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Análise | Company of Heroes 3 entrega bom jogo de estratégia, mas com má performance

Eu adoro jogos de estratégia. O meu primeiro contato com um jogo de PC foi vendo meu irmão jogar Starcraft há quase duas décadas atrás, e essa paixão continuou fervente até os dias de hoje. É por isso que, quando eu finalmente coloquei minhas mãos em Company of Heroes 3, eu acabei jogando mais do que uma pessoa normal deveria. 

Desenvolvido pela Relic Entertainment e publicado pela Sega, Company of Heroes 3 é sequência de um dos melhores jogos do gênero na plataforma, trazendo um novo lado da guerra para jogadores famintos por tiros, explosões e é claro, estratégia.

Dois lados diferentes da mesma guerra

Company of Heroes 3 é um jogo de estratégia em tempo real ambientado na segunda guerra mundial, mais precisamente durante as campanhas italianas e africanas que ocorreram entre 1941 e 1945. Desta vez, o jogo oferece duas formas diferentes de jogar,  baseados em conflitos reais.

A primeira forma de jogar Company of Heroes 3 existe através da nova campanha italiana. Através de um tabuleiro no formato da Itália, o jogador precisa manejar recursos e comandar diversos esquadrões enquanto retoma o país das garras do eixo. A campanha é totalmente dinâmica, e reage de acordo com as ações tomadas pelo jogador. O objetivo central é simples: marchar até Roma e impedir o avanço das forças fascistas.

Nesta campanha, o jogo diminui o foco nas batalhas em tempo real e introduz uma dinâmica de turnos. Sendo guiado por três líderes militares com táticas diferentes, o jogador precisa tomar decisões estratégicas em seu turno, levando em conta as dicas e preferências de cada personagem. Este modo pode ser um pouco confuso no início, principalmente para quem está acostumado com outros jogos do gênero, mas um breve tutorial apresenta ao jogador as principais mecânicas.

Ao encontrar uma facção inimiga ou começar o cerco de alguma cidade controlada, o jogo volta para as batalhas em tempo real, que sofreram diversas melhorias comparado com o jogo anterior da franquia. Várias mecânicas foram adicionadas para que o combate do jogo se tornasse mais leve e divertido que o seu antecessor, com a principal adição sendo a possibilidade de ativar uma “pausa tática”, que pausa o combate e permite que você realize novas jogadas sem perder o foco.

Durante o combate, o jogador precisa controlar unidades individuais, tendo que gerenciar recursos, construir bases e bolar estratégias para levar seus soldados à vitória. As unidades são divididas em diferentes tipos como infantaria, tanques e artilharia, cada uma com suas próprias vantagens e desvantagens. Infelizmente, o jogo pode se tornar repetitivo em algumas situações, com objetivos parecidos que se repetem várias vezes em batalhas diferentes.

Além da campanha italiana, o jogo oferece um modo mais tradicional onde o foco é na narrativa. A campanha africana é inspirada por eventos reais na Líbia e Egito, e conta a história emocionante sobre o sofrimento dos judeus de Benghazi. Neste modo, tomamos o controle de um comandante alemão que lidera a “Afrikakorps”, a força militar alemã que foi criada para defender as colônias italianas no continente africano contra o ataque militar dos aliados.

Apesar deste modo oferecer apenas 8 missões, ele conta uma história emocionante sobre os efeitos da guerra em pessoas comuns. Diferente da primeira campanha, a jogabilidade da campanha africana gira em torno de um esquadrão que precisa sobreviver mesmo com a escassez de recursos gerados pela invasão britânica.

As oito missões colocam o jogador em posições de improviso, e são diferenciadas o suficiente para quebrar os ciclos de repetição. Apesar de eu ter gostado mais do primeiro modo de jogo, a história e as situações apresentadas aqui são envolventes, e fico curioso para ver mais em alguma expansão no futuro. Infelizmente, a história da campanha africana não é muito representada em jogos da segunda guerra, e isso deveria mudar.

O multiplayer é de longe a melhor parte de Company of Heroes 3. Com partidas 1v1 e 4v4, quatro facções e 14 mapas no lançamento, o modo online tem potencial para prender a atenção de muitos jogadores. Além do combate PvP, o jogo também oferece partidas cooperativas, que podem servir como campos de treinamento antes de participar das lutas reais.

A performance poderia ser melhor

Company of Heroes 3 é um jogo pesado. Seja nas batalhas em tempo real ou no tabuleiro da campanha italiana, o jogo sofria com quedas de frames por conta da quantidade absurda de objetos detalhados presentes na tela. Mesmo segurando 60 quadros na maior parte do tempo, era comum ver diversas quedas e “engasgos”, principalmente no mapa aberto da Itália.

Além disso, eu tive alguns crashes que me fizeram perder o progresso de algumas lutas, mas não era nada que não pudesse ser resolvido com atualizações. Os gráficos do jogo são belos e de alta qualidade, principalmente o design dos ambientes e dos mapas no deserto e na Europa.

Conclusão

Company of Heroes 3 é um bom jogo de estratégia perfeito para quem é fã. Suas duas campanhas apresentam bons desafios, sua jogabilidade é viciante e seu multiplayer tem um grande potencial para os próximos anos. Apesar do combate se tornar repetitivo na campanha italiana em diversas missões, a dinâmica do jogo tem um bom ritmo que deve satisfazer novatos e veteranos.

Prós

  • História envolvente na campanha africana
  • O modo de turnos na campanha italiana é uma boa adição
  • O combate divertido e prazeroso
  • Multiplayer diversificado e com potencial de crescimento

Contras

  • Performance ruim em máquinas mais potentes
  • Missões repetidas na campanha de um jogador
  • Crashes frequentes arruínam a experiência

Nota: 8,0/10,0

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