Análises

The King of Dragons

Uma das coisas das quais mais sinto falta quando comparo a Capcom de hoje com a Capcom de antigamente, são os jogos com clima medieval que a produtora desenvolvia. E ela aparentemente gostava muito disso, pois lançou uma boa quantidade destes games no período dos anos 80 e 90.

A análise de hoje se refere a um destes games com clima medieval, lançado em meados dos anos 90 para arcades, aliás, um dos melhores e mais conhecidos. Vamos à análise de The King of Dragons.

Lançado em 1991 pela Capcom, The King of Dragons é um jogo de ação side-scrolling com toques de RPG e clima medieval, o que o deixa com “cara” de Dungeons and Dragons, algo que chamou a atenção na época.

A história do game é bem simples.

O reino de Malus foi tomado por criaturas monstruosas, lideradas pelo enorme dragão vermelho Gildiss, que acredita que o ser humano é perante os dragões, seres inferiores e desprezíveis. Para salvar o reino de Malus, um grupo de guerreiros, de heróis, partem para Malus a fim de derrotar Gildiss e os monstros que subordinados são a ele.

São cinco os guerreiros à serviço do salvamento de Malus, e por consequência, os personagens a qual temos acesso para seleção:

Elf: Se utiliza de arco e flecha para atacar e não porta um escudo, assim sendo, tem uma defesa mais fraca do que os que portam escudo. Seu ataque também não é forte, mas é o mais ágil dentre todos. Suas magias são muito fortes.

Wizard: Porta tão apenas seu báculo mágico. Como também não porta escudo tem baixa defesa, no entanto tem ataques poderosos, devido seu báculo e suas magias são as mais poderosas do jogo. É o menos ágil dentre todos os guerreiros.

Fighter: Porta uma espada e escudo. É o mas forte no que cerne a ataques, no entanto, o poder destrutivo de suas magias são uma piada.

Cleric: É o mastodonte dentre os heróis, portanto o maior escudo de todos, assim sendo, o personagem que tem a melhor defesa, além de ser o que ganha level mais rápido. Em contra partida é o pior do quesito pulo e o mais lento dos heróis.

Dwarf: É o anão do grupo, e por isso mesmo o que possui menor alcance de ataque, apesar de ter boa defesa e velocidade nos ataques desferidos. Não é nenhuma proeza no quesito magia.

O jogador deverá escolher um destes cinco guerreiros para enfrentar hordas de monstros mitológicos no decorrer das fases, tais como Minotauros, Cicloples, Harpias e claro, dragões, que são os inimigos mais poderosos e interessantes de todo o game, sendo todos eles chefes de fases.


A jogabilidade do game é simples e funcional, um botão ataca e outro salta. Os ataques não dão continuidade a combos, assim como não existem variação de ataques, cada personagem tem um ataque padrão e ele será único e o mesmo durante todo o game, contando somente com upgrades de força. O salto de cada personagem é variável, seja na altura do salto, seja na distância do mesmo. Pressionando os dois botões ao mesmo tempo, é ativada a magia, que consiste em ataques mágicos elementais, fogo ou elétrico, em todos os inimigos da tela.

A medida que se progride no game, cada personagem ganha Level-Up, o que faz com que a barra de vida de cada um se amplie. Cada personagem tem uma velocidade própria para ganhar esse upgrade de Level, que é determinado por quantidade de pontos, seja por matança, seja por recolher ouro, que dão pontos, ao longo do game.

É possível também ganhar upgrades em ataque e defesa, mas esses se dão por itens recolhidos durante o game, normalmente (99% das vezes), após derrotar um chefe, ou passar de fase.

Esse é o resumo de toda a jogabilidade do game, que não é muito profunda, é verdade, mas segura a diversão que quem joga tranquilamente. Para compensar, a máquina permite que três personagens joguem simultaneamente, o que amplia a diversão potencialmente.


O design dos personagens e cenários é bastante inspirado, com personagens interessantes, em especial os chefes dragões, e dão o clima de game medieval desejado. Ambos são bem detalhados, apesar de os personagens e inimigos não ser muito grandes na tela o quanto poderiam. As animações dos personagens no geral não são muito variadas, o que é um ponto notadamente negativo, mas que não chega a estragar a experiência.

As músicas e efeitos sonoros de The King of Dragons cumprem bem o seu papel, não podendo ser consideradas obras primas de sua época, apesar de a música tocada durante as batalhas contra os chefes ser bastante inspirada e gostosa de ouvir, sendo uma daquelas musicas de “grudar na mente”.

Um game cultuado para quem dele gostava, assim como um game bastante criticado por seu sistema simples de jogo para quem dele não gostava. Assim foi/é The King of Dragons, um game que, para o bem ou para o mau, é um clássico Old School eternizado na linha cronológica de vida dos games.

PS: No Brasil não era muito fácil encontrar uma dessas máquinas para se jogar, pelo menos na cidade onde resido nunca vi uma disponível, mas por certo, em bons centros de jogos eletrônicos em São Paulo ou no Rio de Janeiro, possivelmente, máquinas dessas poderiam ser encontradas. A maioria dos jogadores no Brasil tiveram contato com esse game originalmente no SNES, em uma conversão notadamente inferior, o que era comum na época.


Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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