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Tekken Tag Tournament 2

Dentre as franquias de fighting games tridimensionais, três merecem grande destaque. São elas Virtua Fighter, Soul Calibur e Tekken. Das três, duas dessas franquias são pertencentes à hoje chamada Namco Bandai.

Não é coincidência e nem sorte o fato de a Namco Bandai ser líder de vendas nesse seguimento, possuindo inclusive o fighting game mais vendido da história, Tekken (sim meus amigos, Tekken e não Street Fighter detém, até o momento, esse título). Desde 1993, com o lançamento de seu primeiro fighting game tridimensional, a então Namco vem ganhando cada vez mais experiência e “know how” a cada novo game de luta lançado.

Seu primeiro fighting game 3D lançado foi justamente Tekken, desenvolvido para Arcades e Playstation, justamente visando o “confronto” com o pai dos games de luta tridimensionais, Virtua Fighter.

Desde então várias versões do game foram lançadas ao longo dos anos. A série cresceu tanto que ganhou até mesmo spin-offs, longa metragens animados, live actions e em computação gráfica.

Um dos games mais queridos pelos fãs de Tekken por certo é Tekken Tag Tounament, lançado em 2000 para Arcades e Playstation 2. O game trazia a já consagrada jogabilidade da série, que até aquele dado momento tinha seu ápice em Tekken 3, mas com a adição de batalhas em duplas.

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O game não apresentava uma história que continuava os eventos dos games anteriores e continha quase todos os personagens da série em um único game. Tekken Tag Tournament foi para a série Tekken o que The King of Fighters 98 e 2002 o foram para a série The King of Fighters, um “Dream Match”.

Após Tekken Tag Tournament a Namco lançou Tekken 4, ainda para Playstation 2, apresentando drásticas alterações no gameplay do jogo, deixando-o mais técnico e de difícil masterização, cada vez afastando mais os “esfrega botões” da série. Tal alteração foi, inicialmente, um choque para os fãs da série. Algumas das adições e alterações não agradaram muita gente, fazendo desse Tekken o game menos apreciado da série até hoje.

Tekken 5 surgiu em 2005, quatro anos após seu antecessor, maximizando tudo o que tinha sido apresentado em Tekken 4. Verdadeiramente a Namco ouviu o que seus fãs tinham a dizer e conseguiu agradar a grande maioria com o quinto game da série. Tekken 5 é considerado um dos melhores e mais belos games do Playstation 2.

Veio o Playstation 3 e com ele, já no ano de 2008, Tekken 6. Seguindo a linha de “em time que está mexendo não se mexe”, Tekken 6 desagradou a alguns fãs mais fervorosos que aguardavam maiores inovações. A Namco Bandai preferiu manter muito do que já estava perpetuado na série com Tekken 5, maximizando o sistema de Juggles a ampliando a quantidade de personagens disponíveis para seleção.

Assim como ocorreu com Tekken Tag Tournament, lançado após três games regulares da série, eis que após Tekken 4, 5 e 6 a Namco Bandai nos brinda em 2012 com mais um “Dream Match”: Tekken Tag Tournament 2.

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Lançado oficialmente na primeira quinzena de setembro de 2012 para Playstation 3 e XBox360, Tekken Tag Tournament 2 é a versão para consoles caseiros da sétima geração para o game de mesmo nome que já havia sido lançado previamente para Arcades. Entretanto, como já é de praxe na série, a versão para consoles vem recheada de novidades e extras, o que aumenta a longevidade do game.

Dessa vez o foco de Tekken Tag 2 está no combate. Todo e qualquer extra que o game apresente aqui, que não seja “perfumaria audio-visual”, estão relacionados única e exclusivamente com o que mais importa em um fighting game, as lutas.

Para início de conversa não foi inserido em Tekken Tag 2 nenhum tipo de opção de jogo com gameplay alternativo, ou seja, nada de Tekken Ball, nada de Tekken Force, nada de Devil Within e em especial, nada da tão criticada campanha single-player principal de Tekken 6.

Considerando os modos offline de jogo, temos todas as opções clássicas e necessárias que um game de luta possa apresentar: Arcade Mode, Time Atack, Survival, Training, Versus e Team Battle. Todos os modos mencionados dispensam apresentações e garantem que, sozinho ou com mais colegas, as lutas sejam variadas e a diversão garantida.

Retorna também o Ghost Mode, modo que simula batalhas online. Dessa vez, os dados dos oponentes virtuais são atualizados sempre que o jogador se conecta a internet. Dessa forma, novos “ghosts” se unem ao plantel já pré-determinado inicialmente pelo game.

Para os iniciantes na série e para apresentar as novidades de Tekken Tag 2 ao jogador, o game possui o interessante Fight Lab. O Fight Lab guia o jogador por vários desafios e ensinamentos, todos transmitidos por Violet/Lee em uma história bem engraçada, controlando o robô Combot, que explica de maneira didática os sistemas de jogo básicos e como o sistema de Tag do jogo funciona. Ademais, é possível personalizar Combot com vários movimentos dos lutadores de Tekken, desde que os ganhe durante os desafios, e utilizar seu “personal Combot” em lutas offline e online.

Com relação aos modos de jogo online, tratarei disso mais adiante.

Além dos modos acima mencionados, Tekken Tag 2 traz de volta o sistema de customização de personagens. Seu funcionamento é parecido com o que ocorre em Tekken 6, entretanto as opções de “parafernálias” para dar ao seu personagem um visual único estão severamente maiores. São inúmeras as possibilidades de criação.

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Mantendo a linha bem-humorada, quase pastelão, que Tekken sempre teve, é possível fazer com que o personagem não somente tenha alguns itens bem inusitados em sua indumentária, mas também que as use. Por exemplo, um chapéu de torta de chocolate, que ao longo da luta pode ser usada na cara do adversário, que ficará com a torta na cara até o final da luta. Existem outros itens que podem ser usados para causar danos ao adversário como katanas, armas de fogo e afins. Por fim, cada personagem contém um item pessoal que dá a ele acesso ao um golpe único e secreto.

Cada um desses itens tem de ser comprados com o dinheiro do game, que se consegue ao longo das jogatinas, com as “Luck Boxes”. Premiações ao fim de determinadas lutas que podem dar, dentre outros prêmios, dinheiro. As “Lucky Boxes” não são a única forma de se ganhar dinheiro no game, mas são as melhores e mais frequentes.

Importante frisar que, assim como ocorria em Tekken 5 e Tekken 6, os itens normalmente são caros, o que incentiva o jogador a jogar cada vez mais o game para comprar mais e mais itens, o que aumenta o fator replay.

Tekken Tag 2 oferece também o já conhecido modo Gallery, que armazena os vídeos finais de todos os lutadores, para que o jogador os assista quando quiser. Entretanto, assim como nos games anteriores da série, é preciso finalizá-lo com o personagem devido para que o vídeo seja liberado no Gallery. É possível também em Tekken Tag 2 ganhar como prêmio vídeos de encerramento de todos os personagens por intermédio das “Lucky Boxes”, para tal, deve-se jogar ferrenhamente o modo Ghost Mode, pois somente nesse modo as “Lucky Boxes” podem dar como premiação algum vídeo de encerramento.

Ainda no Gallery é possível ter acesso a todas as apresentações, sejam as apresentações dos Arcades ou das versões para consoles, bem como todos os finais dos personagens de todos os games da série Tekken. Para tal é preciso comprá-los via DLC na PSN ou Xbox Live. Eles são vendidos individualmente por game ou por pacotes. Os vídeos dos games clássicos não foram convertidos para high definition, assim sendo, ao serem assistidos por uma TV com qualidade HD ou Full-HD, a baixa qualidade visual dos mesmos ficará mais do que evidente, mas para quem gosta da série vale pela nostalgia.

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Por fim, uma das mais bem-vindas novidades da série, o Tekken Tunes. Tekken Tunes nos permite alterar, a bel prazer, todo o soundtrack do game, personalizando-o. Todas as músicas, de todos os menus e cenários do game, podem ser alteradas dado “o gosto do freguês”. Essas alterações de trilhas não se limitam às músicas do próprio Tekken Tag 2, o jogador pode escolher toda e qualquer música que possua no HD do console para tocar em algum menu ou cenário. Isso traz uma personalização única e cria situações interessantes e inusitadas.

Ademais, para os saudosistas, a Namco Bandai colocou à venda via DLC as Original Soundtracks de toda a série Tekken, tanto na PSN quanto na Xbox Live. Assim como ocorre com os vídeos de abertura e encerramento, a venda se dá individualmente por game ou por pacotes.

Isso pode parecer desnecessário e até mesmo piegas para muita gente, entretanto é o tipo de opção que dá ao jogador uma sensação única de posse daquilo que adquiriu. Por certo não interfere em nada no gameplay, sendo, assim como o próprio Gallery, uma “perfumaria de luxo” oferecida no pacote de modos de Tekken Tag Tournament 2.

O cast de lutadores de Tekken Tag 2 é o maior cast que um fighting game tridimensional já possuiu. Na verdade, me arrisco a dizer que tirando os jogos de luta Mugen, é o maior elenco de um game de luta e ponto final. Ao todo são 59 personagens à disposição, um número enorme e que ultrapassa até mesmo Marvel vs Capcom 2. Apenas quatro personagens da história da franquia não estão de volta, seja por motivo de mecânica de jogo (Azazel), seja por copyright (Gon).

Logo que o game foi lançado nem todos os personagens estavam disponíveis. Eles foram sendo liberados, aos poucos, a cada nova atualização do game. O mais importante de tudo é que TODOS os personagens foram liberados DE GRAÇA, bem como os cenários extras que o game recebeu ao longo das atualizações.

Logo que o anuncio do game foi feito, Harada, o produtor de Tekken Tag 2, prometeu que não haveria conteúdo que pudesse deixar um jogador em vantagem competitiva sobre outro que fosse pago. Promessa feita, promessa cumprida com louvor. É bom ver que algumas empresas ainda prezam por tratar o consumidor de maneira respeitosa, ao contrário de algumas que basicamente “estupram” as carteiras dos gamers sem dó nem piedade.

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Essa enorme gama de personagens, aliado ao sistema de combate baseado em Tekken 6, bem mais estratégico e que demanda dedicação para ser compreendido e assimilado, Tekken Tag 2 é um game extremamente difícil de se dominar.

Esqueça o estilo de jogo “mash buttons” que funcionava em Tekken 3 e até mesmo no primeiro Tekken Tag Tournament. Desde Tekken 4 a série passou por muitas mudanças em seu gameplay, se tornando um jogo que exige do jogador conhecimento de seu meta-game.

É necessário conhecer muito bem a mecânica do game, conhecer muito bem seu personagem / personagens e conhecer também o personagem de seu adversário para que possa ter alguma chance de se sair vitorioso. É claro que uma luta entre dois jogadores que não conhecem o game muito bem a coisa é diferente, mas para o gamer que gosta de ir a fundo em um fighting game, Tekken Tag 2 demandará muitas horas de treino e combates. Uma luta de alto nível de Tekken Tag Tournament 2 é praticamente um jogo de xadrez.

A mecânica do game, bem como em Tekken 6, dá grande importância aos Juggles durante a luta. Conseguir acertar um golpe que faça com que o personagem fique inteiramente fora do chão é crucial. Enquanto o inimigo está no ar é possível continuar acertando-o e fazendo-o continuar por mais tempo no ar. Isso permite a aplicação de combos completos sem que o oponente possa fazer nada para se defender, ficando totalmente à mercê do atacante.

Se em Tekken 6 isso já era perigoso, em Tekken Tag 2 isso fica muito pior, pois durante um combo é possível chamar o personagem secundário da dupla para acertar alguns golpes no inimigo, ir embora e deixar o personagem que começou o combo finalizá-lo. Existem regras rígidas sobre o quando e o como é possível realizar tais combos em dupla, bem como existem os pontos fracos de se realizar tais ações. Basicamente toda a ação específica em dupla em Tekken Tag 2 possui seus pró e contras. Dosar isso adequadamente ao longo de uma luta é mais uma das chaves para ser um bom jogador ou um saco de pancadas.

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O sistema de Rage de Tekken 6 está de volta com modificações. Caso resolva ir a combate usando somente um lutador, o personagem estará ao longo de toda a luta em estado Rage. Nesse estado os golpes aplicados causam maior dano que o normal e os recebidos doem menos. Caso resolva escolher um time para batalhar, o sistema de Rage funciona de maneira toda particular.

Existe em Tekken Tag 2 um sistema de afinidade entre os lutadores, alguns se gostam, outros são indiferentes e alguns se odeiam. O sistema de Rage está intimamente ligado a isso. Quando o personagem que está em campo de batalha perde “x” porcentagem de life, o secundário entra em Rage por determinado período de tempo. Assim sendo, quanto maior é a afinidade entre os personagens, menor será a quantidade de life que o lutador em campo de batalha terá de perder para que o personagem fora de campo de batalha entre em estado de Rage.

O Rage também determina mais algumas características na dupla, mas vou me ater em explicar apenas o básico aqui, pois não é possível entrar muito afundo nas mecânicas de Tekken em um review. Isso tomaria muito espaço e demandaria bem mais de um ou dois posts.

É possível também, caso o jogador tenha escolhido uma dupla, utilizar throw moves em dupla. Isso garante, além de dano no oponente, a troca safe dos personagens em campo de batalha. Algumas duplas possuem throw moves especiais, que somente aquele time pode executar.

Os cenários de Tekken Tag 2 mantém o bom design artístico de Tekken 5 e 6. Alguns deles são repaginações de cenários de games anteriores e alguns são extensões de cenários já conhecidos. Um exemplo disso é o cenário Moonlit Wilderness que em Tekken 6 se passa em um belo campo florido com um castelo ao fundo. Em Tekken Tag 2 a luta ocorre dentro do castelo que víamos ao fundo do cenário. São inúmeras as referências a games anteriores da série nesse departamento, sejam elas escancaradas ou não.

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Dentre os novos cenários, destaque para o que Snoop Dog está ao presente. O cenário é de uma psicodelia única e que faz todo o sentido dada a presença do rapper. Mesmo a trilha sonora do cenário em questão, a “Knocc ´em Down”, foi composta e é interpretada por Snoop Dog.

A trilha sonora do game segue basicamente o mesmo esquema dos cenários. Temos um mix de composições novas e remixes de trilhas antigas, como o caso da “Moonlit Wilderness” e da música tema de Jin Kazama em Tekken 3, que em Tekken Tag 2 ganha um inspirado remix.

No geral a trilha sonora de Tekken Tag Tournament 2 é da mais alta qualidade, mas é sempre bom lembrar que o Tekken Tunes está no game para utilização, assim sendo, se não gostar de alguma trilha, ou se preferir uma música em especial em algum ponto do game à original, basta fazer a alteração. Eu mesmo não consegui resistir à tentação de usar o Tekken Tunes pra deixar um dos cenários com a minha trilha favorita dentre todos os game da franquia: Emotionless Passion, de Tekken 2.

Quanto ao visual de Tekken Tag Tournament 2, a versão para consoles perde para a versão de Arcades. Enquanto nos Arcades o game roda em 1080p e com efeito de anti-aliasing, tanto a versão para Playstation 3 quanto a versão para X360 rodam em 720p e sem efeitos de anti-aliasing. Entretanto, apesar de ser visualmente inferior, a versão para consoles mantém a principal das características de sua contraparte, característica essa que é a mais importante de todas considerando fighting games: o game flui a constantes 60fps sem nenhuma queda nessa taxa.

Ademais, o game ser inferior à sua versão de Arcades não significa que Tekken Tag 2 seja um game que não prime pelo visual. Ao contrário, Tekken Tag 2 é um dos fighting games mais belos da sétima geração. Tecnicamente ele é inferior a Soul Calibur 5 e, pode-se alegar, a Dead or Alive 5 e seus cenários gigantescos. Artisticamente é impecável.

Aliás, a Namco Bandai sempre eleva o nível de beleza artística a cada nova versão de seus fighting games tridimensionais. Basta lembrarmo-nos do estardalhaço que a empresa fez quando Soul Calibur foi lançado para Dreamcast. Desde então, cada vez mais seus games de luta tridimensionais ficam mais e mais belos, técnica e artisticamente.

Atualmente um game de luta não sobrevive comercialmente sem um netcode muito bom, ou seja, sem que ele possa ser jogado online sem grandes problemas. De preferência sem nenhum problema.

Isso é algo tão difícil que mesmo games que possuem um netcode que fique no limiar da mediocridade ainda possuem seu público que o jogo online fielmente, como é o caso de Ultimate Marvel vs Capcom 3.

Podemos citar Super Street Fighter IV como um game de luta que possui um netcode de aceitável para bom quando jogado no Playstation 3 e de bom para ótimo quando jogado no Xbox 360. Outro bom exemplo é Street Fighter x Tekken, que apesar de ser um pouco instável, apresenta um ótimo desempenho tanto se utilizando a PSN, quanto se utilizando a Xbox Live.

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Em contrapartida, podemos citar The King of Fighters XIII, um ótimo game de luta, como exemplo de um netcode tenebroso, que não permite que se jogue online em 95% das vezes dado o enorme delay (atraso na resposta dos personagens aos comandos do jogador) que o game apresenta online.

Outro exemplo de um netcode muito ruim é Tekken 6. E é ai que o medo residia em muito gamer ansioso pelo lançamento de Tekken Tag 2.

A própria Namco Bandai já havia apresentado um Soul Calibur 5 com um ótimo netcode, mas ainda assim havia medo de que Tekken Tag 2 repetisse o fracasso que Tekken 6 foi no mundo online.

É com alegria que digo que o “fantasma de Tekken 6” passou longe de Tekken Tag Tournament 2, que não somente possui um ótimo netcode, como é o melhor netcode de fighting games e uma das melhores e mais fluidas experiências de jogatina online da sétima geração de consoles.

Jogando-se contra brasileiros, a experiência é de se estar jogando offline, mesmo que a barra que discrimina compatibilidade de conexão esteja no vermelho. Com relação a disputas contra players estrangeiros, desde que a conexão esteja apontando uma compatibilidade entre ótima e excelente, a luta prosseguirá sem problemas.

A qualidade do netcode de Tekken Tag 2 é tão assombrosa que foi alvo de severos elogios da crítica especializada ao redor de todo o mundo. Mais uma prova da Namco Bandai de sua preocupação em dar ao consumidor final um produto com a melhor qualidade o possível.

Com relação as opções de jogo online, Tekken Tag 2 oferece ao jogador opções clássicas como o Ranked, o Replay Channel e o Player Match, que é uma versão da opção Endless de Super Street Fighter IV.

O Ranked de Tekken Tag 2 possui um sistema de procura automática de oponentes, evitando assim que se saiba de antemão quem será seu adversário. As únicas informações que o game proporciona ao jogador antes que ele aceite ou não a batalha são a compatibilidade de conexão e a porcentagem de desconexões que o oponente possui.

É possível filtrar qual o perfil de oponente o sistema deve procurar por ranking do oponente, compatibilidade de conexão e se o oponente está com o headset ligado ou não. Informações simples, mas suficientes.

Enquanto o sistema realiza a procura de oponentes, dadas as predefinições imputadas previamente pelo jogador, o mesmo fica em uma sala de espera, que nada mais é do que o training stage. Ali é possível treinar combos e afins até que o game encontre um adversário. Nesse aspecto senti falta de uma opção que permitisse simular paredes no cenário do training stage, pois assim se poderia treinar métodos de ataque que se utilizassem dos limites do cenário, o que é primordial para se sair vitorioso em batalhas de mais alto nível.

Assim como em Super Street Fighter IV, o ranking é individual por personagem, mas ao contrário do game citado, o sistema de Tekken Tag Tournament 2 não apresenta um acompanhamento de experiência acumulada com cada personagem. Assim sendo, nunca se sabe o quão próximo se está de um ganho de ranking, o que é um ponto negativo.

Outro fator importante é que a partir de certo ranking, caso o jogador perca muitas lutas, é possível ele decresça um ranking, ou seja, é preciso se manter sólido no game não somente para ganhar rankings, mas também para que não seja rebaixado.

O Replay Channel permite que o jogador assista lutas gravadas de outros jogadores ao redor do mundo. Suas funcionalidades e opções são as usuais.

O Player Match permite criar um lobby, privativo ou não, de até seis pessoas, para jogar no sistema “ganhou continua, perdeu vai para o fim da fila’. É possível selecionar as regras gerais de batalha como quantidade de rounds por luta, tempo por round e afins. Como interessantes novidades se destacam a possibilidade de escolher, ao se abrir o lobby, se o pessoal que está esperando vai assistir as lutas ou se ficarão na sala de treino até que seja a hora de lutarem e o fato de o próprio lobby possuir um chat de texto, não sendo criar um chat similar se utilizando do console para tal.

Importante frisar que durante as lutas, ou na espera nos lobbys, é possível conversar sem problemas via headset. Isso não é novidade para os já inclusos em Street Fighter x Tekken, que também tem um netcode que permite isso, bem como não é nada demais para os usuários de Xbox360 que podem se utilizar do Cross Chat por voz do próprio console, mas para os usuários do Playstation 3, que não possui opção para Cross Chat de voz, é um fator positivo.

A outra opção de jogo online de Tekken Tag 2 é o Arena Mode. Esse modo é essencialmente o “Global Colosseo” de Soul Calibur 5. Suas funcionalidades são as mesmas, sem adições. Aqui o jogador se encontra em um lobby em forma de tabuleiro, junto a uma severa quantidade de outros players, cada qual representado por nome e ícone. É possível nesse lobby conversar com todos que ali estão para combinar partidas, torneios e afins. Para desafiar outro usuário, basta aproximar seu ícone ao ícone do jogador desafiado. É uma ideia interessante, praticamente uma rede social entre os jogadores que estão online e ávidos por confrontos, entretanto, para quem já conhece o “Global Colosseo” de Soul Calibur 5, fica a impressão de “déjà vu”, pois não existe nada de diferente que não seja o visual entre o “Global Colosseo” e o Arena Mode.

Ainda se considerando as capacidades online de Tekken Tag Tounament 2, não há como não ovacionar o World Tekken Federation, ou como é comumente conhecido, WTF.

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O WTF era a central de informações globais dos jogadores online de Tekken Tag Tournament 2. Para se utilizar os recursos do WTF, era necessário realizar sua inscrição no site http://wtf.tekken.com/register. O registro era vinculado ao usuário cadastrado na PSN / Xbox Live do jogador. A partir daí tudo o que o jogador fizesse enquanto conectado era arquivado e exibido na página de profile do jogador dentro do WTF.

Mais do que apenas exibir seus status atualizados enquanto jogador de Tekken Tag 2, era possível no WTF, por exemplo, criar fóruns de debate e consultar listagens de melhores jogadores. No entanto, o mais fabuloso era a possibilidade de criação de times. Ora, se os FPS possuem seus clãs, por que não os games de luta?

A possibilidade de criação de times online em um game de luta é uma ideia tão óbvia, que me pergunto porque nenhuma outra empresa havia pensado nisso de maneira tão madura quanto a Namco Bandai o fez com Tekken Tag Tournament 2.

Assim como os profiles individuais, cada time possuía sua central onde era possível criar fóruns privativos, em que somente os participantes do time possuiam acesso, bem como, todo o  status do time era atualizado em tempo real. Quantidade de vitórias, derrotas, líder do time, melhor jogador, jogador que possui mais vitórias eram apenas alguns dos dados que o WTF apresentava sobre cada time. Ademais, era possível ver qual o ranking do time em questão, bem como acessar o profile individual de cada membro do time.

Todos esses dados, todas essas consultas, todo esse “mundo Tekken” podia ser acessado de qualquer lugar. Computadores, notebooks, celulares, enfim, qualquer hardware que tenha acesso a internet estava apto a adentrar ao WTF.

Tekken Tag Tournament 2 com o World Tekken Federation abriu perspectivas completamente novas sobre a experiência online que um fighting game deve proporcionar a seus jogadores. Foi uma imersão única e sem precedentes na história dos games de luta que eu espero que seja seguida por outras franquias.

Notou que tudo que foi dito sobre o WTF nessa análise foi com o tempo verbal no passado? Pois é, infelizmente o Namco Bandai fechou o serviço a algum tempo. Uma lástima!

Após essa extensa análise de Tekken Tag Tournament 2, espero ter conseguido passar aos leitores o quão grandioso é esse jogo. Harada prometeu que Tekken Tag 2 seria o maior game da série e ele conseguiu cumprir essa promessa com louvores.

Tekken Tag Tournament 2 é mais do que um fabuloso fighting game 3D, é uma verdadeira aula de respeito ao consumidor em todos os aspectos. É possível perceber o esmero com o qual a equipe de desenvolvimento trabalhou em cada pequeno detalhe do game. Jogar um game e perceber o quão bem feito e completo o mesmo é, sem necessidades de intensos patchs de correções e sem a sensação de vazio, dada a falta de conteúdo, é recompensador.

Recomendo a todo gamer que goste de jogos de luta, casualmente ou não, que experimente Tekken Tag Tournament 2.

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Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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