Análises

Top Gear 2

Top Gear 2 (Snes)

Se você era uma pessoa que amava velocidade na época do Super Nintendo, um jogo que sempre vinha à mente de qualquer jogador era Top Gear (1992), um verdadeiro clássico que empolgou os jovens corações de muita gente na década de 90. Top Gear 2 chega alguns anos mais tarde, repete a dose, aprimorando alguns pontos do jogo sem perder o espirito e dificuldade da série, seja para o bem ou para o mal; análise remete a versão para Snes.

Difícil e escorregadio

Insira o cartucho, escolha se irá jogar sozinho ou com um amigo em tela divida, selecione se deseja iniciar pelo primeiro país (Australia) ou insira seu password e aperte start. Escolha como quer que apareça o medidor de velocidade (MPH ou KMH), coloque seu nome, defina os botões, escolha o tipo de câmbio (manual ou automático) e aperte start. Pronto, esses são os passos para iniciar as corridas de Top Gear, que depois somente apresenta menus para selecionar melhorias no seu carro e mostrar a tabela de classificação e estatísticas gerais, como tempo e dinheiro ganho.

Após trabalhar nessas opções, é hora de partir para as corridas e é possível perceber logo de cara a primeira alteração em relação ao game anterior da série, todos os carros são iguais. Isso pode ter sido um motivo de frustração para muita gente, porém em contra partida a qualidade visual dos mesmos evoluiu muito, mostrando ainda um belo efeito 3D quando seu carro bate e acaba dando um cavalinho de pau na pista, algo surpreendente na época.

As corridas são disputadas em vários países e cada um deles possui uma determinada quantidade de eventos e, para avançar no jogo é preciso se classificar em cada corrida em pelo menos em 10º lugar e na classificação geral estar entre os primeiros, lembrando que somente a partir do sexto colocado em diante garante pontos na tabela para o jogador. Estar entre os primeiro colocados também é importante pela recompensa em dinheiro, pois é essencial começar a pensar em melhorar seu veículo a partir do segundo país, caso contrário o jogador corre o risco de ter um carro muito lento e defasado logo no início do jogo, algo que normalmente resulta em um game over precoce.

Por falar nas melhorias de desempenho, elas aparecem sempre após cada prova vencida e são dividas em várias categorias, dando a escolha para o jogador ir evoluindo sua máquina pouco a pouco ou guardando um pouco mais e comprando o que tem de melhor na loja, com motores mais potentes, nitros, reforço para a carroceria e dai por diante. A única modificação gratuita é a escolha da cor do carro, que conta com uma variedade bem interessante de oito cores diferentes.

No que diz respeito às corridas em si, Top Gear 2 traz melhorias e alguns problemas retornam. A mecânica de jogo perdeu um pouco daquela fluidez do jogo anterior, mas agora tudo é mais bonito apesar de os carros serem iguais, sem contar que quando se joga sozinho você tem a tela inteira somente para si (antes era divida, não importando se jogava sozinho ou com um amigo). A opção de câmbio automáticoajudará muito os jogadores menos habilidosos e a uma quantidade maior de cargas de nitro no começo das corridas.

As pistas são mais largas, algo essencial dado a grande quantidade de competidores (20) e tem uma variedade interessante, com trajetos variando em quantidade de curvas, tendo ou não obstáculos nas pistas, como rampas e cavaletes, sendo que algumas ainda possuem alguns itens bônus para pegar, que garantem mais cargas de nitro, dinheiro extra ou um breve momento em que seu motor fica muito mais rápido que o normal. Há outras variações bacanas, como corridas a noite, chuva, neblina e neve, cada qual com um fator dificultador, com visibilidade prejudicada ou pistas mais escorregadias.

Por falar em escorregadias, quem não gostou da mecânica de jogo do game anterior pode não apreciar muito Top Gear 2, há uma pequena melhoria em relação a ela, com um controle maior do carro, porém os mesmos ainda escorregam bastante na pista e mesmo elas sendo mais largas é preciso estar atento para não bater nas placas, árvores e postes, porém é difícil apontar isso como um ponto totalmente negativo apesar de necessitar de melhorias, já que um game onde você só precisa usar o acelerador e esquecer dos freios é passível de ser entendido como um defeito também.

Outros dois pontos de destaque é o sistema de danos e combustível. Um dos marcadores na tela é uma pequena representação de seu veículo, que mostra a quantidade de danos sofrida em seu carro conforme você bate, seja por batidas nos carros adversários ou nas placas e outros elementos do cenário. Essas batidas prejudicam a dirigibilidade de sua máquina como também afetam o desempenho do motor, deixando-o lento o que sempre resultará em perdas de muitas posições. Também é preciso estar atento ao medidor de combustível quando se está muito para trás dos primeiros colocados e não há itens para recuperar gasolina e se a mesma acabar o jogador fica em último lugar na classificação.

No geral, podemos dizer que ainda é divertido jogar TG2, mas em dados momentos o jogador passará raiva, principalmente no início de cada corrida, pois a grande quantidade de corredores forma uma parede a frente de seu carro obrigando a nós, em dados momentos, ter de sair da pista para não ficar batendo na traseira de seus adversários. É fácil sentir que, apesar de Top Gear 2 ser de certa forma mais agradável de jogar se comparado com o jogo anterior, ainda peca por não ter sido mais ambicioso ou ter trazido maiores melhorias, sem contar um sentimento de regresso, com carros iguais e cenários ainda sem muitos detalhes. O jogo é divertido, mas somente se destaca na memória dos fãs do console da Nintendo mais pela falta de opção na época do que pela qualidade do trabalho final.

 

Gráficos razoáveis, trilha sonora de primeira

Top Gear 2 é um misto de altos e baixos em toda sua produção, seja ela em sua jogabilidade, apresentação ou quesitos técnicos, como gráficos e sons. A apresentação do jogo – menus em geral – esta muito melhor, mais organizada e bonita que no jogo de 92. O trabalho na hora de modelar os carros está excelente, com muito mais detalhes que no jogo anterior e um trabalho bem mais polido, sem contar o excelente efeito que simula 3D que acontece quando seu carro bate e gira em 360º, mostrando a frente e lateral do veículo em um belíssimo efeito para época; o mesmo acontece quando seu carro salta em rampas.

Em contrapartida, todos os carros são iguais e o cenário apenas recebeu alguns retoques, com pistas mais largas e alguns outros elementos a mais, como novos tipos de placas, postes entre outros, porém ainda continuam bem pobres e sem o charme de um Out Run, por exemplo. Os efeitos de chuva, neblina, corridas a noite, estão bacanas, mas aqui novamente sentimos o regresso, como por exemplo, nas corridas a noite que já não contam mais com o bem vindo efeito do farol de seu carro iluminando a pista.

Felizmente nem tudo é instável como os gráficos, já que os efeitos sonoros estão em boa qualidade, pontuando vários eventos do jogo como batidas, ronco dos motores, cargas de nitro, derrapadas e entre outros. A trilha sonora, em minha modesta opinião, é superior a de seu antecessor e apresenta uma variedade de músicas excelentes, todas com ótimas batidas eletrônicas e bem agitadas, casando com perfeição e dando muita empolgação as corridas. Um dos motivos por Top Gear 2 ser lembrado com carinho pelos fãs é justamente pelo excelente trabalho na composição das músicas do game, curiosamente o ponto alto do jogo; é estranho lembrar de um jogo de corrida mais pela sua trilha sonora do que pelas corridas em si.

Capa da versão para Amiga CD32

 

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