Análises

The Dishwasher: Vampire Smile

– Intenso e violento, é uma excelente opção na XBLA –

Em 2009 o Studio Ska lançou um jogo independente bem violento e com visual artístico bem sinistro (para não dizer esquisito) na rede Xbox Live Arcade chamado “The Dishwasher: Dead Samurai”. Seguindo o gênero de ação e plataforma 2D em que o protagonista luta contra um exército de ciborgues, o título fez bastante sucesso no cenário de jogos independentes e ganhou uma legião de fãs fieis, o que garantiu uma sequência, “The Dishwasher: Vampire Smile”, disponível exclusivamente na XBLA por 800 MS Points e tema de nossa análise de hoje.

Eu tive a oportunidade de jogar “Dead Samurai” um tempo atrás e achei simplesmente fantástico, um jogo de grande simplicidade que remete aos antigos jogos clássicos 2D, mas que prende o jogador com sua mecânica viciante, violência excessiva e um estilo fora do comum. E “Vampire Smile” segue pelo mesmo caminho, agora com os principais elementos do original ainda melhores. Ele lembra um pouco o estilo do clássico e fantástico Comix Zone do Mega Drive, porém centrado mais na ação e com visual bem mais sombrio e sinistro.

O jogador assume o papel de Dishwasher (um samurai zumbi e ex-lavador de pratos), juntamente com a sua meia-irmã Yuki (uma ciborgue ninja), em duas campanhas solo distintas. Enquanto lutam contra uma legião de inimigos em uma jornada banhada de sangue e vingança contra os três vilões conhecidos como o Banqueiro, o Juiz e o General, eles tentam desvendar os segredos sombrios de seu passado (revelados através de sonhos psicodélicos). Como podem perceber, o jogo possui uma narrativa bem surreal, porém bastante atraente e com muita personalidade e identidade, contada em forma de histórias em quadrinhos.

Mas certamente a primeira coisa que chama a atenção em “Vampire Smile” é o seu visual estilizado, com tonalidades sombrias e bom uso de efeitos de iluminação, regada com litros de sangue na tela. As animações dos personagens e cenários são graciosas e fluídas, com um design artístico bastante criativo. A trilha sonora também conta com temas eletrônicos empolgantes inspirados, que combinam bem com a ação rolando na tela, e os efeitos sonoros cumprem o seu papel, mas não são nenhum destaque. Faltou algumas vozes dubladas para acrescentar algo mais na parte sonora.

A mecânica do jogo continua simples, lembrando games antigos, o que deve agradar em cheio os saudosistas da velha escola. Os comandos estão mais suaves, o que facilita a ação intensa 2D banhada de sangue. Seu personagem possui uma variedade de golpes, combos e golpes aéreos, com algumas finalizações que terminam em exibições macabras de sangue jorrando e membros decapitados dos inimigos, que variam entre soldados, ciborgues, zumbis, ninjas, criaturas, entre outras coisas.

Ao longo do jogo, é possível pegar armas como novas lâminas afiadíssimas, como cutelos ou katanas, martelos, motosseras, armas de fogo como metralhadoras e espingarda e até mesmo uma seringa gigante. É possível evoluir as armas e deixá-las mais fortes e com poderes especiais, como foguetes teleguiados e rajadas elétricas. Cada um possui seu sistema de ataques e combos, o que pode levar um tempo para se acostumar.

A principal adição ao jogo, que elevou de forma considerável a permanência do jogador na frente da tela, foi oferecer duas campanhas solos, que apesar de serem nas mesmas fases, possuem perspectivas da história diferentes, o que desperta a curiosidade do gamer em descobrir mais detalhes sobre a história em geral. Além disso, é possível jogar com duas pessoas simultaneamente, via local ou online, o que torna a experiência ainda mais divertida e caótica. Há também um modo Arcade, que pode ser jogado por dois jogadores e assim conseguir altas pontuações online em desafios diversos, para quem gosta de disputar com outros gamers.

Infelizmente o jogo possui alguns defeitinhos, muitos por causa do seu estilo simples de ser. Após algumas horas de jogo, acabar com dezenas de inimigos apertando freneticamente os botões para então enfrentar o chefão no final da fase, pode se tornar uma experiência repetitiva. Ele não chega a ser tão difícil quanto o jogo original (que era o cão chupando manga), tem uma dificuldade equilibrada que aumenta no decorrer do jogo, mas jogadores novatos ou veteranos podem escolher entre cinco níveis de dificuldade para melhor se adaptarem (o nível mais fácil foi batizado de ‘princesinha’, para aqueles não muito habilidosos).

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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