Análises

Top Gear 3000

Top Gear 3000

Depois de dois títulos de sucesso, apesar das falhas, Top Gear 3000 fecha a trilogia da clássica série de corrida do Snes, que também teve um título para Mega Drive (Top Gear 2). O objetivo da Gremlin Graphics com esse último título era tentar corrigir as falhas dos anteriores e trazer novidades a mecânica de jogo, com algumas adições até interessantes, mas que acabam “derrapando” pela falta de ousadia e falhas variadas.

Quem sente falta?

Tornando-se o “maior vencedor da galáxia”

Nesse título, antes de iniciar o jogo, há um pequeno trecho de apresentação, com um pequeno texto falando de uma “corrida definitiva”, que coroará o vencedor como o rei das corridas além de torna-lo tão rico de tal forma que nem é possível imaginar.

Passada a introdução desnecessária e os menus tradicionais, como jogar com um amigo ou escolher os controles, vemos a primeira melhoria do jogo assim que a coisa começa para valer, que é o menu de personalização do veículo, bem mais organizado e bonito. As melhorias também aumentaram, com mais opções de motores e outras partes clássicas e recorrentes nos demais títulos da trilogia, porém há novidades, como um motor de fusão nuclear e algumas “armas”, como os dispositivos de saltos e teletransportes, entre outros, afinal de contas, são corridas do futuro (ano do jogo é 2962) e não seria o futuro sem algumas tecnologias bem inovadoras.

De modo geral, essas novas tecnologias até ajudam durante as corridas, porém é possível ignorá-las completamente, já que, infelizmente, Top Gear 3000 é bem fácil se formos compará-lo com seus antecessores. Se você vencer algumas poucas corridas do jogo em primeiro lugar já é possível comprar um dos motores mais potentes disponibilizados de início e, depois disso não há muito com o que se preocupar durante um bom tempo e quando digo isso estou falando de passar várias galáxias sem necessitar de upgrades, deixando a sua escolha compra-los ou não; a divisão agora é por galáxias, com cada corrida em um planeta diferente.

Essa facilidade está na nova mecânica de jogo, que corrige a questão dos carros escorregarem demais nas curvas, uma vez que agora os veículos são mais estáveis e aerodinâmicos, conseguindo fazer curvas em altas velocidades sem derrapar muito. O problema é que os demais corredores parecem ter sofrido com isso, pois é muito fácil ultrapassa-los e se você comprou algumas poucas melhorias não será preciso nem mesmo usar as cargas de nitro, o motor mais forte disponibilizado de início fará seu carro chegar à absurda velocidade de 410 km/h.

Há também outros relaxamentos do que era visto nos jogos da Kemco e Gremlin Interactiv (responsável pelas versões norte-americanas), como conseguir recuperar-se na maioria das situações não importando os seus erros durante as corridas. Um exemplo disso é uma das corridas que fiz, nas últimas curvas do trajeto eu bati três vezes seguidas, fui ultrapassado pelo até então segundo colocado e ainda consegui recuperar a liderança a poucos metros da linha de chegada e, frisando novamente, tudo isso na última volta e a poucas curvas da linha de chegada.

Há outros pontos onde temos relaxamento da dificuldade, como a quantidade de batidas até seu carro não conseguir mais atingir altas velocidades, uma vez que em Top Gear 3000 seu veículo consegue resistir a muitos mais danos ou o sistema de gasolina, substituído por um marcador denominado B e caso esse marcador se esgote, seu veículo não irá parar de correr, mas sim perderá um pouco de velocidade final; no caso, meu carro ficou em aproximadamente 300 km/h, o que não é uma grande perda no geral. Outros fatores são os bônus secretos, que ao completar determinadas tarefas, como passar a corrida sem colisões ou atravessar a linha de chegada usando nitrogarante ainda mais dinheiro ao jogador, que nesse jogo é bem fácil de conseguir.

Na lista de novidades, podemos ainda citar algumas vantagens que temos espalhadas no trajeto das corridas, como duas faixas que aparecem em todas as pistas, uma vermelha e outra azul, que recuperam sua barra B e a outra repara seu veículo. Há ainda duas outras que vale mencionar, um marcador amarelo na pista que quando você passar por cima seu carro aumenta a velocidade durante um curto período de tempo e o marcador verde, que deixa seu carro invisível e teletransporta seu carro a um ponto mais avançado do trajeto, algo útil para tirá-lo das últimas colocações.
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Outra novidade bacana é pistas com rotas alternativas, umas mais longas e outras mais curtas, sem contar que algumas delas possuem bônus, como esferas douradas que garantem dinheiro extra para o jogador. As “armas” que citei acima garantem algumas vantagens bacanas ao jogador, citando por exemplo, o Infrared que permite enxergar melhor à noite, facilitando na hora de desviar de obstáculos e, para matar a curiosidade de alguns, não, você não terá a chance de comprar misseis ou outros artefatos do estilo, as “armas” são baseadas em suporte ao jogador durante as corridas e não para infligir dano a seus adversários.

Gráficos melhores, trilha sonora boa e um novo bug

Tecnicamente falando, Top Gear 3000 é superior a seus dois antecessores, com gráficos bem impressionantes para o Super Nintendo, apesar de ter perdido um efeito bem bacana; a jogada em Top Gear 2 que simulava 3D na hora que seu carro batia e dava um “cavalinho-de-pau” na pista. Os carros possuem uma boa quantidade de detalhes, porém voltam a serem todos iguais, algo compreensivo dado a complexidade gráfica de outros elementos, como a pista propriamente dita, mais agradável aos olhos do jogador, principalmente no cenário, que agora contam com muitos detalhes a mais e paisagens bem bacanas, que mudam conforme o jogador faz curvas na pistas, tirando a sensação de vazio dos jogos anteriores; antigamente parecia que corríamos em ilhas ou desertos sem fim.

Alias, a variedade de cenários é realmente plausível, passando de florestas, a metrópoles, praias e outros cenários criativos, como um onde corremos na superfície de um planeta aparentemente desabitado, podendo ver ao fundo a lua e várias estrelas; a nível de comparação, seria quase como correr na superfície da lua. As mudanças climáticas voltam, porém demoram mais tempo para aparecerem, já que agora a campanha é muito maior que nos jogos anteriores; da para chegar a 3 horas de jogatina sem repetir nenhuma pista, tiro o chapéu pelo feito da equipe de desenvolvimento.

De negativo mesmo só destaco pequenos erros de colisão, já que o tamanho de seu carro não corresponde realmente ao que o jogo enxerga ou foi programado para aceitar, portanto não estranhe se um pedaço do seu carro atravessar alguns adversários ou obstáculos quando você tira algumas finas, sendo que uma vez eu cheguei a atravessar um carro inteiro quando eu deveria ter batido em cheio na traseira dele.

Os efeitos sonoros são os básicos de sempre, com melhorias e refinamentos, os deixando mais agradáveis para nossos ouvidos, com derrapagens, frenagens, redução de marchas, ronco do motor entre vários outros. A trilha sonora mantém o alto nível da série, dessa vez com músicas mais próprias a corridas futurísticas, com um estilo mais clean e relaxante, casando bem com a nova temática do jogo, apesar de eu ainda achar as faixas de Top Gear 2 muito mais memoráveis.

Vale também citar que Top Gear 3000 usa um chip chamado DSP-4, que é o responsável por possibilitar que os desenvolvedores conseguissem dividir a pista das corridas, garantindo os trajetos alternativos que citei acima. Inclusive, segundo minhas pesquisas na internet, Top Gear 3000 foi o único jogo na história do Super Nintendo a usar esse chip.

Destaque do chip DSP-4. Créditos ao site www.ffviman.fr

 

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