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Análise | Mega Man Battle Network Legacy Collection é retorno divertido à era do azulão no GBA

A preservação dos jogos clássicos é um tema cada vez mais recorrente na indústria de jogos, mas a realidade é que poucos estúdios ligam de verdade para isso. A Capcom vem sendo uma exceção, lançando coletâneas de seus jogos antigos, uma atrás da outra, dos mais famosos até os mais de nicho, como é o caso de Mega Man Battle Network Legacy.

Conteúdo de sobra

Se você não conhece essa série do puro aço, basta saber que teve uma sequência bem longeva no Game Boy Advance, com uma série de jogos numerados e até lançamentos paralelos. Na coleção a Capcom está disponibilizando nada menos que seis jogos da saga. A empresa conta dez deles, mas quatro são versões idênticas com pequenas mudanças em chefes, algo como as versões de um lançamento de Pokémon.

Os jogos foram divididos em dois volumes, sendo três principais e suas variações em cada um.  Mega Man Battle Network, MMBN 2, MMBN 3 Blue e MMBN 3 White estão no primeiro volume. MMBN 4 Blue Moon, MMBN 4 Red Sun, MMBN 5 Team Colonel, MMBN 5 Team Protoman, MMBN 6 Cybeast Falzar e MMBN 6 Cybeast Gregar completam o segundo. Os jogos paralelos não foram colocados na coleção, como Rockman.EXE WS, mas não são tão importantes para a história.

Cada título desse leva de 15 a 20 horas para ser finalizado e os que querem completar todas as cartinhas podem gastar mais algumas dezenas de horas tranquilamente. Ou seja, o conteúdo é extenso e vai manter fãs e novos jogadores entretidos por muito tempo. Por outro lado, mesmo assim o preço atual parece um pouco salgado, especialmente para os brasileiros e comparando com outras coleções recentes da Capcom. Na PSN e Shop o valor neste momento é de R$ 260,00, então a não ser que você queira muito jogar esta coletânea, o recomendado é esperar alguma promoção se você não tiver certeza se vai gostar da proposta. Já no PC está um pouco mais baixo, saindo por R$ 200.

Futuro conectado

Em termos de jogabilidade todos os jogos da franquia são bem parecidos, com diferenças mais nas campanhas e algumas pontuais nos possíveis baralhos.

O mundo aqui está em um fictício início dos anos 2000 e a humanidade evoluiu as redes para manter todo e qualquer dispositivo eletrônico conectado. Mega Man, alguns dos personagens clássicos da franquia e vilões são programas de computador comandados por pessoas bem ou mal intencionadas. No caso do azulão, o seu mestre é um garoto de 12 anos chamado Lan, enquanto outros colegas de classe comandam os coadjuvantes. 

O mundo vive entrando em perigo por conta de hackers e vilões maquiavélicos e a dupla acaba se envolvendo e salvando o dia ao batalhar com um sistema de cartas bem criativo, que é o ponto alto da saga. As histórias são bobinhas e leves, até mais infantis que em outros jogos do gênero, mas não incomodam a ponto de prejudicar a experiência com a jogabilidade.

Na hora que as batalhas começam mesmo, o jogador precisa utilizar um deck de chips para vencer os inimigos. Montar este deck de forma inteligente e que potencialize algum aspecto do combate é essencial para dominar o jogo. Nos “duelos”, Mega Man fica em uma arena dividida ao meio e o jogador o controla pelos quadradinhos, podendo atirar e esquivar dos ataques inimigos. A cada período de tempo é possível utilizar os chips do deck para ações mais extravagantes do que somente atirar com seu canhão, como destruir parte da arena ou atacar corpo a corpo.

Em cada novo jogo o time de desenvolvedores foi adicionando mais opções para o combate, o que mantém a franquia sempre interessante. É bem tático, mas ao mesmo tempo menos maçante que a repetição dos turnos que eram a moda da época.

Uma pena que melhorias de qualidade de vida não acompanharam o pacote. Ter a opção de acelerar alguns momentos e salvar em qualquer lugar deixaria os jogos mais atrativos para novatos, que inevitavelmente vão achar muito do que está aqui já datado para os padrões atuais. 

Em questão de visuais foi feito o mínimo possível também. O jogo continua no padrão de resolução original e é possível escolher um fundo para cobrir o resto da tela. Para não dizer que não há nenhuma opção, dá para selecionar um filtro para melhorar o aspecto “pixelado” ou deixar da forma mais clássica possível.

Online é destaque

Por fim, há uma série de extras que complementam o todo. Na época do Game Boy Advance, utilizar o Game Link para conectar os portáteis e batalhar com os amigos era uma febre. Aqui a Capcom colocou tudo isso no online. Há limitações, como os dois jogadores precisarem estar com os mesmos jogos abertos, mas funciona muito bem e é possível trocar chips e testar seus decks.

Há ainda uma galeria de arte com artes conceituais e um tocador de música com a boa trilha sonora de cada um dos jogos para quem quiser ouvir algum tema favorito.

Conclusão

Mega Man Battle Network Legacy Collection é mais uma boa coletânea da Capcom que não só preserva seu acervo clássico como também tem potencial para atrair novos jogadores para a franquia do puro aço. Os jogos possuem um combate interessante e o conteúdo da coleção é bem completinho. Faltou um carinho maior com melhorias de qualidade de vida e um precinho mais camarada, mas não se pode ter tudo.

Prós

  • Conteúdo vasto e que cobre toda a parte principal da saga
  • Modo online dá sobrevida ao jogo e funciona bem
  • Extras são adições bem vindas

Contras

  • Poucas melhorias de qualidade de vida e visuais
  • Preço um pouco elevado pelo que é oferecido
  • Parte do design e jogabilidade sentiram o peso da idade

Nota: 7,5/10,0

Uma cópia do jogo para PS4 foi fornecida pela Capcom para a elaboração desta análise.

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