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The Last Guardian

Acredite se quiser, finalmente “The Last Guardian” (TLG) viu a luz do lançamento no PlayStation 4. Foram quase 10 anos gastos pelo game designer Fumito Ueda e o seu Team Ico (e finalizado pelo estúdio genDESIGN), o mesmo estúdio responsável pelos clássicos “Ico” e “Shadow of the Colossus” no Playstation 2.

Originalmente previsto para o PlayStation 3 para 2011, o projeto foi movido para o PS4 e somente agora foi lançado. E será que toda essa espera valeu a pena? Venha com a gente e confira o que achamos do jogo.

Meu Amigo Trico

A narrativa, como já era de se esperar, é o elemento de destaque do game, focando-se no desenvolvimento da amizade entre um garoto e uma criatura gigante semelhante a um grifo, meio mamífero, meio ave.

A aventura épica começa com o menino despertando em uma caverna e com o corpo cheio de estranhas marcas/tatuagens, os quais ele não faz ideia de como foram parar lá. Ao olhar para o lado, ele percebe a criatura conhecida como “Trico“, devoradora de homens, que está ferida e presa a uma corrente.

A história é narrada por um homem mais velho (em um idioma exclusivo do jogo, mas com legendas em português), que relembra a sua juventude e seu encontro com Trico – confira o início do game no vídeo abaixo:

A estrutura e mecânicas do jogo se resumem na interação da inusitada parceria entre os dois, através da resolução de quebra-cabeças bem elaborados. Para superar os obstáculos, o jovem e Trico devem trabalhar em conjunto para executar tarefas da maneira correta. Diferente de “Shadow of the Colossus“, os combates aqui não são prioridade, e sim a exploração.

E realmente essa interação entre os dois acaba envolvendo, e cativando, os jogadores que acompanham o desenvolvimento dessa bela história e que nos faz lembrar de animes consagrados como “Meu Amigo Totoro” e “Princesa Mononoke“, de Hayo Miyazaki/Studio Ghibli ou ainda a animação “O Gigante de Ferro“. Se você curte esses animes, certamente vai se encantar por TLG também!

A ambientação do universo de TLG é fantástica, seguindo os passos dos dois títulos anteriores de Ueda, sendo composto por ruínas gigantescas misteriosas e enormes cenários/áreas, trazendo uma grande sensação de solidão e abandono.

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Problemas antiquados

Infelizmente, apesar de todo o hype e entusiasmo dessa mega-produção, de todos os anos de espera e promessas do time de desenvolvedores, é impossível não ver as marcas do tempo e fechar os olhos para alguns problemas presentes no jogo.

Primeiramente, os controles do garoto são meio “entruncados” e “pesados“, especialmente na hora de subir em Trico (impossível não lembrar de Shadow of the Colossus nessas horas), assim como subir e descer plataformas, que deveriam ser tarefas simples mas podem se tornar árduas. Podemos também perceber várias quedas de framerate durante o jogo na versão testada que foi a de PS4 normal, não ficando em 30 fps constantes e que chegam a afetar alguns saltos em cenários que estão desmoronando, por exemplo.

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Além disso, os ângulos da câmera atrapalham bastante, especialmente em espaços mais apertados, onde a criatura ou trechos dos cenários ficam em nossa linha de visão ou nos faz perder a noção de onde estamos. Apesar de ser controlável, ela quase sempre é difícil de se posicionar em uma posição ideal, lembrando os tempos de PS2 ainda.

É difícil de aceitar que um jogo que passou quase 10 anos em desenvolvimento apresente problemas extremamente defasados e antiquados como esses, ainda mais com a expectativa de todos os fãs em cima dele. Claro, não chega a ser problemas críticos, mas podem ser frustrantes/irritantes as vezes.

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Outra coisa chata (pelo menos para mim), essa feita propositalmente eu imagino, é que a Inteligência Artificial de Trico deixa a desejar em vários momentos. Por ser um animal selvagem, ele tem um comportamento aleatório, sendo comum vê-lo perdido nos cenários sem saber o que fazer, mesmo recebendo uma série de orientações do garoto para realizar uma determinada ação (em alguns puzzles é necessário colocá-lo em uma posição exata para poder alcançar novas áreas) – se até cães e gatos não nos obedecem, imaginem uma criatura como Trico!

Por fim, TLG não apresenta uma qualidade visual que aproveite todo o potencial desta geração, mas mesmo assim possui uma direção de arte impecável, seguindo o padrão artístico majestoso de Ico e Shadow, que certamente fica impregnado em nossa memória.

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Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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