Enquanto muitas pessoas estavam se divertindo com os grandes lançamentos de 2015 em dezembro, eu, por outro lado, tive a oportunidade de jogar e terminar Super Mario 3D World para Wii U. Lançado em 2013 para o console da Nintendo, o jogo visava pegar as ideias de Super Mario 3D Land de 3DS para fazer algo com a grandiosidade de Super Mario Galaxy. Digo, com absoluta certeza, que a tarefa foi muitíssimo bem sucedida. A Nintendo sempre cuidou bem de sua principal estrela, e neste jogo isto não é exceção.
Existem quatro personagens que você pode escolher para jogar. Mario, Luigi, Peach e Toad. Cada um deles tem características distintas, que mudam um pouco a jogabilidade. Mario é o mais balanceado dos quatro, recomendado para todos. Luigi pula mais alto que os demais. Peach consegue planar no ar por alguns instantes e Toad é o mais rápido. Existe um quinto personagem secreto que você destrava durante o jogo, mas evitarei falar dele para evitar spoilers. Até quatro jogadores podem jogar ao mesmo tempo em um sistema cooperativo local drop-in drop-out, ou seja, podem entrar e sair da partida na hora que bem entenderem.
Mas isso quer dizer que o jogo é divertido apenas jogando com outras pessoas? De jeito nenhum. Aliás, se você ignorar o modo cooperativo, não estará perdendo muita coisa, para falar a verdade. Apesar de existirem mecanismos para facilitar a jogabilidade conjunta, jogar sozinho é o melhor jeito de aproveitar Super Mario 3D World.
As fases, incrivelmente bem elaboradas, vão aumentando gradativamente o desafio a medida que você avança no jogo. A jogabilidade lhe dá opções bem variadas, como por exemplo a possibilidade de pegar bolas de beisebol e arremessar nos inimigos, ou chutar bolas de futebol neles. Você não está restrito aos cascos de tartaruga. Entretanto, em relação aos novos itens que Mario pode utilizar, o que mais me chamou a atenção foram as cerejas que multiplicam a quantidade de personagens que você está controlando. Imaginem, por exemplo, cinco Marios com o poder da flor de fogo. Não há inimigo que sobreviva a isso. O detalhe mais legal é que apesar de você controlar tantos personagens ao mesmo tempo, a jogabilidade é tão bem feita que você vai se sentir controlando apenas um. Existe o Cannon Box, que transforma sua cabeça em um canhão que atira sozinho, mas que também pode ser acionado manualmente. Há também o sino que transforma Mario em um gato, símbolo deste jogo. Nesta forma você consegue escalar paredes até um certo ponto, pular mais alto, efetuar um ataque aéreo mergulhando na diagonal, atacar no chão dando patadas, além de correr muito mais rápido. É um excelente traje, o qual espero que vejamos em outros jogos do personagem.
Super Mario 3D World recompensa aqueles que explorarem bastante os vastos cenários para poderem encontrar as estrelas, carimbos e destravar todas as fases disponíveis. Quem fizer isso, terá a chance de experimentar algumas das melhores fases do jogo, que além de serem bem mais difíceis, possuem algumas trilhas sonoras que você não encontra nas demais. Na verdade, eu recomendo fortemente que estas fases sejam jogadas. Corra atrás das estrelas e dos carimbos que você pode usar no miiverse, pois é uma experiência bastante recompensadora. O lado ruim de pegar as estrelas é que mesmo se você não quiser fazer isso, se verá obrigado pelo jogo a fazê-lo em algum momento, pois existem fases principais que você só consegue desbloquear com uma certa quantidade delas. Não vejo isso como um ponto negativo, mas poderá desagradar alguns jogadores.
Outro detalhe que vale ser mencionado é que você pode deixar dicas nos mapas para ajudar outros jogadores, ou então apenas se gabar por ter conseguido passar de uma fase complicada. Você também pode ver as dicas postadas por outros usuários, as quais aparecem aleatoriamente.
Existem chefes, claro. São poucos, mas estão lá. Eles não chegam nem perto da dinâmica oferecida pelo grandioso design das fases, no entanto. Não me entenda mal, as lutas são bastante divertidas, mas poderiam ser melhores. O lado bom é que você termina elas bem rápido, podendo voltar para o que realmente importa. Ah, mas vale ressaltar que eu não achei isso do último chefe. A luta contra ele é sensacional. Eu prefiro não entrar em detalhes para não estragar a surpresa.
O jogo conta também com alguns níveis feitos especialmente para o personagem Captain Toad, onde você o controla e deve descobrir uma forma de pegar todas as estrelas usando as funções do GamePad enquanto desvia das armadilhas e inimigos. Trata-se de uma prévia do jogo Captain Toad: Treasure Tracker, que foi lançado no ano seguinte.
E por falar no GamePad, saiba que você precisará dele sim para jogar, mas não sempre. Existem certas fases, como estas do Toad, onde é obrigatório o uso dele. Você utiliza o giroscópio do controle para girar o cenário, a tela de toque para que apareçam plataformas e blocos escondidos, o sensor do microfone que, ao reagir ao seu sopro, faz funcionarem plataformas móveis e por aí vai. Você pode até mesmo tocar nos inimigos usando a tela para que eles fiquem imóveis por um certo tempo.
As funções do GamePad são muito bem implementadas em Super Mario 3D World. Contudo, as fases onde você não necessita dele, que são a vasta maioria, podem ser jogadas com um Pro Controller, caso prefira. Eu, inclusive, joguei desta forma.
Graficamente, este jogo é estonteante. Os cenários são incrivelmente bem trabalhados e cheios de vida. E tudo isso rodando a sólidos 60fps. A trilha sonora não é tão boa quanto a de Super Mario Galaxy, mas é facilmente uma das melhores, não apenas da franquia, mas já feitas na história da indústria de jogos. Sem exagero, haverá momentos onde você terá vontade de largar o controle para ficar ouvindo sem distrações a música que estiver tocando.
