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Cavaleiros do Zodíaco: Prólogo do Céu

– Os cavaleiros de Atena voltam em uma super produção de incrível visual –

*Esta análise foi escrita quando do lançamento do filme nos cinemas brasileiros, por isso algumas informações estão datadas, como as informações sobre a Saga de Hades que ainda não tinha sido terminada na época.

Cavaleiros do Zodíaco: Prólogo do Céu (Saint Seya: Tenkai-hen Josô – Overture, Japão, 2004)
Gênero: Animação
Direção: Shigeyasu Yamauchi
Roteiro: Masami Kurumada, Michiko Yokote
Duração: 70 minutos
Trailer: Clique aqui
Site Oficial: Clique aqui
Censura: Livre 

 

Temos anime nos cinemas brasileiros e não poderia ser outro do que Cavaleiros do Zodíaco: Prólogo do Céu. Depois da explosão do anime aqui no Brasil em meados dos anos 90 nenhum outro anime chegou perto (e provavelmente não haverá outro futuramente) do fenômeno e carisma que Cavaleiros do Zodíaco conseguiu com os fãs brasileiros.

Segundo filme dos cavaleiros de Atena a passar nas telonas brasileiras, Prólogo do Céu foi lançado em 2004 no Japão e situa-se cronologicamente logo após a Saga de Hades, cuja versão anime ainda não foi finalizada (a Band já adquiriu os direitos dos 13 primeiros episódios para 2007).

Mas então, o primeiro longa metragem, A Batalha de Abel, lançado aqui em 1995 (e o anime que até hoje tem recorde de público nos cinemas brasileiros) e o Prólogo do Céu possuem muitas diferenças ou seguem o mesmo e velho esquema batido de “bater e correr” já visto na série até agora? Essa comparação é o que esta análise se propõe a fazer, mas uma coisa eu digo, quem ainda não assistiu a esse filme vai se surpreender, seja os fãs mais antigos ou os mais novos, pois ele é diferente de tudo que já se viu ou se conhece na série, o que já estava na hora, afinal usar sempre a mesma fórmula acaba cansando os fãs.

A história do longa mostra um Seiya em uma cadeira de rodas, em estado catatônico, por causa de uma maldição de Hades em sua última luta com o Pegásus. Saori está cuidando dele quando aparecem os Cavaleiros Celestiais, que são guerreiros da deusa Ártemis, irmã de Saori, com o objetivo de matar Seiya (e os outros quatro cavaeliros também) por ter desafiado os deuses (Poseidon e Hades). Para poupar a vida de seu cavaleiro predileto, Atena entrega o controle da Terra e da humanidade para Ártemis e vai para a morada dos deuses para se sacrificar pelos seres humanos. Sentindo o perigo que a deusa corre, Seiya desperta de seu estado catatônico para lutar contra os Cavaleiros Celestiais. Porém, por causa da maldição de Hades, Seiya está sem o seu poder cósmico, sendo inclusive rejeitado por sua armadura. Assim Seiya, Shiryu, Hyoga, Ikki e Shun terão que enfrentar a ira dos deuses.

Apesar da história parecer a mesma das outras sagas, não se engane, as diferenças são gritantes, a começar pelo visual que é belíssimo, muito bem feito com desenhos marcantes e com toques de computação gráfica (coisa simples, nada exagerado, como os cosmos dos cavaleiros, destaque para o Fênix e Hyoga, com visuais belíssimos). Uma animação bem mais requintada e esteticamente bonita, clara e colorida, com belos efeitos de sombra, diferente da animação da Saga de Hades (também espetacular) que usa cores mais sombrias e escuras.

Percebe-se logo de cara uma trama mais complexa e ousada, o que acabou não agradando muito a vários fãs. Realmente ele é um pouco confuso, mesmo para aqueles já acostumados ao universo de Cavaleiros do Zodíaco, e possui alguns furos no roteiro, mas que pode ser explicado pelo próprio título, “Prólogo”, ou seja, “Abertura” de algo que está para vir (que seria a Saga dos Deuses). Dizem também que este é o primeiro filme de uma trilogia, então por isso tem muitas coisas em aberto, especialmente o seu final.

A criançada com certeza ficará boiando nesse filme, que não é um anime para crianças, e sim principalmente para os fãs. Vamos ter questionamentos quase que filosóficos (não se preocupem, a parcela de pancadaria e golpes está garantida) sobre o papel dos deuses e sua relação com os seres humanos – os deuses são divindades supremas para serem venerados ou são dependentes dos humanos para continuarem existindo? Novos pontos de vista dos motivos de Seiya e os outros lutarem pela Atena são levantados. Até mesmo Seiya, o mais odiado entre os cinco cavaleiros (quem nunca disse “Morra Seiya!”) ganha novas perspectivas em suas batalhas pelo bem.

Mas nem tudo é perfeito. Prólogo do Céu pode ser bem decepcionante para os fãs que querem ver os outros cavaleiros em ação. O roteiro é centrado em Seiya e Saori, assim Hyoga, Shiryu, Ikki e Shun acabam ficando em quarto plano (nem é segundo), o que é um grande desperdício. Ikki e Shun protagonizam a luta mais eletrizante do filme, com cenas bem emocionantes. Os bons e velhos clichês da série, como os sacrifícios melodramáticos, idealismos, altruismos e perseverança estão lá. Vilões poderosos (nem todos são maus, como Ikarus que começa a se questionar sobre as vantagens de ter os poderes de um deus), arrogantes, frases de efeitos e tudo mais.

A trilha sonora está impecável e vai agradar aos fãs com belas melodias orquestradas, assinadas por Seiji Yokoyama, que combinam perfeitamente nas narrativas mais lentas e contemplativas dos personagens. No final temos a versão em português da música “Never”, cantada por Edu Falashi, do Angra, que executa um excelente desempenho ao cantar o tema final, a exemplo do que ele já havia feito na canção tema Pegasus Fantasy.

Enfim, você pode ser um daqueles que já assistiu ao filme (baixou da internet, comprou um piratão por aí) e pode dizer que não vale a pena ir ao cinema conferir. Ledo engano, meu caro. Eu recomendo que você vá ao cinema sim, pois na telona e som de cinema é uma experiência completamente diferente e única, sem dizer que animes em cinemas por aqui é coisa rara, outro bom motivo para você ir. E outra coisa, a dublagem está EXCELENTE, um trabalho digno dos dubladores já conhecidos para este longa metragem, um dos poucos animes que eu acho a dublagem brasileira melhor que a original.
Prólogo do Céu é recomendado para os fãs ou para aqueles que já tiveram algum contato com o universo de Os Cavaleiros do Zodíaco, e ainda assim correndo o risco de não gostarem, já li muitas críticas pesadas dos fãs mais radicais sobre este filme, que realmente é bom, mas poderia ter sido bem mais. Já se passaram dois anos e nada de continuação ainda… se bem que nem a Saga de Hades ainda terminaram, meio lento esse Kurumada heim. Ah sim, antes que eu me esqueça, o longa tem duas novidades: uma é relacionada a Marin, a Amazona de Águia, mestra de Seiya e a outra aparece depois dos créditos finais, então fiquem ligados até o final.

Trailer em Português




“Pegasus Ryu Sen Ken!!!”

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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