Nintendinho na veia!
O ano, 1986. Provavelmente muitos os leitores que aqui estão sequer eram vivos, e portanto, podem não compreender as lágrimas que correm pelo meu rosto enquanto escrevo essa análise.
O game que exponho aqui foi o segundo game de “navinha” com progressão vertical que me deixou “ligado” nele. O primeiro deles, claro, foi River Raid (game esse que ganhará uma análise aliás…). É com muito amor no coração que apresento a vocês Tiger Heli, versão para NES.
Um dos poucos games desenvolvidos pela Toaplan, empresa produtora de games nipônica, e distribuído pela Taito, Tiger Heli, como já dito acima, é um shooter com progressão vertical. No game, o jogador controla um helicóptero e tem como único objetivo destruir os inimigos que forem aparecendo pela frente. Simples assim.
O game não apresenta uma história que se faça justificar o embate, você tem de destruir o inimigo, pois, ao contrário, o inimigo destruirá você e ponto final.
Como todo bom shooter, o jogador tem a disposição aos tiros simples, que são infinitos, a bombas, que dilaceram os inimigos que, no momento, estão na tela e a Power-ups, para dar um upgrade no poder dos tiros simples. Em Tiger Heli, os Power-ups são de dois tipos: O primeiro, cinza, garante auxilio em tiros frontais, enquanto os Power-ups vermelhos garantes auxilio para tiros laterais. Existe também o Power-up verde, mas que na verdade garante ao jogador uma bomba extra tão somente.
Os auxílios dados pelos Power-ups não são somente incrementos de tiros no próprio helicóptero, mas sim mini helicópteros que se unem ao helicóptero principal para destruir os inimigos.
No tocante ao visual, e inimigos do game, Tiger Heli é um clássico game de primeira leva do NES, o que é compreensível, mas não gratificante.
Com relação aos cenários, eles são pobres, com poucas cores, e parecem sempre se repetir. Aliás, realmente se repetem. Tiger Heli é um game infinito, o que era comum na época. A cada quantidade fixa de estágios, que não são exatamente estágios, mas sim sessões passadas pelo jogador, o helicóptero pousa em um heliporto, nesse heliporto temos a contagem de pontos e o helicóptero volta a voar para mais ação. A partir desse retorno, os cenários se repetem ciclicamente, com a dificuldade aumentada substancialmente, dito isso, entenda que a partir desse retorno os tiros dos inimigos aumentam em quantidade e, em especial, velocidade.
Os inimigos sempre são os mesmos, não havendo mais do que cinco tipos de tanques diferentes. A maioria dos inimigos são destruídos com somente um tiro recebido e não existem chefes ao longo da jornada. Nem mesmo quando o jogador inicia um “repeteco” dos cenários em uma dificuldade maior os inimigos mudam, sejam de posição, sejam de layout. Nem mesmo a cor deles mudam.
Para fechar o assunto nesse tocante, vale ressaltar que Tiger Heli é um jogo bem difícil. Muito provavelmente não passará do terceiro “pouso/recomeço”, pois a partir daí, os tiros dos inimigos ficam absurdamente rápidos, e o helicóptero do jogador não é exatamente uma virtuose em agilidade.
A trilha sonora do game não é ruim, mas enche o saco uma hora, pois toca o game inteiro a mesma musica, que é boa. Os efeitos sonoros não possuem nada de especial, mas também não possuem nenhum demérito.
Com o controle na mão o game responde muito bem ao controle do NES. Com o duro e terrível direcional (sim, ele é assim. Isso é verdade e você sabe disso!) movimenta-se o helicóptero, enquanto que com os dois botões do joystick, atiramos e soltamos as bombas para nos salvar em momentos de desespero.
Simples e eficaz, Tiger Heli era entretenimento de qualidade. É verdade que, jogá-lo hoje em dia deixa um gostinho amargo na boca. Pelo menos para mim, o game não envelheceu nada bem, mas isso não deve ser motivo para demérito do game, afinal de contas, tudo tem o seu tempo. Steven Seagal sabe bem disso (piadinha interna).