Análises

Strider

No ano de 2048, o planeta Terra está ameaçado. Uma invasão ao nosso planeta, liderado por um ser de outra galáxia é iminente. Mas eis que um Guerreiro Strider lutará sozinho em prol da salvação da Terra!

Vamos à análise de Strider, para arcade.

Lançado em 1989 para arcades, Strider foi um sucesso instantâneo. Um game cheio de ação “non-stop” que atraiu a atenção imediata do fã do mundo do entretenimento eletrônico.


No game, um feiticeiro poderoso, chamado Grandmaster Maio, auto intitulado de ditador Galáctico, deseja invadir a Terra para tomá-la para si. Para tal, constrói para ser seu quartel general, entre a Lua e a Terra a “Third Moon” (Terceira Lua). De lá orienta seu exército durante a invasão. A Terra, aparentemente é impotente dado ao nível superior tecnológico do inimigo. Entretanto, um único guerreiro Strider (daí o nome do game), chamado Hiryu, decide partir para a Thrid Moon, enfrentar Maio e salvar a Terra, armado tão somente com sua espada Cypher.

A espada Cypher de Hiryu é o grande charme do game sem dúvida alguma. Ela é algo do gênero de um Sabre de Luz, no entanto, o conjunto áudio-visual da mesma nos dá a sensação de a espada possuir realmente uma lâmina afiada. Bom, sempre pensei assim, até que veio Marvel VS Capcom 2 e trouxe consigo um Hiryu com uma espada com lâmina fixa. Prefiro ficar com minhas lembranças de infância……


A jogabilidade do game é o default de qualquer game de ação com movimentação lateral. Um botão para pular, outro para executar os ataques com a Cypher, no entanto, os movimentos sempre acrobáticos de Hiryu, aliados à charmosa Cypher, fazem com que, mesmo o básico do game, tenha cara de “coisa batida”, mesmo porque, em 1989, você estava esperando mais o que?

Além do clássico “pula-bate”, Hiryu conta com movimentos acrobáticos interessantes e bem plásticos, o que torna Strider um game extremamente diferenciado. É possível durante o game escalar paredes íngremes, e até mesmo se pendurar em plataformas se utilizando de um equipamento apropriado, mas que não necessitar se equipado, dada a necessidade de utilização, Hiryu já o utiliza, algo que, com certeza, mantém a ação como foco prioritário.


Outro movimento é o slide, executado pressionando o botão de pulo estando agachado. Movimento veloz e de longo alcance, mas que não o impede de atacar durante sua execução. Aliás, nada o impede de atacar aqui, a palavra de ordem aqui é atacar sempre e sempre.

Esses movimentos, apesar de belos na tela, possuem função no jogo, ou seja, para atravessar as fases, será necessário executá-los, mas como é tudo muito fácil e intuitivo, realizá-los é sempre um prazer.

Algo importante a ser dito é que Strider, seguindo a linha de games “pra macho”, é bem difícil. Muitos inimigos na tela, muitos tiros vindo em sua direção, eventualmente de inimigos que o jogador sequer poder destruir, somados a necessidade de realizar algum tipo de proeza para atravessar “aquele momento” do cenário, podem levar o jogador a mortes constantes.


Para ajudar o corajoso Hiryu, é possível encontrar ao longo dos cenários vários itens de auxílio, tais itens quando encontrados trazem ajuda robótica para o jogador. Explico: quando encontramos um item desses, um robô surge para nos auxiliar. Cada robô possui uma característica de ataque particular. Caso não tenha jogado esse game ainda, todos os tipos de ajuda que Hiryu pode receber estão em um dos especiais dele em Marvel vs Capcom 2. Apesar do auxílio, ele pode ser curto, pois assim que Hiryu é acertado, ele perde imediatamente esse auxílio.

Os chefes de fase do game são todos muito originais e são fantásticos. Vide o chefe da primeira fase, a serpente mecânica que possui dois braços que portam armas, em um braço uma foice, no outro braço, um martelo. Qualquer pessoa que já tenha jogado Strider se lembra imediatamente deste boss. Cada chefe tem sua característica própria, assim como sua estratégia própria para ser derrotado.


Outro aspecto a ser apontado como fantástico é o visual do game. Os personagens são grandes na tela do “fliper” e com um bom nível de detalhes, em especial considerando que Strider é um game que não para nunca e que tem a tela sempre cheia de elementos e/ou inimigos. Os cenários são vivos, eles conseguem passar ao jogador toda a tensão necessária para o clima do game. Além disso, são até bem variados e com certeza originais. Destaque pessoal para o cenário da Amazônia (exatamente). Além de belos, os cenários são bem projetados, a fim de fazer com o que o jogador tenha de se utilizar de todos os recursos que Hiryu pode oferecer para seguir em frente no game.

A animação dos chefes e de Hiryu é muito boa, a frente de quase tudo que se conhecia sobre games até aquele momento. Os inimigos “simples” seguram bem a onda nesse aspecto.


Fechando a conta do conjunto áudio-visual do game, a área sonora de Strider é respeitável. As músicas não possuem nenhum grande destaque, o que é uma lástima por certo, visto que a Capcom possui games da mesma época muito competentes nesse aspecto, vide Final Fight. Os efeitos sonoros são muito bons, e todos dão o clima futurista que o game demanda. Destaque aqui para a Cypher, que tem um efeito sonoro que cativa por si só a utilização freqüente da mesma.

O game possui somente cinco fases, o que é uma lástima, pois acaba bem rápido, além disso, o pulo de Hiryu vai matar (literalmente) muito jogador de raiva, pois não pode ter sua direção alterada, ou mesmo amenizada, durante sua execução. Somando isso ao fato de que ele pula bem alto e bem longe, mortes por erro de calculo poderão sim ocorrer até que se acostume com o jogo.


É claro que Strider não foge de possuir suas falhas, afinal, game nenhum foge delas. No caso de Strider, além de ser um game pequenino, o que se não é uma falha direta do game, por certo um tópico de reclamação dos jogadores, é um game que possui uma história bem mequetrefe. Um “Feiticeiro Ditador Galáctico de outra Galáxia”. Sério?!

Sim, eu sei que a história não interfere diretamente no game em si nesse caso, mas por favor, mataria a Capcom pensar em algo um pouquinho menos sem noção?

Strider teve versões para diversas outras plataformas, mas fez sucesso mundial em consoles em sua versão para Mega Drive, que ao certo perdeu bastante se comparada a sua contraparte nos arcades, em especial no que cerne a sonoplastia do game.


Uma segunda versão de Strider foi lançada ainda no inicio dos anos 90, mas sem alcançar o status e o sucesso do primeiro. Além disso, foi lançada uma versão para Playstation com cenários tridimensionais e personagens em 2D. Um game muito divertido e competente no que se propõe, mas que não chega perto da importância e do sucesso do primeiro game da série.

Bem, essa foi minha humilde análise sobre Strider, um game que com certeza foi muito importante no “boom” que a indústria de games teve a partir dos anos 90. É jogar e se apaixonar.

Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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