AnálisesGamesr7

Análise | Helldivers 2 é diversão garantida para até quatro jogadores

A maioria dos jovens de hoje em dia sequer ouviu falar de Tropas Estelares, enquanto que o primeiro Helldivers foi mais uma joia escondida do que de fato um caso de sucesso. No entanto, contrariando todas as expectativas, Helldivers 2 é uma febre tanto no Steam quanto no PS5, com centenas de milhares de jogadores lutando contra hordas de robôs e insetos alienígenas no exato momento em que esta análise está sendo publicada. 

Após jogar por dezenas de horas – é viciante mesmo! – dá para entender o motivo do barulho que ele está fazendo. Mesmo com bugs e alguns sistemas meio inacabados, quem se aventurar a lutar pela democracia no jogo da Arrowhead pode esperar muita diversão, especialmente com os amigos.

Sem enrolação!

Helldivers dois pede apenas dez minutinhos do seu tempo antes de te jogar na ação espacial. O tutorial aqui é bem simples e ensina apenas os comandos mais básicos, como se jogar no chão para arrastar, subir nas coisas, usar uma ou outra habilidade especial e, claro, meter bala nos inimigos com os três tipos principais de arma: primária, secundária e suporte. A partir daí seu personagem já é um soldado pronto para combate e pode escolher quais missões vai tentar completar a partir da sua nave.

Neste momento também já é possível se juntar com até outros três jogadores, amigos ou desconhecidos pela internet. Embora seja possível jogar sozinho, é recomendável se juntar a outros jogadores para conseguir ter alguma chance de vitória nos níveis mais altos, que garantem mais recompensas. Além disso, o jogo fica muito mais divertido no modo cooperativo, especialmente com amigos, que podem planejar estratégias em torno das habilidades e armas escolhidas antes de entrar em combate.

A história aqui é algo completamente ignorado e vive apenas como um pano de fundo para os combates. Os Helldivers são soldados que lutam no espaço combatendo ameaças contra a humanidade e abusam do humor para satirizar o que parece ser uma falsa democracia que se sustenta pela força bélica e pelo poder de colonização pelo espaço.

Ou seja, o foco aqui fica totalmente na jogabilidade e na progressão do personagem do jogador à medida em que vai completando missões e acumulando recursos, como dinheiro e materiais.

Boa diversidade de missões e planetas

Embora o jogador ou grupo de até quatro deles operem por si só, o impacto das missões é global no que diz respeito ao servidor do jogo. No centro da nave há uma mesa de operações onde os membros do grupo podem escolher um lugar para combater na galáxia. De um lado há ameaças de robôs que parecem ter saído do filme “O Exterminador do Futuro” e do outro insetos diversos que caberiam facilmente em Tropas Estelares. Como há objetivos semanais para a humanidade como um todo, como por exemplo vencer campanhas de defesa contra robôs nesta semana, escolher lutar batalhas deste tipo na mesa ajuda a completar a missão e garante que todos os jogadores recebam boas recompensas por isso.

É possível sempre ver quando um planeta está em batalha contra inimigos e como está o progresso desta batalha, o que ajuda a escolher o local para combater. Dentro do planeta escolhido vão existir diversas missões de vários níveis. A princípio só é possível escolher as mais fáceis, mas com o passar do tempo vão sendo liberadas dificuldades cada vez maiores, que em determinado momento desafiam até mesmo os melhores e mais entrosados grupos de jogadores.

A variedade de missões e planetas é bem legal. No lado da guerra contra os robôs há missões de extrair cientistas, destruir bases, enfrentar tropas inimigas até diminuir seus números e vários outros objetivos principais. Já no lado dos insetos é preciso destruir ovos, ninhos ou derrotar versões especiais destes alienígenas. O planeta também influencia nessas missões, uma vez que sempre há efeitos adversos ou curiosos de acordo com a formação do planeta e seu clima. Calor, chuva, neve e diversos outros fatores influenciam a movimentação, habilidades e vários outros atributos e ações dos Helldivers.

Gameplay variado e divertido

O jogo é bem desafiador, especialmente quando ainda se está no início, com poucas habilidades diferentes ou armaduras melhores. No entanto, é um desafio que pode ser ajustado antes das missões, de acordo com o tamanho ou qualidade do seu grupo, o que deixa as partidas sempre divertidas no ponto certo.

Durante minhas incursões, muitos momentos foram hilários, sendo esse um dos focos do jogo também. Há fogo amigo, é possível morrer com impacto de cápsulas de suporte lançadas das naves na estratosfera, inimigos são bem variados e vem aos montes, e o terreno gera diversas situações que usam a física para ajudar ou atrapalhar o jogador. Tudo isso leva a momentos heroicos ou falhas absurdas que deixam o time todo rindo. 

A ação é bem rápida e frenética, o que contrasta com a forma com que o jogador pode pedir suporte da sua nave. É preciso apertar o botão de utilizar o relógio comunicador e então executar uma sequência de comandos com as setas do controle. Cada habilidade ou ação especial, como chamar reforços que nada mais é que reviver amigos que caíram em batalha, têm uma sequência própria. Jogadores mais experientes vão decorar as sequências do seu kit e executar rapidamente os comandos, já os novatos vão se desesperar, especialmente com inimigos por perto, e por vezes vão morrer sem conseguir fazer o que queriam. 

Falhar aqui é cruel, no entanto. Algumas partidas podem render um valor irrisório ou mesmo nulo de experiência e recursos, neste sentido sendo tempo jogado fora. É preciso pesar na balança os riscos para decidir se vai completar somente o objetivo principal ou se arriscar em mais secundários, por exemplo. Como cada partida pode durar até mais de meia hora, dependendo do objetivo, as falhas são frustrantes mesmo.

Depois que cada objetivo é feito algumas vezes e se entende a dinâmica do combate, as partidas se tornam mais rápidas e aumentar a dificuldade é o próximo passo. Nas dificuldades maiores há novos inimigos e o desafio vai se elevando cada vez mais. É aí que entra outra parte importante do jogo, as melhorias do personagem e da nave.

Monetização sem exageros…

Ao completar uma missão, os jogadores recebem créditos e experiência, que servem para comprar melhorias lá na sua nave. Elas podem ser novos auxílios, como uma torreta automática ou a capacidade de chamar um bombardeio em área marcada. Também é possível comprar novos módulos para a nave que melhoram sua eficácia em combate. Há ainda medalhas para trocar por novas armas, armaduras e até mesmo pelos créditos especiais, que é a forma usada pela Arrowhead para monetizar o jogo além do preço cobrado nas lojas, ou seja, as micro transações.

Embora sempre odiadas, aqui elas pelo menos não comprometem a diversão e nem favorecem demais quem tem bolsos mais fundos. A maior parte dos itens podem ser conseguidas com o dinheiro normal do jogo e dá para fazer um tanto bom de créditos especiais com medalhas. Não é o suficiente para comprar tudo da loja, claro, mas dá para conseguir aquele conjunto ou arma legal que se está de olho com o passar do tempo. 

… Exagero de bugs

Como nem tudo são flores, o jogo ainda está em uma situação bem instável, tanto no que diz respeito ao servidor quanto na questão dos bugs, sendo necessários alguns meses de atualizações antes das coisas ficarem redondinhas.

É muito comum ser desconectado no meio das partidas ou um dos companheiros ficar preso na tela de escolha de equipamentos e não conseguir jogar, por exemplo. No PC há crashes constantes. Dentro do jogo ainda há a chance de terminar a missão e não ganhar experiência, a loja conta com problemas para vender itens e muito mais. 

Mesmo com mais de 400 mil jogadores quase durante todo o tempo no Steam, a média de avaliações do jogo só recentemente passou dos 70% positivas. Isso porque, é bem verdade, a Arrowhead vem sendo ligeira para corrigir o máximo de problemas possíveis. Em um update recente, por exemplo, aumentou a capacidade dos servidores, o que basicamente eliminou as filas de espera que estavam rolando nas últimas semanas. É questão de mais um tempinho de paciência da comunidade.

Conclusão

Helldivers 2 é muito divertido e uma das surpresas do ano. O jogo tem problemas com bugs e falta de polimento aqui e ali, mas o loop de ação é divertidíssimo, especialmente na companhia de amigos. Pelo preço mais em conta que os lançamentos atuais, vale muito a pena para quem gosta de aventuras cooperativas sem ligar muito para narrativa.

Prós

  • Missões variadas e planetas diversos
  • Habilidades geram builds diferentes e permitem criatividade nas estratégias
  • Desafiador na medida certa
  • Tom cômico está presente em tudo, inclusive no gameplay

Contras

  • Muitos bugs para entrar e também durante a jogatina
  • Muita demora para entregar os prêmios das missões

Nota: 8,0/10,0

Uma cópia do jogo para PlayStation 5 foi fornecida pela Sony para a elaboração desta análise

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, desabilite o Adblock para continuar acessando o site!