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The Witcher 3 – Visual impressionante, imersão e liberdade | Impressões

The Witcher 3 - Wild Hunt - Wallpaper Full HD - 1920x1200

Enquanto que a indústria faz jogos com partes faltando para oferecer DLCs pagos, DRM em plataformas digitais e mídias físicas que não vem mais manual, a CD Project Red foi na contramão de tudo isso, ficando do lado do consumidor e entregando algo raro hoje em dia. O GOG, serviço digital de games deles, não tem DRM nos seus jogos e a versão física de “The Witcher 3: Wild Hunt” vem caprichada, com manual impresso, uma carta agradecendo o jogador, e pacotes gratuitos que eles irão disponibilizar regularmente. Eles ganharam a confiança do jogador, e com o terceiro game da série, que teve mais de 1 milhão de cópias de pré-venda, vem para ficar entre os melhores RPGs da nova geração de consoles, que ainda está engatinhando, e que terá ainda muita lenha pra queimar.

A franquia começou a ter mais sucesso a partir do segundo jogo no PC e no Xbox 360, e com o terceiro, multi-plataforma e direto na nova geração, eles foram além na qualidade gráfica e na imersão e liberdade dos jogos. O enredo inicial traz o bruxo Geralt de Rivia indo atrás de Yennefer, o grande amor da vida dele e uma feiticeira, e ele está seguindo as pistas e o rastro dela, que tinha pedido para se encontrar com ele em uma determinada localidade. O início do jogo traz um tutorial de combate, ambientado em uma época diferente e dentro de um sonho do bruxo, onde é mostrado um pouco da infância e do treinamento de Cirilla, uma aspirante a bruxa e que será jogável posteriormente em um determinado ponto do jogo. Ela tem uma personalidade forte e que “apronta altas confusões”, e no final do sonho vira um pesadelo, com a chega da Wild Hunt, um grupo de cavaleiros fantasmagóricos que vão causar destruição por aí (sugerindo que eles serão os principais vilões do jogo).

The Witcher 3 - Pomar Branco

Voltando à época atual, o game começa pra valer, com ele seguindo os rastros de Yennefer e junto com o Vasemir, um bruxo mais idoso e um tanto mais escrachado, onde a gente chega numa vila próxima e já ajuda um NPC, que dependendo de suas escolhas de diálogos, pode virar um comerciante de itens mais amigável. Não cheguei a testar outras opções de diálogos, mas como gosto de ser meio “paz e amor” com todo mundo, então tento ser o mais bem-educado quando possível. Claro que o jogo é mais cruel e realista por conta da população em geral não gostar de bruxos, com ele sofrendo preconceito de diversos NPCs.

Ao passar as partes iniciais (que também introduzem o gwent, um mini-game de cartas estratégicas de tabuleiro) o jogo já dá liberdade para o jogador, com ele podendo seguir as missões principais ou fazer as missões secundárias, que ele pega de NPCs espalhados pelo mundo e no mural da vila. Com a imensidão dos cenários, em um determinado momento do jogo também te dá a opção de “viagem rápida”, para quem não quiser cruzar grandes distâncias com o seu cavalo Carpeado.

Com as missões, o jogo também sugere o nível ideal para fazer a missão, além de sugerir fazer as missões secundárias, para conseguir mais recursos e dinheiro, dando uma enorme liberdade para o jogador parar a missão principal e fazer algumas missões secundárias. Outras serão mais difíceis, como coletar todas as cartas de gwent, mas outras são mais próximas de onde você está, sendo mais rápido o deslocamento.

The Witcher 3 - Kaer Morhen

O game também oferece o clássico recurso de crafting, onde o herói pode criar itens de alquimia, visitar um ferreiro/artesão para ele confeccionar itens e armaduras, compra e venda de itens e coleta de ervas e materiais pelo mundo. Aqui também tem um pouco de semelhança com o “The Elder Scrolls V: Skyrim“, trazendo a possibilidade de pilhar outros locais e ser taxado de “ladrão”, ganhando a hostilidade local dos guardas e dos NPCs caso seja visto.

Já a dublagem também está sensacional, trazendo diversos dubladores conhecidos de filmes, e tudo no jogo foi dublado, desde falas aleatórias dos NPCs, palavrões que os personagens comentam às vezes, as falas principais, um trabalho impressionante da CD Project Red. Claro que a dublagem tem algumas falhas, como o ferreiro, que tinha uma determinada fala e após ter completado a missão do Piromaníaco (uma das primeiras missões secundárias do jogo) ao conversar com ele novamente a voz mudou completamente. Na guarnição dos guardas durante a missão principal (quando ele fica sabendo do grifo que matou diversos soldados), conversei com um artesão (que foi dublado por um famoso dublador) e ao conversar com o comandante da guarnição o dublador praticamente foi o mesmo.

The Witcher 3 - Pomar Branco

Como o processo de dublagem não traz tantos identificadores com mais precisão, aí fica difícil mesmo ter mais fidelidade, ainda mais em um game dessa magnitude, fora que seria necessário um batalhão de dubladores para ter vozes diferentes, o que encareceria muito o custo deles e da Warner (que está distribuindo o game por aqui). Mas só deles terem tido a coragem de dublar inteiramente um game imenso é digno de nota, pois muitos jogos atuais só teria legendas, e RPGs mais antigos ou de menor custo os NPCs nem tinham voz direito, tendo apenas dublagem nos trechos principais. Em The Witcher 3 até a cantoria descompromissada de um garoto ou os resmungos de uma camponesa foram dublados, fora a voz do Geralt, que foi feita pelo dublador Sérgio Moreno, que ficou bastante conhecido pela voz do Gil Grissom, o principal investigador das primeiras temporadas de CSI.

Com o tratamento dado a mídia física da CD Project RED, o visual impressionante e next-gen dos cenários e a liberdade dos RPGs de mundo aberto, The Witcher 3: Wild Hunt é altamente recomendado, trazendo algo próximo da série “Game of Thrones” nos RPGs atuais. Os gráficos no PS4 impressionam, mas se o jogador tiver um PC realmente potente, ele pode optar por esta versão, que tem mais efeitos visuais e gráficos “next-gen”, mas as versões de consoles não ficam atrás. Optei pelo PS4 para ter mais garantia de conseguir jogar, por conta da configuração mínima estar acima do que tenho atualmente com a minha placa de vídeo. Antes achava que o Geralt seria muito carrancudo com as pessoas, mas me enganei e ele tem um estilo meio escrachado, mesmo estando bastante sério com a situação atual do mundo, tendo um semblante mais calmo e experiente. E para quem quer ter algo mais acessível e menos intimidador que o Bloodborne (da From Software e sucessor espiritual da série Souls), o The Witcher 3 é altamente recomendado!

Rodrigo Flausino

Editor de conteúdo do GameHall e do Select Game e desenvolvedor de softwares nas horas vagas. Meio ranzinza de vez em quando, mas é gente boa. Vivia reclamando. Gamer quase hardcore. Tem um PS3, um PlayStation 4 e um PC razoável que roda a maioria dos games atuais!

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