Wii U – o Dreamcast da Nintendo e o seu grande Fail

por Alexander “Dark Schneider”

Já foi dito em outro texto opinativo que a Nintendo “estava caminhando para trás” ao anunciar o 2DS – afinal, ela prometeu revolucionar o mundo com o 3D, e agora volta atrás pra ganhar mais uns trocados, o que vem depois o 1DS? Hoje voltamos a falar da Big N, e como o título já revela, venho malhar o Wii U, o maior aborto da natureza que a Nintendo já lançou. Não sei porque os fãs o chamam de “next generation” já que ele mal consegue competir com o PS3 e o Xbox 360, que estão no mercado há 7 anos, imagina quando lançarem o PS4 e o Xbox One! Tentarei abaixo, explicar porque eu acho que o Wii U, uma versão bombadinha do Wii, é um grande FAIL da Nintendo, fazendo um comparativo com o console da Sega. Só lembrado que, junto com o meu texto, o site também publicou outro com um ponto de vista contrário ao meu: “Wii U: Realmente Perdeu a Guerra?“. Mas nem percam o seu tempo, fiquem por aqui que ganham mais.

Mas enfim, o Wii U pode ser considerado o “Dreamcast” da Nintendo, o último videogame lançado pela Sega, muito amado pelos seus fãs e que teve vários games originais e criativos em sua época. Ao contrário do Wii U, era um console poderoso, que podia fazer frente aos aparelhos que ainda seriam lançados, como o PS2, Game Cube e o Xbox. Mas, assim como o DC, o Wii U foi lançado muito precipitadamente no mercado, o que certamente vai lhe custar a cabeça.

O DC tinha jogos exclusivos realmente inovadores, era a Sega em seu auge fazendo o que sabia bem: inovar e divertir. Tivemos games como “Sonic Adventure“, que marcava o retorno do ouriço em um game 3D de qualidade, “Phantasy Star Online“, o primeiro MMO para consoles, os estilosos e únicos “Jet Set Radio” e “Space Channel 5“, e jogos arcade tipo “Crazy Taxy“. Não vamos esquecer de “Shenmue“, um jogo espetacular até para os padrões atuais. E a Nintendo, é claro, sabe como ninguém como desenvolver games. Eles tem o Shigeru Miyamoto, um dos maiores gênios da indústria de games, então franquias boas, e experiência em jogos, para eles não faltam: nomes como Mario, Pokemon, Zelda, Pikmin todos esses já se encontram disponíveis para o Wii U. Isso sem falar de Mario Kart e Smash Bros, prometidos para 2014. Então, assim como a Sega, a Nintendo está dando o devido suporte ao seu filhote. Até aí tudo bem, não está fazendo mais do que a obrigação, apesar dos seus jogos lançados até agora não mostrarem a que veio, ficando bem abaixo do esperado. A Nintendo já disse que está ainda aprendendo a trabalhar com gráficos de alta definição. Isso que dá entrar atrasada na geração PS3 e X360.

Mas vamos agora para as comparações mais pesadas e negativas. O console não tem suporte da EA, famosa por seus games de esporte, como aconteceu também com o DC. Mas daí você vem e me fala “ah foda-se, jogos de esporte são uma merda mesmo“. Aqui no Brasil talvez o gênero não seja muito popular, mas os americanos são FANÁTICOS por jogos de esportes desde a época dos 16 Bits. A EA ficou rica e famosa por causa do suporte que ela dava aos videogames da Sega, em especial o Mega Drive, que tinha uma biblioteca de games de esporte muito mais extensa que a do SNES. Bom, a EA chegou a lançar quatro jogos para o Wii U, antes de retirar publicamente o seu apoio ao console devido às fracas vendas: “Need for Speed: Most Wanted“, “Fifa 13“, “Madden 13” e “Mass Effect 3“. Nenhum deles aparece no Top 10 de mais vendidos, o primeiro a aparecer na lista é Fifa 13, na vigésima posição. Inclusive, o engenheiro e arquiteto sênior de software da EA, Bob Summerwill, chegou a declarar abertamente no seu Twitter que o Wii U “é uma grande merda!“. Ele foi além, e chegou a dizer que a Nintendo ainda vive nos anos 90 e que devia fazer como a Sega, que não produz mais consoles, apenas games. Outro que andou falando sobre o Wii U recentemente foi Yoshinori Ono, produtor da franquia “Street Fighter“, que revelou que a Capcom não tem nenhum plano no momento para levar a famosa série para o console da Nintendo. Enquanto isso 360 e PS3 irão receber o novo “Ultra Street Fighter IV”, que será lançado ano que vem. GTA5? Pode esquecer!

O gerente técnico da 4A Games, Oles Shishkovtsov, comentou em uma entrevista que o jogo “Metro: Last Light” não sairia para o Wii U porque “o console tem um processador horrível e lento“. É claro que o comentário gerou bastante polêmica, a ponto de um representante da empresa e da THQ, que publica o jogo, tentar esclarecê-lo. O representante, Huw Beynon, no entanto, comentou que a afirmação apenas refletia a opinião de um programador sobre uma parte específica do videogame, desconsiderando outros fatores.

Algo que a Nintendo vem capengando faz tempo é com a sua rede online de games (lembram da Seganet para o DC? Pelo menos a Sega tinha a desculpa de ser a primeira no ramo de games online e não ter experiência nenhuma), que não chega perto da PSN ou da XBLA. Ao menos o Wii U oferece serviços melhores do que o Wii, mas ainda carece de serviços básicos, como o perfil ser preso a um console (se você comprar um novo console, diga adeus aos jogos digitais que comprou), ou de não ter chat de voz. O Miiuniverse, a rede social da Nintendo, tem muitas restrições. Faltou à Nintendo a experiência calejada em serviços online que a Sony e a Microsoft já possuem, e com certeza irão oferecer redes sociais muito  mais arrojadas e interativas em seus próximos consoles. E na boa, aqueles Miis, os mesmos da versão Wii, são pra crianças retardadas. Podia ser bonitinho na geração passada, mas a Nintendo não fez nada para atualizá-los, com um nível de personalização que não chega aos pés dos avatares do Xbox 360, por exemplo.

O DC tinha um controle com uma tela, que era também o cartão de memória, que levava a experiência de jogar a um novo nível. Era mais um charme do que um dispositivo feito para jogar realmente, como criar um Chao de “Sonic Adventure” no VMU. Já o Wii U aperfeiçoou essa ideia de 1999, com um controle que parece uma tablet, sensível ao toque e movimentos. É uma ideia interessante, como o VMU, mas não tem sido realmente bem aproveitada, sendo que a melhor parte é poder jogar sem precisar da TV. E pra isso usamos tablets ou celulares, ou mesmo portáteis (da Nintendo, é claro!).

controle com tela? O Dreamcast já tinha há 10 anos

Ambos DC e Wii U tiveram boas vendas iniciais (o DC bateu recorde de vendas nas primeiras 24h nos EUA), o console da Nintendo chegou a vender bem em seu lançamento, mas então veio a falta de games e de um marketing mais agressivo, e a coisa começou a desandar. Hoje, quase 1 ano depois do seu lançamento, o Wii U teve vendas globais de 3,4 milhões de unidades, segundo estatísticas do VGCharts, enquanto que o Wii vendeu mais de 12 milhões no mesmo período! Isso não é vendas fracas, isso é uma piada! Ele mal consegue ultrapassar o PS Vita, que vendeu irrisórios 5 milhões até hoje, e a cada mês suas vendas diminuem. Seu game mais vendido é “Nintendo Land“, com mais de 2 milhões de cópias globais vendidas. Pelo número de Wii U vendidos, a porcentagem é até boa, mas para uma empresa acostumada com números que extrapolam os 10 milhões, isso é patético! De todos os games lançados (num total de 114 títulos até agora), “Nintendo Land” foi o único a ultrapassar a marca de 1 milhão de vendas nos EUA, todos os outros títulos ficaram abaixo disso. O DC pelo menos chegou aos 10 milhões de unidades no seu curto período de vida, e conta com uma biblioteca de jogos com mais de 1.000 títulos – alguns sendo lançados até hoje!

E o tiro à queima-roupa que o DC levou, o Wii U também vai levar: a concorrência com consoles mais poderosos. As vendas do DC despencaram só com o anúncio do PS2, que prometia ser uma super-máquina e que além de jogos, rodava DVD (coisa que o DC não fazia). O Wii U usa uma mídia própria similar ao Blu-Ray, mas ele não vai rodar filmes, apenas games. Não vai rodar nem DVD! E como já disse, suas especificações mal conseguem concorrer com o 360 e PS3. “Ah, mas a Nintendo já disse que não está pensando em hardware, ela quer inovar, blábláblá…“. BULLSHIT! Já passou um ano e o console não agradou, seu controle-tablet não agradou. Os games deixam a desejar. O Wii, o console mais vendido da sétima geração, também era bem inferior à concorrência, mas ele contava com o revolucionário controle de movimentos, e com um preço bem abaixo dos rivais. Além do mais, quando o PS4 e One forem lançados, as versões de jogos multiplataforma para ele, quando tiverem, ficarão com qualidade bem inferior, coisa que acontece hoje com o Wii, que é bom em jogos casuais ou exclusivos, mas que sempre sai perdendo em jogos multiplataforma.

Bom, certamente o Wii U não será o último console da Nintendo, ela ainda tem dinheiro sobrando para sobreviver a esse grande FAIL da indústria de videogames. O seu portátil 3DS teve um começo difícil, mas agora está com vendas sólidas, chegando na casa dos 30 milhões globais (o Wii U devia ter pelo menos metade disso). Quem sabe podem até lançar outro console, e esquecer de vez o Wii U. A empresa finalmente anunciou um corte de preço no console, e o seu pacote de luxo com 32 Gb vai custar a partir de 20 de setembro US$ 300. Ainda está longe dos convidativos US$ 250 do lançamento do Wii, mas já é um passo certo para tentar recuperar terreno e enfrentar os concorrentes, por sinal mais caros: PS4 (US$ 400) e XOne (US$500). Claro que aqui no Brasil os valores são bem diferentes, o preço oficial de um XOne sai em volta de R$2.200,00 e um Wii U por volta de R$1.400,00 (o PS4 ainda não tem preço oficial sugerido pelo Sony, mas deve vir por uns R$2.000,00). Ambos caríssimos, mas mesmo assim o Wii U tem uma clara vantagem. Resta saber se os jogadores vão preferir comprar o console da Nintendo, ou guardar o seu rico dinheirinho para os rivais.

Mas baixar preços não é novidade. Muitas lojas, como a Amazon, do Reino Unido, reduziram o preço do Wii U por vontade própria na tentativa de acabar logo com os estoques. “Ele está tendo desconto nos supermercados não porque eles querem vender mais; ele teve o preço reduzido para que eles pudessem se livrar dele logo”, relatou em um editorial o site de análise de mercado Games Industry.

Antes que os fanboys da Nintendo (comuniade nintendista é uma raça de dar nojo, não se pode falar mal da Nintendo que parece estão xingando a mãe deles) venham aqui me xingar e ficar de mimimi, e dizerem que sou ista, hatter ou sei lá o termo da modinha, eu só digo a vocês: tive um NES, um SNES (ótimas lembranças desses dois), um N64, um Cube e um Wii (tive momentos inesquecíveis com ele, inclusive quando jogava em grupo de grandes pessoas) e sim, já tive experiências com um Wii U e até acho ele um console com ideias bastante interessantes, mas que até o momento não me convenceu nem um pouco. Jogo Nintendo bem antes que muitos dos revoltadinhos fãs de Justin Bieber que provavelmente irão aparecer por aqui. E outra coisa, isso aqui é um ARTIGO OPINATIVO, ou seja, é a minha humilde opinião sobre o Wii U. Quanto às outras pessoas que quiserem criticar com sapiência, fiquem a vontade, eu aliás encorajo diferentes pontos de vista, quem sabe eu até mude de ideia (acho beeem difícil, mas…). Ou se concordam comigo, que o Wii U é um BIG FAIL da Nintendo, deixem aí o seu comentário também, nela podem descer o cacete!

Wii U acabou de perder 75% e sua serventia…

Sammy Anderson

Fundador do GameHall e produtor do programa Versus.

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