sinfonia sci-fi que todo o fã adora. A dublagem está com um empenho satisfatório, já que a trama não exige interpretações muito profundas. A voz de Darth Vader é feita por Matt Sloan, o mesmo que faz a voz na paródia fã-filme Chad Vader (se você não conhece, procure no youtube, vale a pena). Resumindo, pode deixar o volume no talo, especialmente nas cutscenes (aproximadamente 60 minutos), que são um show a parte áudio e visualmente.

Mas nem tudo são flores, SWTFU desliza em alguns problemas que podem irritar os jogadores não fãs da saga (já que os fãs irão fazer vista grossa). O maior e mais irritante problema é o slowdown, que está presente o jogo inteiro! Incrível como um console da nova geração possa sofrar com um defeito com slowdowns, mas eles estão lá, para testar sua paciência, inclusive com algumas travadinhas nos momentos mais caóticos.

Fora isso temos alguns probleminhas, como a movimentação do personagem ser estranha quando anda, uma câmera que nem sempre consegue os melhores ângulos para situar a ação, e alguns bugs imperdoáveis, como buracos que não deviam existir e cenários que podem “prender” o seu personagem ou os inimigos.

“You were weak when I found you. But now, your hatred has become your strength.

At last, the dark side is your ally. Rise, my apprentice”

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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