Lançado em dezembro de 1994, o jogo do “Rei Leão” veio na carona no sucesso avassalador de uma das melhores animações da história da Disney até hoje – o filme foi lançado em junho do mesmo ano.
As principais plataformas que receberam o game foram o Mega Drive (que chegou a ser vendido junto com o console por um tempo) e Super Nintendo, que na época estavam em uma disputa acirrada pela dominação do mercado de 16 Bits. Mas o game também recebeu versões para outras plataformas como o NES, Game Boy, PC, Amiga, Master System e Game Gear (com uma versão tão boa quanto aos dos 16 Bits!).
Nossa retroanálise vai tratar das versões mais populares, os dos 16 Bits, que foram desenvolvidas pela Westwood Studios(sim, de Command & Conquer), subsidiária da Virgin Games e depois foi comprada pela EA.
Assim como já havia feito com a Sega em “Aladdin” (a versão do SNES ficou ao encargo da Capcom, e por isso ficou com um resultado inferior), a Disney ajudou na produção, desenvolvendo as animações e cenários de fundo, assim como a trilha sonora, toda baseada nos temas do próprio filme.
MD vs SNES
Mas, antes de começar a análise, vamos para as inevitáveis comparações de MD vs SNES e as tradicionais discussões “o meu é melhor do que o seu“. Em termos de design de fases os dois games são praticamente idênticos, possuindo as mesmas fases, cenários e inimigos.
Em termos gráficos são praticamente iguais também, com algumas poucas diferenças: a versão do SNES possui um visual mais pálido e suave, devido ao seu maior número de cores na tela, enquanto que o MD possui cores e contrastes mais fortes. Ao meu ver, nenhum é melhor do que o outro nesse quesito, é apenas questão de gosto.
Porém, em algumas fases podemos perceber que o MD possui um efeito parallax (movimentação do cenário ao fundo) melhor do que o rival. Enquanto no SNES temos uma tela estática, no MD podemos ver nuvens, montanhas e florestas se movendo de maneiras diferentes, o que cria uma sensação visual mais bonita.
A trilha sonora de ambas as versões possuem os mesmos temas, porém no SNES ela é bem mais suave e orquestrada, enquanto no Megão ela é mais “crua” e enérgica. Na minha opinião, a versão do MD combina mais com o estilo do jogo, mas novamente, vai da opinião do freguês, se ele está afim de ir num concerto e ver uma orquestra comportada ou curtir um show de rock frenético. Ambas as trihas sonoras são excelentes, sem dúvida.
O grande diferencial, ao meu ver, está na jogabilidade. A versão do SNES é mais “entrucada“, o que deixava o jogo bem mais difícil, enquanto no MD temos uma jogabilidade mais suave e acessível, especialmente na hora de segurar nas bordas de plataformas.
Mas encerro essa discussão dizendo que não importa qual versão você jogue, ambos são excelentes games quase idênticos e com certeza irão te divertir por muitas horas. E se você não acredita em mim, tire suas próprias conclusões vendo abaixo um vídeo comparativo entre as duas versões:
Um game digno do Rei das Selvas
O jogo possui no total 10 fases, sendo seis com o Simba filhote e quatro com ele adulto, com cenários inspirados e muito semelhantes ao material original do filme, apresentando uma das melhores ambientações game/filme já vistas.
O design artístico é belíssimo, assim como as animações, graciosas e cheias de vida, como os desenhos da Disney. Certamente os games de “Rei Leão” e “Aladdin” (no Mega Drive) possuem as mais belas animações da geração 16 Bits.
Assim como no desenho, somos apresentados a um jovem Simba e essa primeira parte do game pode se mostrar bem desafiadora, já que o leãozinho não tem muitas opções de ataque a não ser pular em cima dos inimigos e um miadinho mequetrefe.
Lá pela metade do game começamos a jogar com um Simba adulto, que agora possui um rugido mais poderoso e útil, além de poder usar suas garras para estraçalhar a bicharada que vier pela frente, o que torna as coisas um pouco mais fáceis – mas só um pouco. Os controles são simples: pulo, rugido e garras.
Como um bom jogo de plataforma 2D, “Rei Leão” oferece cenários com ação na horizontal e na vertical, com inimigos posicionados em lugares estratégicos, especialmente para dificultar sua jornada. Há muito o uso de plataformas, Simba vai precisar o tempo todo pular em lugares minúsculos, se agarrar em bordas, escalar superfícies e assim por diante. O jogo não chega a ser extremamente difícil, mas as primeiras partidas podem parecer bem cabulosas.
Por fim, a trilha e efeitos sonoros estão espetaculares, tudo vindo diretamente do desenho animado, com direito a algumas vozes digitalizadas entre as fases.
Enfim, um dos melhores games com qualidade Disney da geração 16 Bits que você vai encontrar.
