Análises

The Saboteur

E parece que os jogos baseados na Segunda Guerra Mundial estão longe de terminar

Eis que temos “The Saboteur” para PlayStation 3, X360 e PC, o lançamento do estúdio Pandemic, que de vez em quando lança uns títulos bacaninhas, como a franquia “Mercenaries” e “Star Wars Battlefront” – e que infelizmente fechou as portas recentemente, mas a Eletronic Arts, a casa mãe da Pandemic, garantiu que as franquias da empresa irão continuar… será? Mas voltando, em Saboteur você vai ter que matar… adivinha? Nazistas, é claro, que grande novidade não?

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Mas antes de falar sobre o jogo, a título de curiosidade vale a pena informar que em 1985 era lançado “Sabouter!” para os computadores da época como ZX Spectrum e o Commodore 64. O game ainda ganhou uma sequência, lançada em 1987, que apresentava uma protagonista ninja gostosona (ok, para os padrões gráficos da época nem era tão gostosona, mas foi uma das primeiras protagonistas feminina nos games).

É claro que do jogo original para o atual muita coisa mudou (para melhor) e um game nada tem a ver com o outro. Felizmente não temos mais um FPS no mercado, mas sim um jogo em terceira pessoa com muita ação, aventura e espionagem. Mas peraí, isso não é “Metal Gear Solid“? Não exatamente, mas temos elementos do clássico de Hideo Kojima, além de outros grandes jogos. Será Saboteur uma despedida gloriosa dos estúdios Pandemic? Confira a seguir.

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Um irlandês na Paris nazista

A história gira em torno de um homem chamado Sean Devlin (que é levemente baseado no herói de guerra William Grover-Williams), irlandês, antigo mecânico, agora piloto de carros de competição. Como um cara desses vai parar em Paris durante a Segunda Guerra?

Tudo começou quando Sean foi até a França com o seu professor e o seu melhor amigo, Jules, para participar de um grande torneio de corrida. Alheio à invasão dos Nazis, Sean conhece o seu arqui-inimigo, o alemão Kurt Dierker, que acaba de ganhar a corrida de forma ilegal  e que também é um oficial Nazi. Sem saber do perigo, Sean e Jules, infiltram-se na base alemã para destruir o carro do adversário, mas acabam presos como espiões. Jules, o seu grande amigo, é brutalmente morto em frente de Sean, que jura vingança contra Dierker. Sean consegue escapar e se esconde em um bordel, com lindas garotas vestidas de lingerie ou em topless (uhuull).

É aí que Sean conhece Luc, um representante da “Resistência” que pede a sua ajuda para lutar contra os Nazis, e a trama vai se desenvolvendo. Um enredo bem bacana, meio apelativa até, mas fugindo dos clichês de jogos da Segunda Guerra e com um toque cinematográfico. Além de uma história que prende a atenção do jogador, a personagem principal é bem carismática, um irlandês com sotaque típico e sempre com um ar de durão, malcriado, mas inteligente e  que sabe muito bem como se relacionar com as mulheres. Lembra um pouco o personagem de Brad Pitt no filme “Bastardos Inglórios“, com aquele sotaque texano.

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Visual cinzento

Mas passando agora para o visual do game, os gráficos não utilizam todo o seu potencial, e por vezes chega a ser meio feio, com animações estranhas, design de personagens mal feitas e um baixo nível de texturas, especialmente quando se está em cima de prédios. Não chega a ser muito fraco, mas podia ser melhor. Porém, uma inovação bem interessante é o efeito preto e branco, usado para retratar a opressão nazista, ocasionalmente com algumas cores visíveis, tudo muito ao estilo do filme “Sin City” (olha o toque cinematográfico aí de novo). Quanto maior as forças inimigas, mais cinzenta e sem vida são as áreas. A medida em que a “Resistência” inspira as pessoas, essas zonas passam a ter cor, mas não significa que não há nazis, e sim que há um número menor deles.

Como o nome do jogo já revela, você pode praticar algumas “sabotagens” em tanques e carros e faze-los explodir em cima dos nazis. Você pode ainda operar em modo “Stealth“, ou seja, você discretamente vai verificar se há alguém olhando para você e sorrateiramente vai quebrar o pescoço de um nazista e roubar seu uniforme, para poder andar em áreas restritas sem levantar suspeitas.

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A progressão do jogo é boa, com uma dificuldade mediana, porém sem muitos extras, o que não incentiva a novas jogadas depois de terminado. A mecânica do jogo é em visão na terceira pessoa e é uma mistura de jogos como “Metal Gear Solid“, “Assassin’s Creed 2” e “Uncharted 2“, apenas para citar algumas referências. O jogo segue o modelo “sandbox“, ou seja, um mundo aberto no qual você pode explorar o cenário na forma que quiser, como em GTA IV.

A exploração é fácil e a área bem extensa, com presença de grandes marcos turísticos da Paris dos anos 40 e com muitos alvos à disposição como postos de combustíveis, carros, tanques e outras coisas mais. Existem vários prédios que se pode escalar, muito tiroteio ou combates corpo-a-corpo contra os nazistas e várias missões, que vão desde corridas de automóvel, a fugas, perseguições, assassinatos e muitas outras missões.

A trilha sonora é inspirada nas músicas da época e com características da música francesa, são boas mas sem nada de extraordinário, cumprem o seu papel. As vozes estão muito boas, com sotaques carregados que demonstram a variedade cultural e linguística na Europa. Os dialógos não são muitos inspirados e algumas personagens poderiam ser melhor trabalhadas, mas a personagem principal, Sean Devlin, tem muita personalidade e vida com o seu sotaque irlandês, com uma veracidade muito competente.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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