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World of Warcraft: Battle for Azeroth

Depois de alguns anos, a Blizzard finalmente decidiu reviver um dos principais aspectos que fizeram Warcraft ser um sucesso – o conflito entre a Horda e a Aliança. Isto meio que havia se perdido com ambas facções tendo de focar sua atenção em inimigos que tinham em comum, deixando momentaneamente de lado suas diferenças. Mas agora, passados estes períodos de trégua, os tambores de guerra voltam a soar e a luta pelo controle de Azeroth torna-se o pilar da nova expansão de World of Warcraft.

Este novo capítulo na história me chamou tanto a atenção que decidi dar uma oportunidade após estar longe do game desde Mists of Pandaria, e digo-lhe sem receio que após dezenas de horas jogando nos dois novos continentes disponibilizados, afirmo com clareza que este é o melhor momento para voltar a jogar este que é um dos mais completos RPGs online disponíveis atualmente.

Como eu não jogava há alguns anos, decidi utilizar o upgrade de personagem para o nível 110, de modo a não perder tempo com o conteúdo antigo e ir de imediato para o que realmente interessa. Battle for Azeroth já começa mostrando a que veio, com uma batalha espetacular pelo controle das ruínas de Lordaeron entre a Horda, liderada pela rainha dos mortos-vivos, Sylvana Correventos (ou Sylvannas Windrunner, para quem prefere jogar em inglês, como eu) e a Aliança, que tem como seu comandante o rei Anduin Wrynn. Há de ressaltar também o protagonismo de Jaina Proudmoore na Aliança, recebendo finalmente a atenção que merece, dada sua importância na história deste universo.

Uma das novidades na jogabilidade é o Coração de Azeroth, que você recebe pouco tempo após começar a desbravar a nova expansão. Se trata de um amuleto que sobe de nível por meio da coleta de um novo material chamado Azerite. Ao subir o nível deste item especial, você consegue personalizar certas armaduras com atributos adicionais os quais lhe concedem os mais variados tipos de benefícios. Certas missões lhe dão novas armaduras com isso, de nível maior, de modo que você sempre poderá ir trocando sem perder esse recurso extra.

Battle for Azeroth nos introduz a dois novos continentes, sendo que o primeiro deles vai de acordo com sua facção. O império troll de Zandalar, no caso da Horda, e o reino humano de Kul Tiras, no caso da Aliança. Não se preocupe, pois você visitará ambos ao longo da jornada. Os dois locais são muito vastos, com cenários extremamente variados, e missões que fogem daquele padrão de “mate 10 daquilo”, que ainda existem, mas em número menor, e quando aparecem não são cansativas de fazer, como no passado.

O tempo explorando cada um dos continentes, desvendando seus segredos e dando continuidade à história, passou mais rápido do que comparado com as expansões passadas que joguei, que foram todas menos Warlords of Draenor e Legion. Isso se deve a um excelente trabalho no que diz respeito a maneira com a qual Battle for Azeroth progride, dando ao jogador uma imensa quantidade de tarefas das mais variadas para fazer e especialmente lhe passando a sensação de que é alguém importante na trama.

A medida que você progride na campanha da expansão, mais missões relacionadas com ela vão sendo liberadas. Após se estabelecer no novo continente da sua facção, é necessário fazer o mesmo na dos oponentes. Para isso, o jogo oferece missões que colocam o jogador em território inimigo, aonde deverá abrir caminho para a Horda ou Aliança.

Você não pode realizar todas estas tarefas em sequência, pois chega uma hora onde o game requer que para dar prosseguimento a isso, é necessário ter alcançado um certo nível. Neste momento, você deve voltar sua atenção para o que sua nova casa tem a oferecer, escolhendo uma das três regiões do continente, seja Kul Tiras ou Zandalar, para explorar.

Outra coisa legal é a possibilidade de recrutar soldados de sua facção para enviar em missões de guerra, que se bem-sucedidas lhe darão ouro, recursos de Azerite para seu Coração de Azeroth e até mesmo reputação com seus aliados. Basta colocar os heróis mais adequados em cada missão, segundo a especialidade de cada um, enviá-los e esperar algumas horas para colher os resultados. O melhor de tudo é que este tempo também é contabilizado quando você está fora do jogo.

Alcançando o nível 120, um novo leque de opções se abre, havendo um número maior de masmorras, e mais importante, é um passo fundamental para garantir acesso às missões mundiais, que além de muito rápidas de serem feitas, lhe dão itens poderosos, ouro e reputação. Com isso, mesmo quando você não tiver muito tempo livre para jogar, poderá logar no game e fazer uma dessas missões que levam poucos minutos, e obterá algo de valioso para seu personagem.

O modo Expedições Insulares também foi uma adição interessante ao game. Nele um grupo de três jogadores é colocado numa ilha e precisa obter um determinado número de recursos de Azerite antes do outro grupo, da facção adversária. Para isso, deve explorar o local e enfrentar diversos inimigos, alguns um tanto poderosos, inclusive. Quem for mais rápido e eficaz, se consagra vencedor. O legal nesse modo é que ele começa PvE, mas depois que você for evoluindo nele e melhorando a qualidade de seus equipamentos, ele pode ser jogado como PvP, o que deixa tudo mais imprevisível.

Por falar em PvP, quem gosta mais desse aspecto do game recebeu um novo mapa chamado Praia Fervilhante, onde dois grupos de dez jogadores caem de paraquedas em uma ilha, no melhor estilo PUBG, e precisam lutar entre si enquanto buscam apoderar-se do Azerite que vai aparecendo. É divertido, sem dúvida alguma, mas não chega nem perto da emoção de disputar uma boa partida de Ravina Brado Guerreiro, Vale Alterac ou Ilha da Conquista.

Algo que não gostei nadinha é que embora um dos chamarizes da expansão seja a possibilidade de utilizar novas raças na Horda e Aliança, se você, como eu, não joga há alguns anos, precisará gastar um bocado de tempo até conseguir liberá-las, pois cada raça requer que você tenha a reputação com ela no maior patamar possível, juntamente com a conclusão de uma série de missões relacionadas. São muitas, mas muitas horas de jogo até conseguir isso, o que frustra bastante quem está voltando a jogar somente agora. Contudo, isso não deve representar uma queixa por parte de quem nunca jogou WoW e decidir fazer isso apenas agora nesta expansão, já que neste caso tudo é novidade.

Outro aspecto que atrapalha um pouco é que em dado momento durante a campanha principal, você precisa ter uma determinada reputação com um de seus aliados, caso contrário não conseguirá dar continuidade aos eventos centrais. Por não haver uma maneira de “farmar” reputação de maneira ininterrupta, é preciso ir atrás das missões mundiais diariamente até conseguir subir a reputação para o nível necessário, o que acaba levando alguns dias.

Há também o fato de que do nível 110 até o 120, não é concedido nenhum novo talento ou habilidade, o que frustra um pouco pois um dos principais motivos de se querer elevar o personagem é justamente a obtenção de algum novo poder, algo que foi removido na escalada de nível em Battle for Azeroth.

Mas calma, tirando esses aspectos, conformei expliquei ao longo desta análise, a expansão é ótima. Me diverti com WoW de uma maneira que eu não sentia desde Wrath of the Lich King. Não somente isso, mas a história me fisgou e estou bastante ansioso para saber o que vai acontecer nela nos próximos meses.

Vale lembrar também que, como de costume, mais conteúdos vão ser adicionados ao longo do tempo para todos que possuem Battle for Azeroth, incluindo as Raides e o tão falado Front de Guerra, que colocará um grupo de 20 jogadores num combate que visa imitar o estilo de jogo visto nos jogos Warcraft de estratégia, só que ao invés de observar tudo numa visão aérea, você estará diretamente no campo de batalha, onde terá de construir edificações, coletar recursos e treinar soldados para conseguir apoderar-se da fortaleza do inimigo, controlada pelo computador.

Uma cópia digital da expansão foi fornecida pela Blizzard para elaboração desta análise

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