Análises

Super Mario Galaxy

Se todos no mundo fossem iguais a você

Games são lançados todos os dias. Na maioria das vezes, vários no mesmo dia. Dezenas na mesma semana. Mas poucos desses lançamentos conseguem realizar o feito de serem imperdíveis. A série Mario é uma das poucas que, em seus mais de 20 anos, consegue enquadrar cada novo game nessa última categoria.

Foi assim com Super Mario World, Super Mario 64, Super Mario Sunshine… E é lógico que o game mais recente da série não foge da escrita. Talvez, Super Mario Galaxy vá mais além conseguindo inovar, cativar, entreter, surpreender, reinventar de uma maneira nunca vista.

Super Mario Galaxy era inicialmente um game para o lançamento do Wii. Um atraso de um ano coloca o game nas lojas apenas agora quando o console já possui vários jogos lançados, alguns de qualidade irrepreensível. Mas Galaxy supera qualquer game já feito no console. Ele pode ser considerado um dos melhores jogos de todos os tempos. Saberemos o porquê agora.


De planeta em planeta desvendando a galáxia

Em Galaxy, Mario deve viajar de planeta em planeta para conseguir as famosas estrelas. São 112 no total, espalhadas por astros de todos os tamanhos, desde imensos corpos celestes até pequenos planetóides. Para terminar o game são necessárias 60 estrelas, número fácil de ser adquirido e que dura no máximo 10 horas de jogo. Adquirir todas pode levar o dobro de tempo.

O grande trunfo de Galaxy é a sua riquíssima ambientação e sua maravilhosa interação com a jogabilidade. Mario nunca antes foi tão complexo e ao mesmo tempo tão criativo. Viajar pela galáxia enfrentando inimigos, recolhendo estrelas e derrotando chefões não soa forçado ou repetitivo em momento algum, graças ao zelo da equipe de desenvolvimento de colocar elementos novos em cada momento ou novo planeta.

Outro ponto merecedor de elogios é a influência da gravidade na jogabilidade. Pode parecer estranho no começo, mas é uma das idéias mais fortes e inteligentes dos últimos anos nos games de plataforma. A influência nos controles, algumas vezes mais sutil, outras vez mais incisiva, mas sempre surpreendendo o jogador e criando um desafio a mais.

O design das fases e dos puzzles são impressionantes. Os ambientes são diversificados, sendo alguns mais sérios e outros mais fantasiosos. As estrelas sempre estão escondidas em algum lugar não óbvio, de forma que obriga o jogador a descobrir uma nova habilidade para consegui-la.

Só não faço mel

Outro grande destaque é volta dos itens de transformação. Depois de Sunshine, onde apenas o FLUDD recebia updates, em Galaxy, Mario pode ganhar diversas habilidades. (Spoiler) Flor de fogo, Boo Mario e Bee Mario estão entre as habilidades possíveis, além do já clássico cogumelo, que dessa vez não faz ele crescer de tamanho, mas aumenta a energia do personagem de três para seis pontos.

Não quero estragar a surpresa, mais ver o Mario vestido de abelhinha e controlar ele dessa forma, é no mínimo hilário. E não pense que essas habilidades são adquiridas a toa ou por capricho. Todas elas devem ser usadas em momentos chave, seja para conseguir uma estrela ou derrotar um chefe.

Visuais de nova geração

Não tem como dizer outra coisa. Super Mario Galaxy é o game mais bonito do Wii, rivalizando com alguns games de outros consoles da nova geração. Cada cenário foi construído com uma riqueza fabulosa de detalhes que surpreende até mesmo o jogador mais descrente.

Cada cor foi utilizada com perfeição, proporcionando uma agradável visão aos olhos do jogador. O vermelho das áreas de fogo, o verde dos campos estão em tons que não cansam a visão e proporcionam um design artístico fabuloso, digno dos melhores já feitos não só pela Nintendo, como na historia do mundo dos games.

Outro destaque é o tamanho dos cenários. Eles são imensos, com possibilidades variadas, dando a sensação ao jogador de que ele pode alcançar qualquer local de qualquer forma que ele pode imaginar.

Os efeitos de luz e luminosidade assim como as cut scenes surpreendem. São muito bem construídas, artisticamente perfeitas. Efeitos de água, fumaça e partícula também impressionam.

A melhor trilha sonora da série

Não tem jeito. Em todo Mario que é lançado, sua trilha sonora fica na nossa cabeça. E com Galaxy não é diferente. Cada canção, efeito, voz, foi colocada de maneira simplesmente sem comparação, até mesmo com outros games da Nintendo.

As canções mesclam criações inteiramente novas com recriações de sucessos da série. Algumas ganharam um ar mais eletrônico, o que combina perfeitamente com o estilo espacial do game.

Outro destaque é o som que sai do Remote. Se em Zelda, isso já era fantástico, imagine agora escutar o barulhinho no controle para cada moeda que você adquirir. A sensação de imersão é tamanha que você vai pensar como pode os outros videogames não terem esse recurso em seus joysticks.

Jogabilidade nota 10

Sem dúvida alguma, a Nintendo conseguiu o que parecia uma utopia: fazer uma jogabilidade que se adapta a todos os tipos de jogadores, desde os mais hardcore aos mais casuais.
O jogador movimenta Mario com o Nunchuk, centraliza a câmera com o botão C, agacha com o Z e pula com o A. Mas a grande novidade presente no game acontece quando se aponta o Remote para a tela: um cursor em forma de estrela é controlado e pode varrer os cenários em busca de itens. A adaptação não é imediata, mas com o tempo se torna mais uma adição inovadora e divertida. Assim como nos demais games da série estão disponíveis o pulo duplo e triplo e outras ações como nadar e escalar, realizadas de maneira simples e natural, não necessitando de grandes habilidades.

Voltando à influência da gravidade na jogabilidade, é incrível o que a equipe de desenvolvimento conseguiu. Em alguns locais, a diferença de gravidade é nula, mas em outros, o jogador é surpreendido pela inversão dos controles, maior ou menor sensibilidade nos movimentos e tantos outros truques que só engrandecem o game. E ainda por cima a Nintendo criou um esquema de puzzles que usa as combinações de gravidade. Brilhante.

Menores, mas não menos importantes

Galaxy é um game tão complexo que oferece muitas possibilidades, e possui muitos pequenos detalhes brilhantes. Alguns personagens da série, por exemplo Goomba e Magikoopa, voltam com papéis importantes na história, além claro do seu habitual carisma.

O modo cooperativo presente no game não é da maneira que gostaríamos que fosse. Ao invés de controlar um novo personagem, o segundo jogador controla mais um cursor com o Remote. É estranho e esse esquema não funciona muito bem, infelizmente.

A dificuldade é talvez o grande problema de Galaxy. Conseguir todas as estrelas é desafiante, mas não difícil. Talvez seja parte da estratégia da Nintendo de abranger um público maior. A batalha final também não é lá muito complicada para quem já pegou o jeito. Mas nada que comprometa o andamento do jogo.

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