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Street Fighter V – Um sucesso paradoxal

Com certeza um dos maiores e mais aguardos lançamentos desse ano, Street Fighter V possuía sobre si um hype inimaginável. Não somente pesa sobre o game carregar consigo o nome “Street Fighter”, mas também temos de considerar que ele é a sequência direta do fighting game responsável por trazer o gênero de volta aos holofotes.

Desde que foi lançado, de forma absolutamente atabalhoada deixemos claro, o jogo da Capcom não vem conseguindo alcançar os números que a produtora japonesa projetava. Se o jogo não está alcançando tais números, isso significa que não está conseguindo vender a contento, não alcançando as cifras desejadas.

Isso se deve não somente à péssima primeira impressão que o game deixou em seu lançamento, possuindo um conteúdo de jogo pífio, incompleto e um online que era absolutamente impraticável; mas também o como o jogo está hoje, cheio de atualizações absurdamente grandes, um ainda fraco conteúdo com uma falta de variedade de opções sofrível.

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Apesar de o gameplay possuir a qualidade e competência que se espera de um game da franquia, a falta de conteúdo de Street Fighter V não atrai o jogador casual, pois não traz a longevidade necessária para quem não se importa com competitividade em alto nível. Para esses jogadores existem mais completas opções de fighting games no mercado atualmente, como Guilty Gear Xrd, Mortal Kombat X e Blazblue: Chrono Phantasma.

Analisado sob esse escopo, dadas as vendas totais do game tão aquém das projeções iniciais da Capcom, poderíamos facilmente dizer que se o game não é necessariamente um fracasso, por certo não é um sucesso.

Entretanto, no cenário competitivo os ares são outros.

As etapas mundiais da Capcom Cup, torneio oficial de Street Fighter que a própria Capcom organiza e que possui o foco em Street Fighter V a partir desse ano, possuem sempre um grande número de inscritos.

Os maiores nomes do fighting game profissional, bem como a comunidade fighting gamer em geral, apoiam o game. Seja participando dos principais torneios mundiais, seja fazendo dele o foco de seus vídeos de “how to play”, stream de gameplays e afins.

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O ápice da comprovação do sucesso em ambiente competitivo profissional de Street Fighter V se deu na EVO desse ano. O game quebrou, de longe, todos os records de inscrições da história do evento, alcançando mais de 5.000 inscritos exclusivamente para seu torneio.

Para quem não sabe, a EVO é o maior evento competitivo de fighting games do mundo.

Eis o paradoxo de Street Fighter V: Enquanto as vendagens e críticas do game são aquém do esperado, o gameplay mantém a qualidade de sempre e em cenário competitivo o jogo está se saindo muito melhor do que quaisquer prévias projeções.

Tal situação me recorda o que ocorreu com Mortal Kombat X. O game foi um absoluto sucesso de vendas em seu lançamento, mas em cenário competitivo não é um dos fighting games mais importantes.

Como medir sucesso ou fracasso de um game voltado ao e-sport como o é Street Fighter V, dadas as circunstâncias apresentadas?

Estando Street Fighter V tão forte em cenário competitivo, isso poderá fazer com que o game tenha força o suficiente para chegar em um momento confortável de vendagens. Para tal, o suporte da Capcom ao game deve continuar a ser constante e ainda mais assertivo. Mas como efetuar tal suporte sem que haja um retorno financeiro que o viabilize?

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Conseguirá Street Fighter V, com o tempo, manter seu sucesso em âmbito competitivo e conseguir sucesso comercial, seguindo os passos do game antecessor da franquia?

Enquanto um apaixonado por fighting games e um fã da franquia Street Fighter, acompanharei com interesse essa situação que é, até o momento, sem precedentes dentro não só da série Street Fighter, mas também da comunidade fighting gamer em geral.

E não me venham dizer que é a mesma situação em que Street Fighter III: 3rd Strike esteve, pois não é. O escopo sobre o que é um game de sucesso em vendas, bem como a importância global do cenário competitivo e da comunidade fighting gamer, são absolutamente diferentes atualmente.

Finalizo esse texto com um vídeo compilando os melhores momentos da EVO 2016, diretamente do canal da Capcom. Adivinhem qual é o jogo protagonista desse vídeo.

Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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