Análises

Super Castlevania IV

Como o nome já sugere, “Super Castlevania IV” é uma versão turbinada dos clássicos do Nintendinho 8 Bits, e sem dúvida foi um game que surpreendeu muitas pessoas ao mostrar o poderio do SNES. Eu me lembro de como fiquei extasiado a primeira vez que joguei SCIV, pois eu já conhecia a série da geração anterior, e agora tudo tinha sprites maiores na tela da TV, músicas melhores, maior número de fases, efeitos especiais sensacionais usando o Mode 7, enfim, era um jogo “Super” em tudo.

o Castlevania original para NES

Produzido pela Konami, foi lançado em 1991, um dos primeiros títulos a chegar no console. Apesar do número “IV” no título, que dá a entender que é uma sequência (por motivos de marketing nos EUA), ele é na verdade um remake do primeiro Castlevania, lançado para NES em 1986, e mostra o caçador de vampiros Simon Belmont perseguindo Drácula na Transilvania de 1691. Diz a lenda que a cada 100 anos o “Príncipe das Trevas” ressurge, cada vez mais poderoso, com o objetivo de transformar a humanidade em criaturas das trevas e com o desejo de ser o seu líder. Mas graças a família Belmont e o seu mítico chicote chamado Vampire Killer, que há séculos vem lutando contra as forças demoníacas do vampiro, a raça humana tem uma chance de sobreviver, nas mãos do seu mais jovem herdeiro.

Como já dito, os gráficos e visuais estão muito melhores, mantendo o clima sombrio e gótico do original, mas agora com um Simon que tem o dobro de tamanho do que sua versão no NES, e muito mais detalhado, e não um monte de pixels coloridos. O mesmo pode ser dito dos variados inimigos, como os clássicos esqueletos, as armaduras, medusas, zumbis e outros bichos e monstros, com destaque especial para os chefões. Os cenários são variadíssimos, são 11 fases, divididas em duas sub-fases, que se passam em florestas, cavernas, castelos, pântanos, montanhas, tudo com designs artísticos inspirados com o melhor da arquitetura gótica e barroca. Muita coisa foi reaproveitada do NES, mas há também espaço para elementos novos que aproveitam bastante as capacidades do 16 Bits da Nintendo, como os cenários que se utilizam do efeito Mode 7 para criar visuais bacaníssimos, até então inéditos nos videogames caseiros.

Apesar de pertencer aos games da primeira geração do SNES, SCIV é notável pela sua trilha sonora, que junto com “ActRaiser“, pode ser considerada uma das melhores do sistema. Os temas macabros e sombrios combinam perfeitamente com a atmosfera do jogo, com batidas eletrônicas cativantes misturadas com sons de órgãos, pianos e violinos. Simplesmente um show de bola musical. Além de canções totalmente novas – Theme of Simon Belmont é um ótimo exemplo -, também conta com remixes dos jogos antigos, como as clássicas Vampire Killer (Castlevania), Bloody Tears (Castlevania II) e Beginning (Castlevania III). Poucos jogos, mesmo utilizando os tão falados chips de som do SNES, se equiparam a qualidade sonora de SCIV.

 

duas fases que impressionam pelo uso do Mode 7

A jogabilidade é algo que não mudou muito, pelo contrário, foi aprimorada seguindo o gênero “Metroidvania” (leia mais sobre isso aqui). Fases no estilo plataforma, com ação tanto na horizontal como na vertical. A novidade está no uso do chicote Vampire Killer, que pode ser utilizado em todas as direções, ou ainda ser usado como escudo para bloquear projéteis – uma característica que se manteria nos próximos games da série. O alcance e o poder do chicote pode ser aumentado em até dois níveis, coletando itens especiais. Além disso, ele também serve para se balançar em áreas muito longas, ou muito perigosas, que Simon normalmente não alcançaria (pular e se movimentar com ele é bem ruinzinho e travado).

a versão americana teve algumas censuras, como as estátuas nuas e um rio de sangue (trocado por um líquido verde)

Herdado dos games anteriores, é possível utilizar armas secundárias como Machados, jogados em arco; um Relógio que paralisa o movimento dos inimigos; um Bumerangue muito útil e Água Benta para jogar nas criaturas nefastas. Em comparação com os antecessores, sua dificuldade está bem mais amena, já que Simon possui um medidor de energia maior e seu chicote tem um alcance mais longo, o que facilita a matança dos monstros. Mas isso não quer dizer que o jogo é uma moleza, as últimas fases, por exemplo, são bem penosas e vão testar sua habilidade em escalar pequenas plataformas e também a sua paciência.

 

o jogo se destaca pelos seus cenários sombrios

O design dos cenários são excelentes e seguem o já estilo tradicional da série, oferecendo plataformas móveis, penhascos com espinhos, caminhos alternativos e escadas, muuuuuitas escadas – mas que felizmente agora podem ser alcançadas no  meio de um pulo, bastando apertar o direcional para cima (antigamente isso não era possível e podia ser algo bem irritante). Algumas fases podem gerar momentos de grande tensão, como escalar uma torre com uma serra gigantesca girando em seu encalço, cruzar uma ponte que vai desaparecendo ao atravessá-la ou ainda pular em lustres gigantes se balançando, onde um movimento errado significa a morte no precipício abaixo.

SCIV serviu de base para muitos outros games da série lançado depois como “Castlevania Chronicles”, “Castlevania Rondo of Blood”, “Castlevania Bloodlines“, “Castlevania Dracula X” e “Castlevania: Symphony of the Night“.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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