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Top 10 jogos japoneses dos anos 80-90

Nos anos 80 e 90, a indústria de games era prioritariamente japonesa e muitos dos jogos ficavam restritos lá do outro lado do mundo. As razões para isso são inúmeras, mas na maioria dos casos eram as barreiras culturais que distanciavam ambos os mundos, visto que muitos dos games (geralmente os JRPGs) orientais que eram verdadeiros fenômenos em sua terra natal, muitas vezes eram vistos como tediosos pelos jogadores e pela mídia ocidental, tendo pouco apelo comercial na época.

No entanto, os anos passam, e o mundo globalizado faz com que tenhamos acesso a diversos jogos que anteriormente só os asiáticos tinham, seja com remakes, relançamentos, ou até mesmo através dos emuladores. Com isso descobrimos diversas joias para nossos antigos videogames, e cá entre nós: é clássico que não acaba mais! Por isso mesmo, resolvemos fazer um top 10 de jogos japoneses dos anos 80 e 90.

Marvelous: Another Treasure Island (Super Famicom 1996)

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Provavelmente você nunca ouviu falar deste game. Ele é um RPG bem obscuro criado pela Nintendo e dirigido por Eiji Aonuma, que atualmente é uma das principais mentes criativas por trás da série Zelda. Reza a lenda que justamente pelo seu trabalho em Marvelous: Another Treasure Island, o criador da série, Shigeru Miyamoto, o convidou para ser designer do Zelda Ocarina of Time, e depois dirigir o Majora´s Mask.

Lançado em 1996, quando diversos RPGs do Super Famicom (o Super Nintendo japonês) ficavam restritos lá do outro lado do mundo, Marvelous é um RPG de ação no melhor estilo Zelda a Link To the Past e Secret of Mana, onde você interage com outros personagens, explora as dungeons para descobrir coisas “aqui” e destravar passagens “acolá”, também sendo necessário coletar itens,  novos equipamentos, etc. A  história é contada de modo criativo, apesar dos clichês. Para quem curte o gênero, é obrigatório. No entanto só é possível encontrá-lo no idioma original, ou então pegar uma tradução não oficial feita por fãs.

Dragon Quest VI (Super Famicom 1995)

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Para quem não sabe, Dragon Quest é um dos pioneiros dos JRPGS, exercendo grande influência nos jogos do gênero, além de ser incrivelmente popular lá do outro lado do mundo, exercendo um papel similar ao que a série Final Fantasy tem aqui no ocidente. Aliás, antes da Square e a Enix se fundirem, ambos os jogos eram vistos como rivais no melhor estilo Sonic vs Mario ou Street Fighter vs Mortal Kombat. Infelizmente para nós ocidentais, poucos jogos da série chegaram por aqui, e esses poucos foram renomeados para Dragon Warrior.

Um dos que ficaram restritos lá no Japão é o Dragon Quest VI, considerado por muitos o melhor da série!  Isso graças a história criativa se passando tanto no mundo real quanto no mundo dos sonhos, além de personagens carismáticos e diálogos bem escritos. De acordo com a revista Nintendo Power, a ideia era que ele fosse lançado no ocidente sendo renomeado para Dragon Warrior V, mas a Enix acabou “voltando atrás”por achar que o jogo era “japonês demais” para o mercado ocidental, graças ao ritmo lento da aventura, e ênfase nos encontros aleatórios e no treinamento do personagem, que poderia ser considerado pelos americanos como repetitivo e tedioso.  Anos mais tarde lançaram um remake turbinado para o Nintendo DS, e finalmente o game chegou ao ocidente.

Pulseman (Mega Drive 1994)

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Outra grande joia que ficou restrita lá do outro lado do mundo! O jogo de plataforma criado pela GameFreak (que no ano seguinte ficaria famosa por Pokémon) explora de modo excepcional a capacidade gráfica do Mega Drive, além de ter excelente jogabilidade e um protagonista carismático. Parecendo ser uma mistura de Sonic com Megaman, Pulseman conta com cenários futurísticos, fases criativas, trilha sonora memorável, e dificuldade na medida certa. Lastimável que o personagem não tenha ganhado uma série própria, pois tinha tudo para ser mais um mascote do mundo dos games! Curte um bom game de plataforma? Não deixe de testá-lo!

Final Fantasy V (Super Famicom 1992)

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Hoje em dia é possível jogá-lo com certa facilidade, visto que houve diversos relançamentos para inúmeras plataformas diferentes. Porém, nos anos 90 isso era diferente, e o Final Fantasy V do Super Famicom ficou restrito por muitos anos lá do outro lado do mundo, mexendo com a imaginação dos fãs da série aqui no ocidente. A provável razão para ele não ter chegado aqui foi o relativo fracasso comercial do Final Fantasy IV (renomeado como Final Fantasy II),  aliado a reviews americanos, que analisavam os games japoneses, dizendo que o game tinha história fraca e um grande número de encontros aleatórios de inimigos.

É verdade que a trama dele não é tão elaborada quanto o antecessor, mas também é verdade que ela possui um ótimo ritmo, os personagens são carismáticos, e diversos momentos invocam “lágrimas masculinas”. Além disso, ele tem um enorme sistema de classes customizáveis, uma excelente trilha sonora (marca da série), e é bastante longevo para os padrões da época. Quem curte um JRPG old-school precisa jogá-lo! Recomendamos a versão do Gameboy Advance que é a que conta com melhor tradução, apesar da versão para iOS ter gráficos levemente melhorados.

Digital Devil Monogatari: Megami Tensei (Famicom 1987)

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Lançado para o Nintendinho japonês, o jogo foi desenvolvido pela Atlus (atualmente incorporada a SEGA) e foi o primeiro título da série de maior sucesso da empresa, sendo que a sub-série Persona é a mais famosa por aqui. O game é um JRPG de terror em primeira pessoa (lembra das dungeons do Phantasy Star do Master System?) onde você anda por longos corredores, batalha contra monstros para ganhar experiência, vai equipando itens, pode soltar magias, e tudo que você conhece num bom RPG tradicional.

Por outro lado, impressiona o quanto Megami Tensei é a frente do seu tempo, sendo pioneiro em muita coisa: foi um dos primeiros (talvez o primeiro) game futurístico cyberpunk, indo na contramão do estilo medieval que os games do gênero tradicionalmente tinham; um sistema de batalha automática para ajudar o jogador a avançar de nível sem tornar o game repetitivo, fora que diferente dos jogos da época, as batalhas são relativamente rápidas. Há também um sistema de monstrinho virtual no melhor estilo tamagotchi e um sistema de invocação de demônios, levando o jogador a recrutar inimigos para a equipe.

No Japão, Megami Tensei é considerada a terceira franquia de RPG mais popular dos anos 80-90, atrás de Dragon Quest e Final Fantasy.  Este game e sua sequência tiveram um remake para o Super Famicom em 1995, mas este também ficou restrito no mercado asiático. É verdade que atualmente ele é bem ultrapassado, com estilo “burocrático” dos menus, e as dungeons repetitivas soam bem agressivas,  mas vale estar na lista pela sua importância histórica nos jogos eletrônicos, e também por representar a origem da sub-série Persona.

Alien Soldier (Mega Drive 1995)

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Desenvolvido pela Treasure (famosa por Gunstar Heroes), Alien Soldier é um shooter que infelizmente ficou restrito lá do outro lado do mundo. Como se espera num game da desenvolvedora, o jogo é bom em tudo: gráficos, trilha sonora, jogabilidade, além de contar com um ritmo frenético e viciante. Além disso, ele é diferente dos jogos do gênero por contar com fases curtas  para enfatizar as batalhas contra os chefes, que geralmente são criaturas gigantes. Mesmo assim, o jogo é compensado com 25 fases e 31 chefes no total!  Se você curte Gunstar Heroes, você precisa jogar Alien Soldier.

Rockman & Forte (Super Famicom 1998)

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Numa época em que os jogos para o console eram escassos e as desenvolvedoras focavam no Nintendo 64 e no Playstation, a Capcom lançou para o bom e velho Super Famicom o Rockman & Forte. Ele foi relançado para o Gameboy Advance anos mais tarde aqui no ocidente com o título de Megaman & Bass, mas a versão original é superior graças a trilha sonora e o gráfico menos “iluminado”, sendo uma técnica que as empresas usavam para os jogos portáteis ficarem mais “visíveis”, visto que o primeiro modelo do Gameboy Advance não tinha luz interna. Sendo um jogo bem tradicional do azulão cibernético, sua principal novidade é que você pode jogar com o Bass (Forte no Japão), que conta com uma jogabilidade levemente diferente.

Além disso, a escolha dos chefes não é totalmente livre, sendo que depois da fase introdutória você pode escolher um entre três, e ao derrotar um deles, outros são destravados. Impressiona a qualidade gráfica, utilizando sprites do Megaman 8 do Playstation e do Sega Saturno (numa resolução menor, claro) e a trilha sonora que extrai bem o potencial do console, sendo agradáveis de escutar e combinando perfeitamente com o cenário. O único lado negativo é o elevado nível de dificuldade, com inúmeras fases em que você morrerá várias vezes até “pegar o jeito” e também decorá-la, lembrando os jogos do Nintendinho 8bits. Mas quer saber de uma coisa? Curte Megaman? Provavelmente curtirá Rockman & Forte!

Star Ocean (Super Famicom 1996)

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Vindo com a última leva de RPGs do Super Famicom, Star Ocean é o primeiro de uma série que existe até hoje e é considerada uma franquia “cult”. Tecnicamente a produção deste game se iniciou em 1994, com os membros da Wolf Team, atualmente incorporada a Namco, criando um outro game que ficou restrito lá do outro lado do mundo e também é considerado um clássico: Tales of Phantasia. Ao longo da produção, diversos funcionários da Wolf Team passaram a ter divergências de ideias e eles não chegavam a um acordo de como o game deveria ser, levando a inúmeros desentendimentos. O resultado não podia ser outro: estes funcionários saíram da equipe e formaram uma outra, a Tri-Ace, e começaram a criar um novo game com as ideias que eles queriam. Daí se originou o primeiro Star Ocean para o Super Famicom, explicando também o porquê dele ser tão parecido com o primeiro Tales Of, tanto graficamente quanto no sistema de batalha.

Impressiona que o game contou com um sofisticado chip para compressão de dados conhecido como S-DD1, chegando a incríveis 48 Megabits (para efeito de comparação, o grandioso Final Fantasy VI possui 24 Megabits), sendo complicado até mesmo para os adeptos da pirataria, que demoraram anos até conseguir emular perfeitamente o jogo. O resultado são músicas sofisticadas para o sistema, diversas vozes digitalizadas, gráficos belíssimos considerado o poder do console, e por aí vai. Do resto, é um JRPG tradicional, contando com uma belíssima história, personagens carismáticos, e é necessário entrar em diversas batalhas aleatórias para avançar de nível, comprar equipamentos e passar por dungeons. Curiosamente, este game não possui um mapa do mundo interligando os ambientes.

Ganbare Goemon 4 (Super Famicom 1995)

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Sendo muito famosa lá do outro lado do mundo, a série Goemon recebeu diversos games ao longo dos anos 80 e 90, e ganhou até mesmo um anime para a TV. Infelizmente, poucos jogos chegaram ao ocidente, sendo que encarnação mais famosa é Mystical Ninja Starring Goemon lançado para o Nintendo 64. No entanto, Ganbare Goemon 4 para o Super Nintendo japonês é considerado por muitos o melhor game da franquia, e também não é pra menos, visto que a Konami caprichou em cada detalhe do game: os gráficos no estilo anime são bem bonitos, a animação dos personagens e dos inimigos são excelentes, a trilha sonora é ótima, as fases são criativas e bem divertidas, e a jogabilidade é funcional e variada, misturando o tradicional estilo plataforma com um pouco de RPG, sendo possível entrar em casas, comprar itens, etc.

São quatro personagens jogáveis, sendo que cada um conta com suas próprias características e estes podem ser trocados a hora que quiser, colocando variedade no gameplay, e exigindo pensamentos estratégicos do jogador para saber qual deles usar para superar aquele obstáculo. Além disso, o game é bem engraçado, colocando os personagens em situações bem absurdas, sendo que numa das fases você precisa chegar até o final desviando de tiros de uma arma que aparece no estilo primeira pessoa parodiando o jogo Doom. Talvez por ser “japonês demais”, a série não tenha tido tanta expressividade por aqui, mas inquestionavelmente é um game excelente, e deve ser jogado por todos os amantes do gênero plataforma.

Seiken Densetsu 3 (Super Famicom 1995)

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Também conhecido como Secret of Mana 2, é realmente uma pena que um jogo deste “calibre” não tenha tido um lançamento ao ocidente. Talvez a razão seja a mesma que a do Final Fantasy V, enquanto Seiken Densetsu 2 foi um fenômeno de vendas no Japão, chegando a um milhão e meio de cópias, nos EUA o game renomeado como Secret of Mana vendeu cerca de 300 mil cópias, que chega a ser um bom número, mas muito distante do sucesso alcançado em seu país de origem. Some isso ao fato de Seiken Densetsu 3 ter sido lançado no final da vida do Super Famicom, e talvez explique a razão por não termos uma versão do game. Atualmente só é possível jogá-lo em traduções não oficiais feita por fãs através de emuladores, visto que não houve remake e nem relançamento dele.

Mas se você gosta de RPG de ação como o Zelda a Link to The Past, ou os jogos da própria série Mana, é praticamente impossível você não gostar deste game. Sendo considerado um clássico do console, Seiken Densetsu 3 é dito por muitos como um dos melhores jogos de todos os tempos, e facilmente entra na lista de “um dos melhores jogos que já joguei na minha vida” para qualquer gamer. Exagero? Que nada! Ele é impressionante em todos os níveis: os cenários são coloridos e belíssimos, com cada detalhe cuidadosamente planejado, trilha sonora de primeira, cenários variados, dificuldade na medida certa,  chefes criativos e também muito bonitos, personagens com inúmeras possibilidades de customização, história interessante, além de que o ritmo da aventura é ótimo. Impressiona também a inovação quanto aos personagens, visto que são 8 selecionáveis no início do game, e você escolhe um deles para ser o principal, e outros dois para serem coadjuvantes. Com isso, você verá a história pela ótica do personagem principal escolhido, te dando 8 possibilidades de acompanhar a mesma história, e aumentando bastante o fator replay. Além de tudo isso, o game é longevo e os personagens são carismáticos. Talvez se ele tivesse sido lançado no ocidente, ele teria uma fama tão grandiosa quanto o Chrono Trigger, Final Fantasy VI ou o Phantasy Star IV do Mega Drive. Sem dúvidas, um dos melhores RPGs da era 16bits, e também de todos os tempos.

 

 

 

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