O clichê é uma expressão extraída das artes gráficas cujo sinônimo é “molde” ou “chapa”. No contexto dos games, filmes ou qualquer outra mídia, os clichês significam “algo repetido”, “lugar comum”, “estereótipo”, sendo aquela “ideia batida” que já vimos várias vezes.
É o caso de “uma princesa sequestrada e temos que salvá-la”, ou “o vilão que quer dominar o mundo e nós somos os heróis que devem impedir isso”, “monstro selado há milhões de anos que retornou”, “um casal com amor proibido”, o RPG que se passa na época medieval, jornada para se tornar um mestre em algo etc.
A verdade é que os clichês existem porque, em algum momento da história, eles foram ideias originais que deram certo. As pessoas gostaram e outros passaram a repetir, porém dando sua contribuição para contar essa mesma história de modo diferente, com outros personagens e em outros contextos.
E é aqui que está a “chave” do sucesso, porque ser criativo não necessariamente é ser original. Um game pode ser bem divertido e abusar de muita criatividade mesmo com uma história ou sistemas repetidos que são clichês. Talvez a maior prova disso seja o grande sucesso que a série do Mario faz no mundo inteiro até hoje, sendo que os games em 2D de correr e pular chegam a vender mais que os tridimensionais, utilizando uma fórmula bastante antiga e a velha máxima de “vamos salvar a princesa”, com os castelos do Bowser, fases subterrâneas e por aí vai.
Também há casos em que a inovação não agrada o público e a fórmula mais tradicional funciona melhor. Foi o que aconteceu com o Virtual Boy da Nintendo, considerado o portátil mais obscuro da empresa; o Castlevania 2, que não rendeu o mesmo sucesso que o 1 e por isso o 3 voltou com a fórmula mais tradicional e há vários outros exemplos.
Evidente que uma boa ideia, algo inovador e que traz uma experiência completamente diferente é algo a ser muito valorizado. No entanto, um game clichê que abusa da criatividade é o suficiente para ser bem-sucedido.