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Análise | Horizon Forbidden West: Burning Shores foca no desenvolvimento de Aloy

Quando se trata de DLC, vários estúdios optam pela experimentação na jogabilidade e introduzem novidades ousadas nas suas franquias. Não é o caso da Guerrilla. Assim como fez em Zero Dawn, os desenvolvedores optaram por oferecer um pouco mais da experiência de Horizon em Burning Shores, com novidades pontuais na jogabilidade e foco maior na história, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento da Aloy como personagem.

Arquipélago Quente!

Esse novo capítulo da franquia se passa imediatamente após o final de Forbidden West e só pode ser iniciado após terminar a história. Portanto, fique atento pois há spoilers aqui da campanha original do jogo.

Após concluir o arco dos anciões da Far Zenith e descobrir que a IA Nemesis está vindo para a Terra liquidar com o que sobrou da humanidade, Aloy está em busca de meios para salvar o planeta da ameaça. Convenientemente, há um décimo terceiro membro do grupo de bilionários que até então não tinha sido revelado e ele pode ter exatamente a resposta que a garota procura. O local onde ele está escondido é nada menos que Los Angeles, ou uma versão bem “Horizon” dela, com restos de máquinas, paisagens belíssimas e muitos perigos: as chamadas Burning Shores.

A nova área lembra bastante o que já vimos em Forbidden West tanto em termos visuais quanto em formas de se explorar, mas conta com a novidade dos rios de lava entre as praias para dar uma dramaticidade extra aos cenários, bem como novos locais belíssimos para abusar do modo fotografia. Há também a novidade técnica, uma vez que essa expansão só está disponível no PS5. As nuvens agora são volumétricas, o que da um ar muito mais realista aos céus. Como Aloy passa boa parte do tempo voando em máquinas agora, se trata de uma baita adição visual.

A região não conta com tribos novas e, além do vilão que estamos procurando, toda a trama gira em torno de membros desgarrados dos Quen, a tribo que veio do outro lado do oceano e foi apresentada na campanha. Mais especificamente, a trama vai girar em torno de Aloy e Seyka, uma garota que a princípio rivaliza com a protagonista e esconde segredos, mas que com o tempo se torna uma aliada imprescindível para superar os desafios apresentados na nova região.

O desenvolvimento de Aloy é feito missão a missão. Cada interação com Seyka revela mais da personalidade da protagonista, já que ela agora sempre tem a companheira de passado semelhante para conversar – o que é bem melhor que o exagero de frases e dicas que ela dava na campanha. Seyka também tem uma personalidade forte e a dinâmica entre as duas funciona bastante e gera tanto conflitos quanto momentos cômicos o tempo todo. É até impressionante que a aproximação das duas não pareça corrida, uma vez que a campanha aqui dura menos de dez horas e boa parte dela está reservada para os momentos de ação e escalada de edifícios.

A conclusão narrativa dessa aventura da dupla já está gerando discussões acaloradas nas redes sociais, com até mesmo review bombs em sites agregadores de nota. Fato é que, embora a decisão final fique na mão dos jogadores, o novo traço da personagem está definido e deve trazer desdobramentos na sequência inevitável que virá a seguir.

Novas máquinas

De novidade mesmo na jogabilidade há pouco a pontuar, mas o suficiente para agradar os fãs pela curta duração da campanha.

O destaque obviamente fica para as novas máquinas. Chefões a parte, a mais legal delas é definitivamente a Bilegut, um sapo que cospe ácido e salta o tempo todo para cima de Aloy. Há também um espécie de mosca que voa em bandos e um pássaro mergulhador que é a nova montaria, adições menos exuberantes mas que também acrescentam.

No que diz respeito aos chefes e setpieces, muito bem feitos na campanha original, aqui a qualidade cai bastante. Dá para ver que o chefe final teve menos tempo de trabalho que o necessário, tanto no que diz respeito à jogabilidade quanto no visual e isso se repete em várias missões também, que evitam a extravagância.

Por fim, há um novo tipo de arma que é extremamente poderosa. Após utilizá-la, todo o resto do jogo fica bem fácil na dificuldade normal e dá para “farmar” com tranquilidade aquele conjunto ou arma lendária que faltava para sua coleção.

Vale lembrar que a Seyka também ajuda em combate e a dinâmica funciona bem. Não chega a ser uma novidade por conta dos companheiros da primeira campanha, mas com essa profundidade acaba trazendo um frescor diferente ao combate. O dano que ela causa é significante e várias batalhas ficam bem mais fáceis pela quantidade de caos que ela gera com seus ataques elementais.

Uma ou outra missão secundária, prédios para escalar e colecionáveis para achar completam o pacote dessa região, que parece um grande filler pensado para mostrar mais da protagonista para os seus fãs.

Conclusão

Horizon Forbidden West: Burning Shores não traz novidades marcantes em termos de jogabilidade e aposta em mais da experiência conhecida para os fãs. O foco fica no desenvolvimento de Aloy e na introdução de Seyka, personagem que dialoga bem com a protagonista e faz boa dupla. No fim do dia, é essencial para quem está na expectativa do terceiro game, mas definitivamente poderiam ter ousado mais.

Prós

  • Dinâmica entre Aloy e Seyka funciona bem
  • Novas máquinas são desafiadoras e interessantes
  • Novidades técnicas deixam o jogo ainda mais belo

Contras

  • Traz poucas novidades na jogabilidade e acaba sendo mais do mesmo
  • Chefes pouco inspirados

Nota: 7,5/10,0

Uma cópia do DLC foi fornecida pela Sony para a elaboração desta análise.

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