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The King of Fighters

The King of Fighters (The King of Fighters, EUA/Hong Kong/Canadá, 2010)
Gênero: Artes Marciais
Direção: Gordon Chan
Atores: Sean Faris
Maggie Q
Will Yun Lee
Ray Park
Françoise Yip
Monique Ganderton
David Leitch
Sam Hargrave
Bernice Liu Trailer: Clique aqui
Site Oficial: Clique aqui
Censura: 

Amigos e amigas, “seguidores” do Gamehall. Há algum tempo atrás, na resenha que fiz do filme de Tekken, fiz uma observação importante ao seu final. Para muitos, foi somente uma piadinha, para outros, o prelúdio do apocalipse. O certo é que somente quis protegê-los espiritualmente do que eu anunciei que faria em seguida, espero que tenha orado antes deste momento.

Como o previamente prometido, segue a resenha de The King of Fighters.

Ahm… Mas heim?!

Mature, Rugal e Vice. Você não saberia se eu não dissesse …

Após ver as fotos, e até mesmo a capa do DVD do filme em questão, já imaginava que a bomba explodiria, e que a explosão seria violenta. Ainda assim, com o coração de um gamer que ama o mundo do entretenimento eletrônico, e curioso como um gato, aluguei o filme em uma de minhas visitas à um locadora da cidade.

Chegando em casa, ao colocar o disco em meu DVD player e pressionar “play”, as estranhezas começaram antes mesmo de o primeiro personagem do filme aparecer na tela, ou seja, já começaram nos letreiros mesmo.

Apesar de muitas empresas unidas para dar a luz ao filme, afinal é um filme de baixo orçamento, em que a “união tentou fazer a força”, não vi uma vez sequer a menção no nome da empresa detentora dos direitos do game. Isso mesmo, em nenhum momento a SNK Playmore tem destaque, ou mesmo sequer aparece na tela, na introdução do filme. Nem mesmo o tradicional “baseado no game homônimo”, ou algo que o valha, é creditado. Além de ser um fato estranho, dado um filme que nada mais, em teoria, é uma adaptação do popular game The King of Fighters, isso reflete bastante sobre o filme…

Bom, deixemos de lado esse meu momento interno de estranheza com algo que provavelmente somente minha chatice reparou, e vamos à resenha em si do filme. Explicitarei aqui as impressões que tive para com o filme, tentando não me alongar demais e não sendo tão critico quando o gosto de ser.

Kyo Kusanagi

Senta que lá vem a história.

Três artefatos milenares possuem o poder de abrir as portas para outra dimensão. O primeiro deles, o “Yasakani No Magatama”, criado pelo clã Yagami tem o poder de destrancar as portas de uma outra dimensão. O próximo artefato é o “Yata Mirror”, criado pela clã Yata. Quando se direciona o poder do Yasakani para o Yata, as portas para uma outra dimensão se abrem. Em outras palavras, o Yata é a porta.

O terceiro e mais importante artefato é a “Kusagani Sword”, forjada pelo clã Kusagani. Apenas com ela é possível derrotar a entidade maligna que se encontra do outro lado da dimensão aberta pelos outros dois artefatos. O nome dessa entidade é Orochi. Essa entidade, o Orochi, promete àquele quem o libertar dessa dimensão, poder ilimitado, mas para tal, ele necessita de obter os três artefatos.

Essa é a lenda que sustenta todo o suposto enredo de The King of Fighters, e que, em verdade, não parece ruim vista isoladamente. Não pareceria tão ruim se ela fosse contada em narração em off, antes de vermos a primeira batalha do torneiro The King of Fighters e conhecer alguns dos personagens que farão parte do filme todo.

Vice e Mature bem íntimas…

WHATAHEL!!

No filme, o torneio The King of Fighters acontece todo em outra dimensão, a qual os lutadores têm acesso por intermédio de fones de ouvido Bluetooth. Sério! Sempre que são desafiados, o fone toque e brilha, caso o desafiado aceite a batalha, ele usa o fone no ouvido e é enviado para a outra dimensão. Uma vez nessa outra dimensão, suas roupas se alteram e os lutadores se enfrentarão até que um saia vencedor. Ao fim da luta, ambos retornam à “dimensão real” exatamente como estavam antes de colocar o fone no ouvido. Sério!!

A protagonista do filme, May Shiranui, que no filme é tão “tábua rasa” quanto Kasumi o é no filme Dead or Alive, se infiltra secretamente no torneio a serviço da CIA, a fim de capturar um assassino cruel e psicopata chamado Rugal. Ela trabalha junto a outro agente, conhecido por seu sarcasmo e competência, Terry Bogard.

Isso mesmo… É o que você leu. May Shiranui sem as grandes mamas, sendo uma agente da CIA, parceira de Terry Bogard.

o tiozão é o “mascote” da SNK, Terry Bogard

May Shiranui, ao se infiltrar no torneio, descobre um lado de si que aprende a gostar, entrando seriamente no mundo do torneio e dele participando ativamente, às escondidas de Bogard. Ela aprende muito sobre essa outra dimensão, coisa da qual Bogard sequer desconfia, com seu par romântico Iori Yagami, um homem aparentemente muito sério, centrado e sábio nos assuntos que envolvem o torneio, os clãs protetores/criadores dos artefatos e desta outra dimensão.

Isso mesmo… É o que você leu. Iori Yagami interesse amoroso de May, interessado romanticamente na mesma, um homem sério e calmo…

A coisa vai ficando cada vez pior. Não vou ficar esmiuçando todo o enredo e acontecimentos do filme aqui, mas vou me ater aos detalhes importantes.

No filme Kyo é um adolescente impulsivo que é um mecânico de motos. O pouco que sabe de luta aprendeu com o pai, enquanto este podia lhe ensinar, apesar de, nas batalhas finais do filme, ele parecer exímio em artes marciais.

Chizuru Kagura, uma das poucas coisas que se salva no filme

Mature e Vice não passam de duas gostosas (nem tanto assim) subservientes a Rugal por meio de “feitiçaria” barata realizada por ele. É ridícula a forma com o que Rugal as subjuga fisicamente, e depois mentalmente. Aliás, Rugal é ridículo inteiro, para se ter uma ideia, Rugal é o alívio cômico do filme, um personagem com uma atuação caricata. Aquele que era o demônio nos games, não passa de um personagem forçado e besta no filme.

Terry Bogard não sabe lutar. Isso por si só já dá o tom do que fizeram com o homem que derrotou Geese Howard em Fatal Fury!

E por ai vai… Pelo menos não destruíram personagens icônicos como Andy Bogard, Joe Higashi, King, entre outros, pois eles não aparecem no filme. Sequer são mencionados. De um lado isso mostra a pobreza em se utilizar da rica gama de personagens do game, por outro é um alivio, pois assim descaracterizam com poucos.

Quando os lutadores vão para outra dimensão, mudam de roupa. Essa nova roupa pretende, de relance, remeter-se às roupas que os lutadores usam no game, mas não chegam nem perto. Rugal é uma borboleta. Sempre com uma roupa diferente da outra. Terry usa um colete vermelho e um boné, Iori uma jaqueta de couro preta e uma calça vermelha, e por ai vai. Qualquer cosplay com um trocado a mais no bolso faz coisa melhor.

As batalhas do filme sequer tentam relembrar as lutas ferozes do game. São coreografadas de forma bem banal e genérica. Em nenhum momento o espectador verá algum dos lutadores executar algum movimento tirado direto do game, algo a se esperar, imagino eu, de um filme de ação baseado em um game de luta. Enfim…

Kyo em sua versão americana

Pior do que ver batalhas insossas e genéricas, é ver Kyo lutando somente com uma Katana em mãos. Nada de controle do fogo, nada de pirotecnia vinda do “mestre do fogo”. Pior que isso, Rugal controla fogo no filme, enquanto May realiza movimento que dão impressão que controle de eletricidade. Iori, nesse aspecto, pelo menos lembra o game, e controla um espécie de “fogo roxo”, mas é algo que dura apenas poucos segundos, e que é tão mau filmado que fica difícil assistir.

Os efeitos especiais são poucos e mal utilizados. Tudo bem que o filme é de baixo orçamento, mas tem muito filme de baixo orçamento por ai que sabe o que fazer de bom com o dinheiro que possui. Não foi o caso de The King of Fighters. Orochi no filme, não passa de um amontoado de cobras em forma de uma cabeça, ou algo que o pareça. Chega a ser ridículo as poucas cenas em que o mesmo aparece.

Na verdade, o único momento em que o filme tenta de verdade se remeter ao game, ele o faz de forma ridícula, com um anuncio de “Round 1” para uma luta em específico. Serio!!!

Enfim, o filme não tenta sequer agradar aos fãs da série de games, e ainda não consegue ser um bom filme para os amantes tão simplesmente da 7ª arte. Bem medido e bem pesado, não presta para ninguém.

Sobe o som?

Talvez o único aspecto que não mereça um demérito em The King of Fighters seja sua trilha sonora, que se não tem nada de especial, não é tão agressiva aos ouvidos o quanto todo o resto o é para a mente e os olhos.

O filme é composto de trilhas mais pesadas, no estilo Resident Evil (os filmes), o que combina bem com um filme de ação, mas assim como a trilha sonora da cine-série dos mortos vivos, não ficarão em sua mente em momento algum, e caso exista uma trilha ou outra verdadeiramente acima da média, a mediocridade do conjunto da obra fará o espectador sequer se ater àquele momento sonoro.

K.O!

You loose.

Perfect!

No fim, The King of Fighters não chega a ser sequer um filme mediano, perto dele a versão cinematográfica de Tekken deveria era ganhar um Oscar. Não me recordo de um outro filme que conseguiu, além de ser ruim o suficiente para não agradar a audiência não gamistica, ser desrespeitoso a ponto de fazer o fã do game se sentir violentado ao assisti-lo.

Cheio de furos de enredo, situações forçadas e sem a minúscula lógica ou explicação, um ritmo inconstante de seguimento da história, lutas mal coreografadas, efeitos especiais ridículos e em especial, não ter em si NADA do que fez o game um sucesso mundial, falo sem medo de errar que a adaptação de The King of Fighters consegue ser pior do que qualquer adaptação game-cinema que Uwe Boll já dirigiu / produziu.

Honestamente, somente posso comparar, no nível de ruindade, The King of Fighters a Dragonball Evolution. Apenas a adaptação para o cinema da obra de Akira Toryama consegue ser tão intragável quanto a adaptação de The King of Fighters o é.

Se aceitarem um conselho, não precisam assistir a esse filme nem por curiosidade, não vale à pena…

Comentário: Um filme que renega todos os conceitos sobre o como se fazer um bom filme, e que também renega todos os fãs do material base. Um lixo!

Nota: 0,5 / 5,0

+ A insinuação, fraquíssima, de lesbianismo entre Mature e Vice até nos faz pensar em besteiras. É fraquíssima, mas é a única coisa que chama a atenção no filme por algo que não sejam defeitos. Motivo ÚNICO de o filme não ter levado um redondo zero na fuça!

Tudo! Para quem aqui vos escreve é a pior adaptação game-cinema já realizada.

Negative Bonus Game: Iori ajudando Kyo a não morrer! Serio!!!!

Bônus Time

No filme não tem uma Mai que preste, mas aqui na Gamehall você pode conferir uns belos cosplays da personagem como bônus, depois de ler a análise desse belo filme. Tem até Sabrina Sato de Mai 😛

Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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