Análises

Top Gear

Máquina envenenada

Antes dos Gran Turismos, Burnouts e Need for Speeds da vida, um jogo era a mania dos necessitados por velocidade virtual, esse jogo era Top Gear.

Lançado para Snes em sua época áurea, Top Gear era o top das corridas virtuais. Com opções de jogo inéditas para época e com certas peculiaridades que games de corrida atuais sequer sonhavam em realizar, Top Gear foi um game marcante da geração 16 bits e que ainda hoje tem a estima que merece pelos gamers.

Logo de cara a primeira coisa que surpreende em Top Gear é a qualidade de suas músicas, um ótimo exemplo disso é a musica de introdução do jogo, chamada Mad Racer. Quem ouviu não se esquece nunca mai, e quem se esqueceu e a ouve de novo se sente nostálgico no mesmo instante. Aliás, quanto a música de introdução do game, muita gente a tem como toque de celular, seja ele monofônico ou polifônico (inclusive quem aqui escreve).

Não apenas a música de introdução do game é boa, todas as músicas que tocam desde os menus do game até as que tocam durante as corridas são muito boas. Aliás boas demais para a época de seu lançamento. Melhores inclusive que muitas composições atuais para games do gênero.

Outro ponto que era atrativo na época do game eram seus efeitos sonoros. De uma freada ao o som do turbo dos carros, tudo tinha para si um efeito de som diferenciado, funcional e bastante bem feito para um dos games da primeira boa leva de jogos do SNES.

Outro aspecto diferencial de Top Gear é a quantidade de competidores. Ssão 20 carros na pista ao mesmo tempo, que apesar de não passarem de modelos de carros sempre muito parecidos um com o outro, não atrapalham o desenrolar do game. Este fato é tão incrível que desde Top Gear pouquíssimos outros games de corrida conseguiram atingir estes números de competidores ao mesmo tempo na pista.

É evidente que o visual de Top Gear é bem fraco, que o game em si é bem repetitivo nas corridas e que os competidores não sabem nem de perto o que é inteligência artificial, mas ainda assim é louvável tal número provindo de um Super Nintendo.

Está certo que disse que o visual do game é fraco, mas isso é um fato, somente caso comparemos Top Gear com os games de corridas de geração posteriores, mas determinar que o game é feio por si só é quase um ultraje. O visual não é feio, pode-se dizer que o gráfico do game é simplista, mas simplicidade não tem por conseqüência a definição de feiura em si.

Com certeza um grande trunfo de Top Gear na época em que foi lançado são suas opções durante o jogo. Além do jogador poder customizar a cor de seu carro, é possível escolher entre quatro carros diferentes entre si em aceleração e velocidade final. Também é possível escolher seu nome de pista e se quer correr com marcha manual ou automática.

É com certeza algo extremamente simplista se comparado a Gran Turismo 4 ou a Most Wanted por exemplo, mas para a época isso era o ápice de customização do gênero, algo que somente foi evoluir de verdade em Top Gear 2. Na verdade, sob essaa ótica, pode-se considerar Top Gear bastante honesto neste aspecto.

A jogabilidade do game infelizmente não era muito boa, o carro era meio escorregadio e o controle meio impreciso. Não era nada que na época estragasse a experiência do game, mas com certeza é algo que hoje em dia incomoda a quem for matar saudades do game.

Top Gear inaugurou um esquema de turbo nos carros. Em cada corrida seu carro tinha três turbos. Além disso, Top Gear também inaugurou o sistema de combustível nos automóveis, tendo que ficar esperto para não acabar. Está certo que também são rústicos os sistemas de turbos e de combustível, mas como foi dito acima quanto a customização, para a época isso foi bem honesto e neste caso em especial, inovador.

Em Top Gear não existe uma história elaborada para o porquê de se estar correndo, o que vale é o fato de correr e o que importa não é nada mais do que a vitória, coisa que se pensarmos bem, foi, é e sempre será a tônica de qualquer game de corrida.

Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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