Análises

Ys 3: Wanderers from Ys

– o terceiro capítulo do clássico da Falcom –

O Mundo de Ys

A série Ys é uma das mais antigas dos videogames, já passando por diversos consoles durante o decorrer dos anos, começando pelo MSX, e indo para outros como o Nes, Master System, Mega Drive, PC-Engine, Snes, etc. O jogo está no seu sétimo capítulo lançado para PSP em 2009 e foi o primeiro jogo inédito da série depois de 8 anos de esquecimento (e está para ser lançado para o PS2 pela Konami). Mas essa review é do terceiro jogo, Ys III: Wanderers from Ys que saiu para Mega Drive numa bela conversão. Originalmente da já mitológica Falcom, o game foi convertido para o sistema Sega pelo pessoal da Riot/Telenet, e fizeram um bom serviço, na medida do possível.

Como visto nos dois games anteriores, onde Adol é o herói que controlamos para salvar este mundo, Ys era uma antiga terra de prosperidade e magias, que era comandada por duas Deusas e seis grandes Sacerdotes. Mas o pior aconteceu, e aquele reino tranquilo foi invadido por demônios e criaturas, que espalharam o terror e a morte nas cidades e naquele povo tão próspero. As Deusas, tentando ajudar a humanidade, resolveram erguer Ys para os céus, para fugir dos ataques dos monstros, e assim, depois que Ys começou a flutuar nos céus, os constantes ataques cessaram e as Deusas desapareceram. Os Sacerdotes então escreveram o que iria acontecer em seis livros. Um dia uma torre foi erguida e dominada pelo mal. De alguma maneira, essa torre ligava Ys à Terra, e o único lugar que ainda não havia sido dominado pelo mal era o palácio das Deusas, onde toda a energia do bem se concentrava.

Setecentos anos depois, um aventureiro chamado Adol Christian, decide embarcar em Esteria, o continente onde se encontrava Ys. Ouvindo muitas histórias de monstros que atacam as cidades e pessoas, no caminho ele é apanhado por uma tempestade que o deixa em estado crítico, mas recebe ajuda de um nativo que o leva para a sua cidade para receber cuidados médicos. E é lá que Aldol conhece a história de Ys.

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Esse é o último chefe, Galbalan… vai dar muito trabalho!

A história:

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Ys III é uma continuação direta do jogo anterior. Já se passaram três anos desde que Adol salvou o reino de Ys de ser dominado pelo mal. Desde então Adol e seu fiel companheiro, Dogi, um ex-ladrão, estão viajando em busca de aventuras. Pelo caminho, eles acabam ouvindo histórias, que acabariam os levando para a cidade natal de Dogi. Várias coisas estranhas estão acontecendo por lá. Terras fértis estão ficando desertas, e várias criaturas têm caçado e atacado as pessoas na calada da noite. Mas isso não amedrontou os jovens aventureiros, e imediatamente partiram para essa nova aventura.

Tudo começou há três meses atrás, quando Adol e Dogi estavam visitando uma cidade quando mercadores e caravanas chegaram. Havia uns seis viajantes que pareciam cansados e falavam sobre alguns incidentes misteriosos que estavam acontecendo próximos a região de Kenai. Naquela noite, Dogi então disse a Adol que a cidade de Sarina, localizada em Kenai, era o lugar onde ele havia nascido, e que já fazia dez anos que saíra de lá.

Dogi continua dizendo que, apesar de já ter visitado inumeras cidades, Sarina era o melhor lugar em que já estivera, graças principalmente a boa população que lá vivia. Orfãos como Dogi podiam crescer sem grandes problemas, graças a bondade das pessoas daquela cidade. Os jovens então decidem partir para Sarina.

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No meio do caminho acabam entrando numa floresta, onde lá eles presenciam uma estranha cena: um homem sendo atacado por um grande gato selvagem das montanhas. Dogi e Adol correram com espadas na mão para ajudar o pobre homem, o gato selvagem vendo a aproximação deles fugiu de volta para dentro da floresta.

Ao cuidarem das feridas do homem, Dogi o reconhece como sendo Roadold, um amigo de infância. Eles então resolvem passar a noite numa estalagem onde Roadold trabalhava. Quando os ferimentos de Roadold já estavam melhores, ele e Dogi começaram a relembrar dos bons e velhos tempos.

“Você esteve em muitos lugares.”, dizia Roadold. “Todos vão ficar muito felizes em vê-lo de novo em Sarina.”

Roadold falava de como Vero agora possuía uma loja de armas, de Sheena que tinha uma loja de medicamentos e Chester que agora trabalhava no Castelo. Todos eram velhos amigos de Dogi.

Ys_3_-_Wanderer_from_Ys_U__314.gif“Você se lembra de Elena?”, perguntava Roadold. “Você vai se surpreender quando vê-la, ela se transformou numa jovem muito bonita.”

Assim Adol e Dogi partiram cedo da estalagem e algumas horas depois encontraram um grupo de ciganos pelo caminho, que ganhavam a vida fazendo apresentações e lendo a sorte das pessoas. Dogi e Adol resolveram consultar a cartomante, para er se descobriam alguma pista para os problemas de Kenai.

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A cartomante era uma linda jovem de longos cabelos negros. Depois de receber o dinheiro, ela se concentrou numa bola de cristal que havia em cima da mesa. Uma mancha negra apareceu no centro da brilhante esfera de cristal.

Foi quando o rosto da cartomante mudou completamente, enquanto ela via alguma coisa dentro da bola de cristal. A mancha negra continuou a crescer, até preencher completamente a esfera, que de repente explodiu em diversos pedaços.

A cartomante perdeu a consciência por um momento. Assim que ela se recuperou, virou-se para o seu povo e disse algumas palavras em outro dialeto e então devolveu o dinheiro para Adol e Dogi, e então os ciganos partiram rapidamente.

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Adol e Dogi não entendiam o que diziam, mas uma palavra, “Demanicus”, chegou em seus ouvidos.

Poucos depois que deixaram os ciganos, uma bela cidade cercada por árvores e um riacho podia ser vista. Dogi dizia a Adol que não existia cidade mais bela que essa, mas os pensamentos de Adol estavam longe. Ele sentia uma sensação dentro dele que crescia a medida que se aproximavam da cidade. Uma sensação de como aquele lugar estivesse esperando por ele…

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Apesar da introdução interessante, o jogo não vai muito além disso, ficando centrado apenas em matar um demônioe salvar as pessoas, sem ter grandes e interessantes reviravoltas na estória. O mesmo acontece com os personagens, que não possuem nada de interessante como pano de fundo para enriquecer o game, como o prefeito medroso da cidade, uma jovem que aponta num interesse amoroso, um irmão maligno em busca de vingança, e outros que nem vale a pena mencionar.Logo no inicio do game ficamos sabendo sobre o poder e a crueldade do ditador da região e logo descobrimos que o seu objetivo é ressuscitar Galbaln, um demônio muito antigo que atacou a região anos atrás, mas que foi derrotado por um guerreiro que carregava quatro estátuas. Sua missão então é procurar por essas quatro estátuas e impedir que Galbalan seja revivido. Porém isso não é suficiente para salvar o game, que tinha um grande potencial de pelo menos ter um enredo bem rico e detalhado, como os outros games da série.

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É grande mas não é dois. Derrote-o e depois converse com a bela Elena

Os gráficos:

Vamos aos gráficos do jogo. Apesar de Ys 3 não ser melhor que os jogos anteriores, ele possui bons gráficos e backgrounds bem feitos. Poderia ter sido usado um pouco mais de cor nos gráficos, principalmente nos sprites, para dar uma sensação visual melhor. A animação é bem limitada, personagens NPC (controlados pelo game) e os montros não tem grandes animações detalhadas, eles basicamente andam (e as vezes nem isso). Ele conta com bons efeitos parallax, o que ajuda a dar uma melhorada. Possui algumas cenas de anime, mas infelizmente são apenas figuras e não possuem nenhum tipo de movimentação, diferente das belas animações da versão CD do PC-Engine. A Riot podia ter feito um trabalho bem melhor.

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Olhe bem essa cidade, ela será a única que você vai visitar

Ys III: Wanderers from Ys é de longe o pior game da série, com certeza ele não estará no topo da lista de um fã de Ys, pois tentaram fazer dele um game diferente dos outros dois lançados anteriormente, que possuíam como contexto um mundo inédito, uma estória bacana e um sistema de jogo diferente, o que mudou completamente com Ys 3. Para começar, o game não é em tela inteira, ficando nessa “moldura”, o que pode ser incômodo para alguns. Para ajudar os mostradores de status são enormes! Para quê um negócio tão grande assim? Apenas limita mais o cenário do jogo. Em algumas partes do jogo há repetição de cenários e sprites, como dentro de castelos e cavernas. Também não há muito variedade entre os personagens, onde muitos são iguais aos outros e quase sempre só falam coisas inúteis. O game até possui uma boa variedade de inimigos, mas podemos perceber que alguns são versões melhoradas de um inimigo que já estamos cansado de enfrentar, mudando apenas a sua cor.

O Som:

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Felizmente a música do jogo é muito bem feita, com uma bela “guitarra” nervosa que toca aumentando a emoção. Claro que a versão CD é melhor, mas essa não deixa nada a desejar, sendo melhor que a versão do Super Nintendo, que tem um estilo de músicas clássicas, com flautas e sem guitarras, e na minha opinião uma trilha sonora mais agitada combina melhor com esse jogo.

Todas as músicas são excelentes e vão deixá-lo no pique certo para detonar os monstros e criaturas que aparecerem pela fente. Os efeitos sonoros também são bem feitos, o que vai ajudar muito na hora da diversão, então não tenha medo e pode deixa a caixa de som no último volume!

 

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Dificuldade:

Ys_3_-_Wanderer_from_Ys_U__244.gifBom, o que dizer sobre a dificuldade? Esse jogo, diferente dos outros, está longe de ser um rpg, e está mais para um jogo de plataforma com alguns elementos de rpg. Não possui puzzles para se resolver, seus “labirintos” são ridículos (a maioria possui apenas um caminho para se seguir) e o jogo todo possui apenas uma única cidade. Se resume em “vá até esse lugar e pegue esse item” para você poder continuar a seguir em frente.

Curiosamente, você começa o jogo com Adol, que já é um herói bastante conhecido e já passou por diversas coisas até chegar nesse ponto. Só que ao começar com ele, não possui equipamentos e ele é bem fraquinho, tendo que desenvolver sua experiência para ficar mais forte. Poxa, um herói assim reconhecido já deveria ser meio forte e ter um equipamento básico, não?

O sistema de luta também não impressiona, você basicamente precisa pular e matar os inimigos. Poderia ter uma variedade maior de golpes e talvez algumas magias, para aumentar a diversão. Felizmente você pode usar anéis mágicos, que possuem um limite de 255 pontos que vai diminuindo a medida que você o usa. São cinco os tipos de anéis: Power, defense, time, healing e invulnerability. Eles serão bem úteis e cada tem uma velocidade diferente para perder os 255 pontos. Com o anél de força, por exemplo, seu ataque fica mais forte e ele demora para perder os pontos. Já a invulnaribilidade, o tempo passa mais rapidamente, então você vai ter que ver bem o momento em que vai usar cada anél.

Ys_3_-_Wanderer_from_Ys_U__245.gifEle não chega a ser um jogo fácil, mas também não é muito dificil. Você pode chegar até o level 16 de expêriencia, e para isso você vai ter que matar muitos monstros, pois Adol demora pra subir de level, o que é bom.

O AI dos inimigos também está bom e vai ser dificil evitar o ataque de alguns. Caso você ataque indo para cima do inimigo, corre o risco de morrer instantaneamente, então sempre é preciso manter uma certa distância. Infelizmente os chefes de fases são bem fáceis de se matar e não requer grandes estratégias, o desafio maior será o ultimo chefão do jogo, que dá um pouco de trabalho.

Na cidade, Adol pode comprar alguns itens que pode ajudá-lo em sua jornada. Esqueça a loja de armas, pois até você conseguir o dinheiro para comprar alguma coisa lá, você já vai estar usando equipamentos melhores, que você acha pelo caminho. Entretanto a loja de itens você vai precisar constantemente, para recarregar seu MP dos anéis e comprar itens de cura para usar durante suas lutas (você vai precisar).

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A jogabilidade do jogo é boa e você não terá problemas para controlar nosso herói de cabelos ruivos. O final do game não impressiona, mas pelo menos possui belas imagens. Se você é fã de rpgs, provavelmente não vai gostar muito de Ys 3, mas acho que vale uma conferida para se inteirar na história da série Ys.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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