Análises

The Walking Dead: Season 2 – Episode 1 – All That Remains

A primeira temporada do game “The Walking Dead“, composta por cinco capítulos, ganhou diversos prêmios em 2013, além de conquistar milhares de fãs e a crítica especializada. Mas também não é para menos, a Telltale Games conseguiu reproduzir na tela dos videogames a mesma atmosfera e o universo criado por Robert Kirkman, que ganhou o mundo em sua série de TV e nos quadrinhos.

E felizmente não demorou muito para que a produtora lançasse o primeiro episódio da segunda temporada, utilizando a mesma estrutura de narrativa de apontar-e-clicar do anterior, sendo que as escolhas feitas anteriormente vão afetar a história neste novo jogo. Após o episódio especial “400 Days“, que fez a ponte entre a primeira e segunda temporada, a aventura agora é protagonizada pela carismática garotinha Clementine. Mas controlar uma menina de 10 anos é bem diferente do que controlar um adulto (o antigo protagonista), e a pergunta que não quer calar é: será que a Telltale conseguiu manter o alto nível de qualidade apresentado anteriormente? Leia nossa análise sobre “All That Remains” e descubra.

Pau na Zumbizada!

O maior destaque do jogo, que é a sua narrativa, continua formidável, mantendo o mesmo nível da primeira temporada, com um roteiro bem amarrado, com reviravoltas emocionantes, diálogos intensos e momentos angustiantes – com algumas cenas bem perturbadoras – que nos mostram o pior do mundo e da humanidade. Sem dar spoilers e estragar a surpresa de ninguém, a nova aventura se passa 16 meses após o final da temporada anterior e nos mostra uma Clementine bem mais madura e experiente, que sabe como se virar sozinha. Mas uma coisa é certa: ela não é mais aquela doce e inocente menininha que nós conhecemos anteriormente.

Sendo a personagem principal, e não mais a “criança que deve ser protegida do mundo malvado” do game anterior, o jogador tem a opção de moldar a sua personalidade, seja de forma infantil, cínica, honesta, desonesta, entre outras possibilidades que vão surgindo ao longo da sangrenta jornada. Justamente por ela ser uma menina, a carga de emoção e profundidade é bem maior, e algumas das escolhas mais difíceis do jogo vem através de suas palavras ou ações, do que de outros personagens ou a de escolher quem salvar ou não. Isso, junto com a ótima dublagem de Melissa Hutchison (acredite se quiser, ela tem quase 40 anos!), cheia de carga emocional, fazem de Clementine uma das personagens mais queridas dos últimos tempos.

Mantendo a estrutura

A mecânica do jogo segue o mesmo esquema dos episódios anteriores, e ainda faz um ótimo trabalho como ferramenta de interação entre jogador e game. É fácil de ver nos cenários os objetos que podem ser utilizados, assim como as cenas de ação QTE frenéticas que necessitam de botões pressionados rapidamente. Os quebra-cabeças também estão de volta, mas de forma bem mais atenuada, não tendo situações  realmente desafiadoras. Prestar atenção nos detalhes nos ambientes pode salvar a sua pele, ou abrir novos diálogos.

O visual estilizado cell shading continua maravilhoso de se ver, lembrando uma história de quadrinhos, com áreas realmente detalhadas e um design artístico impecável. A trilha sonora é fantástica, pontuando momentos calmos ou tensos na medida certa, não importante o que esteja acontecendo. Junto a isso temos um competente time de dubladores, com ótimas performances em todos os personagens.

Nem tudo são “miolos” comestíveis

Infelizmente o capítulo não está livre de alguns defeitinhos, sendo o mas notável as “engasgadas” no motor gráfico, com problemas de framerate terríveis, especialmente na transição de cenas, o que acaba estragando um pouco o ritmo da coisa. Assim como os anterior, algumas telas de carregamento para novas áreas são um pouco demoradas, mas nada que chegue realmente a comprometer a diversão. A duração do jogo também é extremamente curta, cerca de apenas 90 minutos, deixando aquele gostinho de “quero mais” até o próximo episódio. E obviamente, o título é recomendado para quem já jogou os episódios anteriores, senão é como assistir uma série a partir da sua segunda temporada e você poe ficar meio perdido, apesar da história ser independente – mas as sutilezas serão perdidas.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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