Análises

Thor: God of Thunder

– Apesar de bom sistema de combate, jogo de Thor não convence –

Será que “Thor: God of Thunder” continua com a maldição de games ruins inspirados em filmes? Leia abaixo e descubra.

O jogo segue o estilo de ação com perspectiva em terceira pessoa. Sua história (que contou com a colaboração do roteirista de quadrinhos Matt Fraction, que já trabalhou com o herói) não é uma adaptação do filme, mas sim uma história inédita e exclusiva para os videogames, que se passa antes dos eventos mostrados no filme. Apesar disso, o enredo de ambos são similares: graves desastres ocorrem em Asgard, o reino dos deuses nórdicos, quando um grupo de monstros gigantes do gelo invadem os seus salões sagrados, causando o caos e destruição. Thor, metidão a macho man, parte então numa jornada para derrotar todos os seus inimigos, enquanto o seu próprio irmão, Loki, tentar usar a situação para seu benefício próprio, manipulando Thor e outros para atingir suas ambições de poder.

Ao longo da aventura, o jogador encontrará vários elementos do filme na trama, mas também há elementos e personagens inspirados nos quadrinhos que não apareceram na película, o que com certeza vai agradar os fãs de longa data do loirão asgardiano. Em termos de história, o game está bem desenvolvido, Thor deve passar por inúmeros mundos da rica mitologia nórdica, enfrentando monstros e inimigos como Ulik, Ymir e Surtur (todos vindos dos quadrinhos). Para isso, o herói conta com o seu lendário martelo Mjolnir como principal arma, além de poder controlar as poderosas forças elementais de tempestades de relâmpagos e do vento – afinal, ele é o deus do trovão.

Visualmente os gráficos são medianos, coloridos e com alguns detalhes interessantes, mas não chegam a ser memoráveis ou a impressionar pelas suas capacidades (o jogo possui suporte à tecnologia 3D, para os sortudos que a possuem em suas televisões). Tanto durante as batalhas como nas animações e cutscenes o jogo está fiel ao material original, porém as animações perdem bastante em qualidade, especialmente em diálogos entre os personagens, com expressões faciais não parecendo tão reais como poderiam ser. O jogo lembra um pouco os games da série “God of War”, mas longe de ser tão refinado quanto aos títulos do espartano, especialmente o terceiro episódio, para PS3, que serve como boa comparação para Thor.

A mecânica de jogo também lembra bastante os games estrelados por Kratos. Thor possui uma boa variedade de golpes corpo-a-corpo, combos,  golpes à distância e habilidades especiais, além de ser possível agarrar inimigos com animações especiais. O martelo possui três tipos de magia à sua disposição: trovões, relâmpagos e ventos. Cada uma delas possui suas vantagens e desvantagens dependendo do tipo de inimigo que se enfrenta.

E falando em inimigos, são hordas deles, e infelizmente não há uma grande variedade. O começo do jogo é bacaninha, mas depois de algumas horas, torná-se cansativo enfrentar os dois tipos de inimigos do gelo por horas e horas. Lá pela capítulo seis novos cenários e oponentes aparecem, para se repetirem por mais algumas horas até mudarem novamente. Pelo menos há alguns sub-chefes mais reforçados no meio do caminho. A luta contra os chefes, geralmente gigantescos, também são agradáveis, apesar de não oferecer grandes desafios. É possível ainda evoluir (ou adicionar) alguns atributos de Thor para deixá-lo mais poderoso e versátil, com novos movimentos, golpes, combos e magias. O sistema de combate em si é bem prático e agradável, o problema mesmo é a falta de uma maior variedade de inimigos ou de outras coisas para fazer, como alguns quebra-cabeças ou explorar melhor o uso dos cenários para encontrar caminhos diferentes. Basicamente, bata no que estiver na frente e avance linearmente. Isso pode ficar monótono depois de umas horas.

A parte sonora do game é bem construída, com uma trilha sonora que pode não primar com temas inesquecíveis, mas que faz bem o seu papel em criar uma atmosfera dramática e tensa para o jogador. Os efeitos sonoros também são consistentes, com diversos ruídos de combate, explosões, terremotos, tremores, trovões e outros efeitos, que ajudam a criar uma sensação de agressão e caos. A dublagem não é sensacional, mas ambos os atores principais (Chris Hemsworth e Tom Hiddleston reprisando os seus papéis como Thor e Loki, respectivamente) fazem um bom trabalho ao emprestarem suas vozes para suas versões virtuais.

O título possui cerca de 10 horas de jogo, que podem ser aumentadas se você quiser colecionar e desbloquear tudo que for possível, como habilidades especiais e novos trajes para o deus do trovão. Não há opção para modalidade multiplayer, mas pela natureza do jogo, nem teria como mesmo.

As versões para PlayStation 3 e Xbox 360 são praticamente iguais, já a versão para Wii sofreu uma queda bastante grande nos gráficos e visuais (a versão para Wii foi desenvolvida por outro estúdio) e possui cenários e fases diferentes das versões dos consoles HD. Porém também apresenta uma mecânica que se torna repetitiva com o tempo, e o visual pobre e design de cenários sem inspiração, tornam a experiência no Wii também mediana, longe da qualidade apresentada em Spider-Man: Shattered Dimensions”, por exemplo. Mas para quem sente falta de um “God of War” no console da Nintendo, até quebra um galho.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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