Análises

Strider

Feito originalmente para arcades pelas mãos da Capcom, “Strider” fez muito sucesso lá nos anos 90, especialmente quando recebeu uma excelente versão doméstica para o Mega Drive, a melhor entre as diversas lançadas na época. Estrelando o ninja futurista Hiryu, o personagem ficou um bom tempo sem protagonizar o seu próprio game (o último foi “Strider 2”, de 1999), fazendo aparições esporádicas nos jogos de luta Versus da empresa.

O ninja acabou agradando aos jogadores de luta e despertou a atenção e o interesse das pessoas, sendo que poucos se lembravam quem era aquele curioso personagem, o que ajudou no impulso para que um reboot do primeiro game ganhasse os holofotes. Desenvolvido pela Double Helix, o novo “Strider” consegue ser nostálgico ao apresentar uma aventura de plataforma 2.5D, mas ao mesmo tempo atualizando o game para a nova geração, com uma aventura bem menos linear, com novas e variadas habilidades e uma ação intensa que não para por um segundo. Mas será que tudo isso faz de “Strider” um bom reboot? Continue nos acompanhando e descubra.

Ninja do Futuro

Assim como no original, o universo de “Strider” se passa em um futuro distópico, com um misterioso ditador conhecido como Imperador PalpatineGrandmaster Meio” que domina o mundo com mãos de ferro. O jogador controla Hiryu, o mais jovem e habilidoso ninja super fodão da organização conhecida como “Striders“, que foi escolhido para, sozinho, acabar com a vilania de Grandmaster Meio. O jogo começa com Hiryu se infiltrando na capital base do vilão no Cazaquistão, numa espécie de versão distorcida da República Soviética Socialista. Assim, sem muitas delongas, vemos Hiryu chegando na cidade em sua asa delta estilosa, exatamente como fazia há 25 anos em seu primeiro jogo, pronto para fatiar incontáveis ciborgues soviéticos com a velocidade de um ninja.

Ação sem limites

O jogo não se concentra na narrativa, que é bem rasa e simples, mas sim numa jogabilidade frenética em que  jogador não fique parado nem por um segundo. Strider usa como arma principal a sua Cypher, uma espécie de tonfa/espada de plasma, que pode  ganhar outras propriedades e atualizações ao explorar os gigantescos cenários – seu cachecol muda de cor para indicar qual tipo você está usando.

As fases seguem o estilo “metroidvania” (lembrando um pouco a mecânica da versão NES, lançada em 1989) de ser, ou seja, cenários não lineares gigantescos com vários caminhos e áreas para serem explorados, sendo que para acessar determinadas regiões, é necessário adquirir habilidades especiais. Explorar todos os cantos dessa sociedade “comunista” com certeza tem as suas recompensas, como power-ups, novas armas, habilidades e itens. Um ponto negativo aqui é o do jogo não possuir um sistema de teleporte para acessar diferentes regiões do mapa, fazendo com que o jogador tenha que “andar” de volta o caminho percorrido se quiser explorar a procura de itens e bônus. Um sistema antiquado, que poderia ser facilmente resolvido com teleportes em pontos chaves de cada cenário.

Além dos ataques rápidos, Hiryu possui movimentos acrobáticos para deixar o Homem-Aranha com inveja, como escalar paredes e tetos, usar rasteiras, além do seu emblemático salto “estrela“, que veio diretamente do túnel do tempo, tudo acionando com comandos macios e precisos. Com tantas habilidades disponíveis, como refletir tiros, disparar kunais ou ser auxiliado por uma águia ou tigre cibernéticos, o jogo oferece um bom repertório de inimigos variados do exército do Grandmaster, sendo que cada tipo tem os seus pontos fracos suscetíveis a certos tipos de ataques, forçando o jogador a usar as várias técnicas e armas que possui, o que realmente é muito divertido e dinâmico.

Estética charmosa

Visualmente o jogo não impressiona, os cenários de fundo são limpos e monótonos, mas ele possui um design artístico futurista muito charmoso que acaba nos ganhando – mas um pouco mais de variedade visual teria sido bem-vinda. Algo que fez MUITA falta foram os cenários da nevasca na Sibéria e a selva Amazônica, presentes no jogo original e que certamente adicionariam uma maior diversidade aos gráficos.

O destaque fica para as animações do nosso ninja chutador de bundas cibernéticas, muito bem feitas e graciosas de se olhar, seja pulando, correndo, atacando, ou simplesmente parado numa posição “sou foda“. Algo bacana é que a tela está sempre mudando o seu zoom, as vezes mostrando a ação de perto, com personagens grandes na tela, e outras mais afastada, dando um vislumbre melhor do cenário em geral.

A trilha sonora traz alguns temas clássicos com remix modernos que combinam bem com a ação, mas estão longe de serem músicas inesquecíveis. O jogo é bem barulhento, os efeitos sonoros se sobressaem às músicas, com sons da sua Cypher, tiros, explosões, gritos e afins.

O game não é muito difícil, mas há alguns inimigos que podem te pegar de surpresa e tirar algumas vidas, até você descobrir uma estratégia eficaz de como matá-los – especialmente contra os chefões. Mas não se preocupe, há vários checkpoints e ao morrer geralmente voltá-se a um ponto próximo de onde se estava. O jogo possui um tempo médio de 8 horas para ser finalizado, oferecendo dois modos de desafio extras, sendo que um o coloca contra ondas de inimigos e o outro testa sua velocidade e agilidade – esse último bastante divertido.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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