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The King of Fighters XIV

Finalmente o rei está de volta. Após muita expectativa e polêmica, The King of Fighters está de volta, agora em sua décima quarta edição. Se veio para ficar ou se será somente mais um fighting game na multidão é o que veremos a seguir.

Direto e reto, apertando a ferida para machucar, o visual de The King of Fighters 14 é fraquíssimo. Passando a pomada na ferida, apesar de fraco o visual não atrapalha em nada o desempenho e qualidade do jogo enquanto fighing game.

Por certo o visual final do game é bem superior do que os modelos tridimensionais absolutamente horrendos mostrados nos primeiros trailers, ainda assim passam longe de estarem bons.

Os modelos são construídos com muito menos polígonos do que o esperado, as texturas são simplistas e artificiais, são poucos os detalhes nas roupas de alguns personagens e até mesmo a direção de arte passa longe de ser competente para com alguns chars. Os cenários não possuem nenhum tipo de atrativo visual, sofrem dos mesmos problemas de qualidade de texturas e detalhes e alguns são totalmente mortos, sem nenhum tipo de movimentação no background.

Os efeitos especiais dos poderes, efeitos de iluminação entre outros também são extremamente simplistas. Enfim, a composição visual do todo nos remete aos games de primeira geração do Playstation 3 / Xbox 360.

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Se isso foi resultado de uma decisão consciente acerca da identidade visual do game, ou se foi falta de dinheiro da SNK para investir mais nesse quesito, não mais importa nessa altura do campeonato. O que importa é que o jogo já está disponível e que seu visual é fraquíssimo.

Mesmo os filmes em CGI que rolam ao longo do modo história são visualmente datados.

Por falar em modo história, o mesmo possui uma história absolutamente boba, para não dizer que é funcionalmente nula. Narrativamente é uma das piores dentre todos os games principais da franquia, funcionando basicamente como um modo arcade de luxo. Se você achou o storytelling de Street Fighter V bobo, ainda não viu nada.

Pronto. Acabamos de tratar os pontos negativos de The King of Fighters 14. Daqui para frente tudo é superlativo!

Partindo para o que mais importa em um fighting game, o gameplay. É com muita alegria que constato que a jogabilidade de KOF14 é absolutamente fabulosa.

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O primeiro mito que deve ser quebrado aqui é de o game é muito mais lento do que seus antecessores. A velocidade do game é basicamente a mesma de KOF13 e isso é o mesmo que dizer que KOF14 é veloz e furioso.

Como o usual nos games da franquia, a execução é de extrema importância. The King of Fighters sempre foi cruel para com novatos e para com quem não curte jogos de luta que possuem como foco principal a execução de combos relativamente grandes e com links apertados entre os golpes.

Para abarcar mais jogadores, KOF14 simplificou algumas das mecânicas de KOF13, apesar de continuar um game bem mais complexo do que seus usuais concorrentes.

Agora é mais simples cancelar golpes simples em especiais, bem como especiais em outros especiais. Ainda assim é necessário treino e timer para executar os combos mais complexos dos personagens.

Dentre as novidades em mecânicas de jogo se destaca o Extra Mode, que com o gasto de uma barra de especial faz com que os especiais de cada char sejam mais fortes por um período de tempo limitado. Isso permite linkar golpes que sem o Extra ativo não eram linkaveis, aumentando assim as possibilidades de customização de combos, bem como o dano total causado no oponente.

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Graças ao visual tridimensional agora os Climax Super Moves possuem uma pequena animação, com direito a movimentação de câmera e tudo mais. Algo similar aos Super Moves de Street Fighter 4.

Foi implementado também um “auto-combo” que é executado pressionando freneticamente o botão de soco fraco. Isso foi implementado para permitir com que os novatos na franquia possam aproveitar mais do jogo, conseguindo executar algum combo sem a necessidade de se conhecer o core do game.

Se esse “auto-combo” irá auxiliar a desequilibrar algum embate, como ocorria com o Cross Rush de Street Fighter x Tekken, somente o tempo dirá.

Ainda estão presentes os rolamentos, os quatro diferentes tipos de salto, os links apertados para combos mais complexos, entre outros. Afinal de contas, ainda é um The King of Fighters.

Apesar de KOF14 possuir mecânicas mais simplificadas o game ainda é muito complexo para um novato na franquia. É necessária dedicação para compreender a real utilidade de cada um dos movimentos básicos de todos os personagens para, em seguida, começar a compreender as particularidades de cada um dos 50 chars disponíveis. A curva de aprendizado do game é bem íngreme, mesmo que menos íngreme do que a dos games anteriores da franquia.

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Isso mesmo, o elenco de KOF14 conta com 50 personagens, entre clássicos e inéditos. Apesar de ser algo positivo um game de luta apresentar tantas opções de personagens, também é um complicador para quem quer masterizar o jogo por completo, afinal são 50 match-ups diferentes para aprender e isso é muita coisa.

Quanto aos personagens novos, importante citar que infelizmente eles não possuem o mesmo carisma dos clássicos. Isso ocorre por que o modo de história não os desenvolve a contento e a identidade visual única de cada um é comprometida devido ao nível técnico baixíssimo do gráfico do jogo. O jogador não consegue, em nenhum momento, se identificar com nenhum deles.

Os embates ainda seguem o padrão de 3 x 3, o que é basicamente um pré-requisito quando se trata de um The King of Fighters.

Ao contrário do fiasco de Street Fighter V, The King of Fighters 14 é um game recheado de conteúdo single-player e multiplayer. Em suma, todos os modos presentes em KOF13 estão presentes, mas com melhorias em modos pivotais.

Destaco aqui os modos de tutoriais e de trials.

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The King of Fighters 13 possuía ambos os modos, mas eles falhavam miseravelmente em ensinar as mecânicas básicas de jogo. KOF14 faz isso com muito mais competência, mesmo que ainda não sendo tão efetivo quanto o visto em Street Fighter V e Guilty Gear Xrd.

O modo online, presente em KOF12 e 13, era absolutamente impraticável em ambos os games. Devido a isso, esse modo era um dos maiores temores dos entusiastas de KOF14. Felizmente o netcode do game atual, apesar de eventualmente inconsistente, é bem competente e garante boas lutas. Não é nada que substitua o multiplayer local, assim como em qualquer outro fighting game competitivo, mas é funcional.

A trilha sonora de The King of Fighters 14 é competente, mas não se sustenta quando comparada a trilha de games anteriores da franquia. O próprio KOF13 é inenarravelmente melhor nesse quesito. Destaque aqui para a música tema do jogo “Follow Me”, que é tocada na apresentação do game e possui toda a energia de uma boa partida de KOF.

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Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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