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Análise | Call of Duty: Modern Warfare 2 oscila, mas entrega ação de qualidade

Levar o nome Modern Warfare é uma responsabilidade tremenda, tendo em vista o impacto que os jogos originais desta linha de Call of Duty fizeram no passado. A versão deste ano, continuação direta do reboot de 2019, teve uma tarefa ainda mais ingrata, uma vez que, para boa parte da crítica e público, o jogo é uma releitura daquele que foi o melhor de toda a saga. Entre altos e baixos, esse capítulo acaba não atingindo as glórias do passado, mas não deixa de ser um pacote divertido e repleto de ação.

Campanha oscila

O time todo está de volta. Além do Capitão Price, há também os retornos de Soap, Shepherd, Nikolai e, claro, o icônico Ghost com a sua máscara de caveira. Como se trata de um reboot, a história, no entanto, é bem diferente, com novos vilões e missões, mas repletas de referências a momentos do jogo clássico.

A Força Tarefa 141 está atrás de um grupo terrorista iraniano que esconde mísseis de longo alcance que podem destruir as principais cidades do Ocidente. Em conjunto com um grupo de mercenários americanos, chamados de Shadows, precisam avançar por diversos territórios para encontrar pistas sobre os mísseis e o paradeiro do líder terrorista, chamado Hassan.

Os desdobramentos e eventuais problemas levam o time até mesmo para o México, onde também se envolvem em disputas contra o Cartel e se aliam com uma força tarefa da região, igualmente interessada em solucionar o caso. Em todos esses locais, os gráficos são belos, mesmo que sem o impacto do 2019, uma vez que ainda usa a mesma versão do motor gráfico de anos atrás e ainda usa como base os consoles da geração passada.

A narrativa é um dos pontos mais fracos do jogo e, por muitas vezes, faz pouco sentido, com vários atalhos de roteiro que quebram a imersão pela falta de verossimilhança. Na tentativa de passar um aspecto de pureza para a Força Tarefa 141, em alguns capítulos eles deixam de ser os soldados implacáveis que são para cumprir leis e burocracias que fazem soltar ou abrir mão de vilões perigosos, só para algumas missões depois eles estarem novamente colocando o mundo em risco. Personagens como Farah, uma das principais em COD MW 2019, e Nikolai, só aparecem em uma missão cada, sendo subaproveitados. 

Na jogabilidade, no entanto, a campanha brilha. As missões são muito variadas e nunca deixam de surpreender. Há momentos clássicos de COD, com invasões quarto a quarto com a visão noturna ligada e operações com cara de filme do Michael Bay, mas também há algumas muito inesperadas, como uma perseguição de carros pelo Oriente Médio, uma invasão disfarçado no Cartel – que mais parece uma fase da série Hitman – e ainda momentos onde é preciso coletar suprimentos pelas fases para construir itens, já que você está sem armas.

Ao longo das 17 missões, o jogador vai estar sempre encarando desafios diferentes e dificilmente vai se cansar da fórmula, já que ela está sempre em movimento. O mais interessante é que, mesmo com esse nível de variação, as doses de ação e o ritmo não sofrem muito, deixando a campanha longe de ser monótona.

Faltaram, no entanto, alguns momentos épicos o suficiente para fazer frente ao legado de Modern Warfare. Não há uma missão impactante como “No Russian”, por exemplo. Também incomodou a forma como tentaram dar a todo o momento o protagonismo para o Ghost, o que o tornou um personagem caricato. Sua relação com o Soap, no entanto, até que deu uma química legal.

Pesando o todo, a campanha oscila bastante por conta do baixo nível da narrativa, mas as missões carregam-na bem e a tornam uma das mais legais dos últimos anos da franquia, especialmente após os mornos Cold War e Vanguard.

Multiplayer repete erros

Nos últimos anos, o multiplayer de Call of Duty também vem de altos e baixos e Modern Warfare 2 tem seus problemas, mas, no geral, é uma experiência bem sólida, especialmente pela jogabilidade com armas refinada e customização robusta dos armamentos. Ainda assim, é incrível como a Infinity Ward parece convicta nas suas decisões polêmicas e conceitos de design de mapas, mesmo quando uma parte vocal da comunidade bate desde a versão de 2019 naquilo que entendem como problemas.

Começando pelo positivo, o sistema de customização de armas é bem legal e altamente refinado. Há desafios específicos de arma, uma boa árvore de progressão e uma gama de edição vasta, para deixar a arma da forma como você preferir para o seu estilo de jogo. O sistema também incentiva a testar novas armas, o que é muito bem-vindo.

Os modos de jogo são variados, havendo bastante conteúdo. Ground War e Invasion contam com times numerosos, com o primeiro abrangendo até 32 jogadores e o segundo sendo de 20 contra 20. Os mapas aqui são até bem legais e a jogabilidade fica dinâmica por conta das possibilidades que um campo de batalha grande proporciona. Prisoner Rescue é similar ao VIP Escort do Cold War e caiu muito bem também em MW2. Spec Ops é um modo cooperativo que é uma baita surpresa positiva. Uma pena contar apenas com três cenários, já que cada um deles conta com uma pegada diferente e divertida para jogar com um amigo ou alguém na internet, especialmente o focado em furtividade. O modo terceira pessoa é o menos interessante e precisa de mais polimento, mas deve agradar quem busca algo diferente do convencional para a franquia.

O problema está nos modos clássicos, que contam com alguns mapas bem ruins, como Sena Border e Al Bagra, com muitos pontos que novamente favorecem quem fica com a arma montada de camper em locais escondidos a cada esquina, problema que também fez parte do jogo de 2019. Além disso, aspectos como a remoção do slice cancel, a falta de um placar de líderes, a forma como o crossplay foi construído tentando compensar as desvantagens do controle com Aim Assist pesado, interface ruim, dentre outros, acabam pesando contra a parte positiva, deixando o resultado geral um tanto quanto divisivo.

Conclusão

Call of Duty: Modern Warfare 2 não chega no patamar do jogo de 2009, mas é um sólido pacote de ação para os fãs da franquia. A campanha tem uma história fraca, mas entrega missões variadas e sempre divertidas, o que a coloca como uma das melhores da saga nos últimos anos. Já o multiplayer conta com muitos modos de jogo interessantes e uma customização incrível. Porém, acaba pecando pelos mesmos erros do passado, especialmente no que diz respeito ao design dos mapas.

Prós

  • Variedade na jogabilidade das missões na campanha
  • Bons modos de jogo no multiplayer
  • Sistema robusto de customização de armas
  • Gráficos impressionam em algumas fases, apesar de ser crossgen

Contras

  • História fraca e sem muito o que dizer
  • Vários mapas com problemas de design 
  • Alguns personagens foram subutilizados
  • Crossplay problemático

Nota: 7,5/10,0

Uma cópia do jogo para PS5 foi fornecida pela Activision para a elaboração desta análise

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