Entrevista – Alexandre “DrPuppet” Weber – Treinador da KLG

Alexandre Weber - KLG - FotoSaudações, amantes do e-Sport! Trago para vocês uma entrevista exclusiva com Alexandre “DrPuppet” Weber, atual treinador da equipe KLG, adversária da paiN Gaming no Desafio Internacional que ocorre nas próximas semanas. O cara é brasileiro, tem apenas 19 anos, mora na Alemanha desde os 8 e trabalha em uma equipe latino-americana. Inusitado? Sim, mas vocês conferem mais abaixo como tudo isso aconteceu, além de conhecerem um pouco mais sobre a vida dele. Ele também fala sobre a paiN, a Hard Random, a preparação da KLG para a competição e o que podemos esperar dela! Alexandre também discute a possibilidade de uma vaga direta para o Brasil no Mundial de 2016.

DrPuppet possui a simpatia natural do jovem mesclada com o profissionalismo de quem leva o trabalho a sério e ama o que faz. É claro que o Desafio Internacional também foi foco da descontraída conversa, conforme vocês lerão agora:

Em qual temporada você começou a jogar League of Legends?

Foi no final da Season 1. Eu comecei a jogar um pouco antes do primeiro Campeonato Mundial… eu lembro de ter assistido a IEM World Championship, Fnatic vs aAa, foi o primeiro jogo do cenário competitivo que eu assisti e foi isso que fez eu me interessar pelo LoL.

Qual foi o primeiro campeão que você comprou?

Ah… eu acho que foi a Ashe, porque é o primeiro campeão que cê joga. É, eu acho que foi a Ashe. Mas eu não cheguei a comprar os itens que você aprende a usar no tutorial, hahah…

Qual seu campeão favorito, a skin favorita e por quê?

É o Amumu e Amumu Festa Surpresa porque… não, não tem nem o que falar! Hahahah!

Tá bom, aceito essa resposta… Hahahaha! Nos seus primeiros meses de experiência com o LoL você fazia alguma ideia de que chegaria tão longe assim, a ponto de fazer parte do cenário competitivo como treinador?

Cara… eu quase pensei em não jogar esse jogo, que nem praticamente todo mundo no começo, mas eu continuei… eu não tava interessado em jogar competitivamente até o final da Season 2. Foi só quando teve o Campeonato Mundial da Season 2 que eu pensei: “beleza, gostei disso, vamo entrar”, queria até ser jogador profissional primeiro e comecei a jogar rankeds.

É, muita gente tem esse sonho mesmo. Se você pudesse voltar no tempo agora para o momento em que você instalou o LoL pela primeira vez, o que diria a si mesmo?

Iria simplesmente jogar dia e noite até ficar bom nesse negócio. Eu sei o que eu preciso fazer pra ficar bom, eu vou realmente aprender. Mas pra falar a verdade eu não mudaria nada.

Sem arrependimentos, então?

Não, tudo foi um aprendizado.

Entendo. Qual foi a sua primeira experiência no e-Sport? Não necessariamente como coach, pode ser outra coisa relacionada à área.

Eu fazia vídeos pro Youtube, comecei em Janeiro. Jornalismo, conteúdo… meu primeiro vídeo foi uma entrevista com o Thorin, um jornalista de e-Sports. Eu queria fazer algo para entrar na área, já tinha escrito para um site chamado in2lol antes, mas na verdade foi só pra ver se curtia. Acabou que não tive tempo por causa da escola e tudo o mais. Mas agora em Janeiro decidi: “beleza, vou entrar nisso.” Mandei o tweet pra ele (Thorin) e ele aceitou. Aí deu uma louca, dei uma de fangirl: “cara, ele realmente quer fazer isso, eu não tenho a menor ideia do que eu tou fazendo!” Foi a partir daí que eu decidi ficar. Antes disso eu já tinha ido para a Gamescom em 2013, já que eu moro razoavelmente perto. Eu vi os jogos lá… acho que foi Evil Geniuses vs Fnatic, foi muito legal! Tipo assim, você tem que imaginar: a área do League of Legends era pequena e tava LOTADO! Ninguém conseguia passar por lá! Tava uma atmosfera bem legal. Mas mesmo assim: o público alemão não se compara ao público brasileiro…

Somos mais emotivos, explosivos, né?

É! Muito! O pessoal aqui é muito tímido. De todo jeito, foi muito legal. Em 2014 eu fui assistir Legacy vs Dark Passage, também na Gamescom e de novo foi muito bom! Em 2015 eu não fui porque era mais Battlefield e eu não gosto muito… mas o Santos se deu bem, né? O Santos Dexterity, ficaram com o segundo lugar…

Sim, quase ganharam!

Pois é. E assim foram os meus primeiros contatos na área.

Interessante! Mas falando do Santos Dex, eu acho que foi até por conta desse time de Battlefield que o Santos quis fechar essa parceria, o que você acha?

Ahn… eu acho que não, pra falar a verdade. Eu acho que o time de League of Legends deles é razoável, tem futuro. Eles têm um grande nome na mid lane, foi um bom negócio. O bom é que eles tão pegando gente nova, gente que ainda não tá muito na área, pra criar talentos. Isso que a gente tá precisando na área brasileira, em geral na área europeia e na americana também. Acho bom que o pessoal no Brasil tá tentando pegar as caras novas, não o pessoal que já tá famoso, que já tá bom em relação aos outros brasileiros.

É, porque vamos ter que fazer uma renovação no cenário. Quando esse pessoal que já tá consolidado for se aposentando vai ter que entrar uma galera nova. Inclusive a CNB falou há pouco tempo que vai dar continuidade ao projeto “Preparando Campeões” com mais dois times. Eles vão anunciar essa semana agora como é que vai ser direitinho. Tou muito esperançoso em relação a esse projeto, espero que dê tudo certo.

Isso é ótimo! Isso é algo que a gente tá precisando em maneira geral aqui; é algo que só a Coreia e a China têm num bom nível. Também torço para que dê tudo certo.

Então: aqui no Brasil, o e-Sport ainda é relativamente novo, se comparado com regiões mais consolidadas como Coreia e etc… Quando um jovem brasileiro fala aos pais que quer ser jogador profissional, é capaz dos pais darem até risada. Eles não encaram como um trabalho. Como foi a reação dos seus familiares quando você se tornou um profissional?

Foi um caminho longo… meus pais não estavam gostando muito da ideia no começo. A primeira coisa que eles queriam era que eu não perdesse o foco nos estudos. Eu tava no meu último ano da escola, me preparando pro equivalente a ENEM na Alemanha. Essa era a coisa mais importante. Meus pais não estavam gostando muito da ideia porque eu estava investindo muito tempo: claro! Qualquer coisa que você faz você vai ter que investir tempo e eles não queriam mesmo que eu perdesse o foco nos estudos. E também não conheciam a coisa, é “algo de jogo” – e eles já eram contra eu jogar por tanto tempo, o que não ajudou muito no começo. Eles só começaram a apoiar mais quando eu treinei o time da EPS do kev1n e de um outro cara famoso na Alemanha, chamado “Sola”. Depois disso me convidaram pros estúdios alemães da Riot, oned fazem a transmissão da LCS em alemão, e eu fui lá por 4 dias com tudo pago. Isso há um mês, praticamente. Aí que meus pais começaram a me apoiar mais aindar: “beleza, você tá num nível alto, você tá sendo convidado para um show legal, é algo que você realmente quer fazer na sua vida.” Então começaram a me dar o suporte… e já que eu conhecia os caras, eu fui fazer uma entrevista com o chefe, o manager da Dexterity, sobre a parceria com o Santos. E meu pai é santista, aí ele começou a se interessar e realmente foi atrás, viu tudo o que ele conseguia achar, viu de verdade como tá o negócio de dinheiro, como os números estão crescendo. Agora eu posso falar que eles tão do meu lado, tão dando um suporte legal, tão muito felizes de eu tar indo pro Brasil agora pro Wildcard, tão realmente gostando. Só que eles ainda falam: “ó, não perca a visão do que você quer fazer da sua vida. Isso pode ser algo que você gosta e tudo, mas se o seu sonho é ainda fazer algo a mais, não perca ele de vista, corra atrás e faz acontecer. Eu não quero que você pare, seja fiel a você mesmo.”

Eles estão de parabéns! Essa visão que eles têm é muito importante, não só para o crescimento do e-Sport, mas também para o seu crescimento pessoal. Se mais pais pensassem assim, tenho certeza de que o cenário como um todo se desenvolveria muito! Mas e aí, o que você daria de conselho para um jovem que, como você, quer se tornar um coach de e-Sports?

Então, eu comecei a escrever muitos artigos e a fazer conteúdo pro Youtube. Tem um site internacional chamado Goldper10, que você só precisa fazer uma conta e você pode escrever, botar o seu conteúdo lá. É o que eu falo: quer começar como coach? Pega um time X, Y, pode ser qualquer elo, não importa. E simplesmente vai fazer seu trabalho. Escreva artigos sobre o jogo, vai se especializando no jogo, e vá aprendendo na prática. Eu só comecei a dar coach por causa de uma aposta com um amigo. Ele falou assim: “se eu chegar no Master Tier”, você vai fazer um time pra mim.” Eu topei, eu sabia que ele ia conseguir porque o cara era muito bom. E ele conseguiu. Aí beleza, montei o time, tinha arranjado um coach, mas o cara nunca apareceu pro treino. Então eu fiz o coach. Assim eu fui aprendendo, não tinha a menor noção, eu era muito ruim no jogo nessa época. Fui assistir VODs, assistia muita Coreia, falava bastante com outras pessoas. Fiz um podcast com outros caras da área, coaches e analistas, incluindo o analista da paiN, RNG, o John, que foi muito legal… Várias outras pessoas que hoje posso chamar de amigas, eu conheci por causa do site, desses podcasts, desses conteúdos que eu fiz com eles. O que eu falo pra todo mundo hoje em dia é: faz o seu trabalho, manda pra alguém, deixa verem, recebe a crítica e melhora. E depois vai mandando pro mundo. Joga o seu nome pra fora. Faz um networking decente e você vai conseguir. Eu não fiz diferente e agora tou crescendo. Se você tivesse perguntado uns dois minutos atrás quem eu era, ninguém ia saber. Agora tá tudo diferente e foi porque eu fui atrás, continuei a melhorar e fui procurando as oportunidades. Não deixei elas virem, eu fui atrás. É isso o que as pessoas têm que aprender a fazer. Simplesmente jogam o conteúdo e não fazem mais nada. O mais importante é fazer os contatos e criar as próprias oportunidades.

Excelente! E quantas horas diárias você dedica ao seu trabalho, em média?

O máximo que eu consigo. No momento isso dá provavelmente umas dez horas por dia. Mesmo eu não fazendo algo com o time, eu assisto bastante League of Legends, de várias regiões. Agora enquanto a gente faz a entrevista eu tou assistindo Fnatic vs UOL pela semifinal da LCS EU, hahah. Essa noite eu mal dormi porque eu queria muito assistir o jogo da LGD vs EDG e eu acabei dormindo assistindo. Então, é, hahah… eu realmente sou muito dedicado, quero dar o meu melhor, dar um bom show. Quero preparar o meu time o melhor possível então tou fazendo o máximo que eu posso. Não só assistindo VODs de preparação da paiN ou da Hard Random, mas de várias outras regiões, pra realmente ter umas novas ideias.

É realmente o caminho… mas e então: você mora na Alemanha e seu time na América Latina, uma distância muito grande entre vocês. Isso afeta de alguma forma os treinamentos?

Sim, porque é muito mais difícil eu não estando lá e treinando. Eu posso falar uma coisa mas não sei se realmente estão fazendo, esse é o primeiro problema. Depois vem o fuso horário. O primeiro time que eu treinei foi um americano, eram nove horas de diferença, foi muito mais pesado. Agora com o Chile são cinco horas, ainda dá. No horário de verão dá umas três horas, é menos pior, dá pra fazer. Assim, se o negócio vale a pena, se você realmente gosta do que tá fazendo, você vai conseguir fazer. Não tem desculpa. Se você ama o que faz, se o pessoal com quem você trabalha valoriza o seu trabalho – e tão realmente dando valor ao meu – é muito bom. Mas eu com certeza teria um melhor tempo de treino se eu estivesse com eles, o que no momento não é possível.

Entendo… e tem também a comunicação com o time. Como vocês fazem em relação ao idioma? Conseguem usar a ponte entre seu português e o espanhol deles ou vocês acabam indo pro inglês?

Então, às vezes até tento puxar um portunhol da vida, mas é um pouco difícil, como você com certeza sabe. A gente entende um pouco mais do espanhol deles do que eles do nosso português. Mas minha sorte é que tirando o nosso ADC Matías (Whitelotus), o resto fala muito bem em inglês e quando o Matías não entende alguém traduz, a gente arranja um jeito! Não tem frescura, eu realmente tento falar um portunhol e talvez eu até aprenda um pouco mais de espanhol um dia, vamo ver! Mas tá dando certo. Qualquer coisa o nosso manager R4ver ajuda, ele fala português. Tá muito bom pra mim em termos de idioma, não tenho como reclamar.

Que bom, então! Mas quando você chegou ao time? As informações que eu tenho dizem que foi dia 8 de Agosto, confere?

Não, foram duas semanas antes. Eu te contei que eu tava em Berlim, lá nos estúdios. Quando eu voltei de lá eu fui para Hamburgo para ver um negócio de uma universidade. E quando voltei dessa viagem, recebi uma resposta de um contato que eu tinha tentado antes com a KLG. Me ofereceram a chance de treiná-los e aceitei. Trabalhei com eles por umas duas semanas como tryout, antes do México. Eles gostaram e decidiram que eu seria o técnico. Mas foi decidido praticamente na semana antes do torneio, que foi quando a gente falou sobre isso.

KLG - Equipe - Foto

Então mesmo com pouco tempo de trabalho tem um pouco da sua mão nesse título da KLG?

Com certeza! Em pouco tempo eles conseguiram aprender muita coisa comigo. O que eu gosto de falar é: “o céu é o limite, a paiN é só outra etapa”, hahahah! Tou realmente curtindo, tou com muita vontade de enfrentar a paiN em São Paulo – e também no Chile. Vão ser jogos muito bons, a gente vai aprender muito com eles. Vai ser divertido pra todo mundo assistindo e também pra gente jogando. Tivemos a sorte de poder ter treinado com a paiN para a final do CBLoL, eles são muito bons, têm uma boa ética de trabalho… posso falar feliz que também sou fã da paiN. Tou feliz de ter a chance de jogar contra eles nesse evento internacional.

Se eu não fosse fã da paiN eu estaria torcendo pra você, mas não dá… hahahahah!

Hahahahah! Então terei que lutar contra meus fãs! Eu não vou deixar a paiN ganhar fácil – se ganhar.

O importante é botar um bom show, como você mesmo fala.

Bem isso! Eu tou lá para assistir um bom League of Legends e me divertir bastante.

É isso o que todos nós queremos! Agora é uma pergunta um pouco invasiva, mas como será a preparação do time? Você vai focar mais em scrims? Theorycrafting? Na parte psicológica? A paiN teve acompanhamento psicológico e isso e deu muito certo… em que você vai focar?

Já que faltam duas semanas agora e semana que vem eu tou indo pro Brasil com o resto do time, nós vamos treinar, tentar fazer o máximo de scrims possível. É claro que um monte de theorycrafting também, já tou preparando ideias nessa semana inteira, vendo o que que paiN e Hard Random jogaram, o que podem usar contra a gente… tou me preparando bem. Vou usar essa semana de scrims pra testar tudo e ver nosso plano. A gente tá bem confiante que vai dar tudo certo, vamos dar nosso melhor.

Que bom! Como você compararia o nível individual dos seus jogadores em relação aos da paiN?

Acho que está bem similar. A vantagem da paiN é que eles têm mais experiência internacional e mais experiência em geral também, porque provavelmente jogam há mais tempo. Mas acho que a diferença em si é pouca, que individualmente estamos bem parecidos.

E com a Hard Random? Também vê essa paridade?

Eu não acho que o individual da Hard Random seja algo que faça eles serem mais fracos, mas em geral o jogo deles em time é menos avançado que o nosso. Pode ser algo de estilo também.

Eles são muito agressivos…

É, bem isso. Querem lutar o tempo inteiro.

Sim, muitas vezes sem objetivo nenhum com as lutas, só lutar por lutar…

É bem isso. Aqui a gente joga com mais foco nos objetivos. Acho que a gente tenta aplicar mais o jogo coreano do que eles em geral. Mas eles têm um próprio estilo que não é ruim. É só a gente aprender a jogar contra eles.

Tá certo. Qual lane você acha que terá mais dificuldades de enfrentar, tanto da paiN quanto da Hard Random?

Da paiN eu acho que vai ser o Kami… não que eu ache que o Mylon ou o brTT não sejam bons, mas eu acho que se tem alguém que pode fazer a diferença, é o Kami. Ele é alguém que você tem que sempre se preparar, pois ele pode trazer uma surpresa.

Sim… e se ele pegar aquele Viktor dele, o jogo complica… hahah…

Olha, eu acho que não vou deixar, não, hahahaha… eu não vou deixar ele jogar só Viktor não, mas espera aí… você tá querendo saber demais! Hahahah!

Spoiler: ban no Viktor! Hahahahah! Mas então… vocês demonstraram um bom controle de objetivos nos jogos contra a Lyon. Fizeram mais dragões em todos os jogos, até no que vocês perderam. A paiN também tem tido um foco excelente nos dragões nos últimos jogos deles. Você enxerga aí um dos possíveis destaques para os jogos contra a paiN?

Com certeza… eu não vou explicar muito porque se não eu estaria dando um pouco de informação de mais, não só nossa mas sobre o que eu sei da paiN, então vou ficar quieto. Mas eu acho que sim, que vai ser um ponto bem decisivo das séries.

Ok! Qual o time que você enxerga tendo uma preparação mais forte para o IWC, entre os três?

Olha, acho que todo mundo vai se preparar o máximo possível. A Hard Random tava jogando um torneio chamado LoL Battle Arena contra times turcos, europeus e também russos. A paiN tá vindo direto das finais do CBLoL. Eles têm um bom staff de coaching, vêm fazendo um bom trabalho. E a gente também vai se preparar o máximo possível, vários amigos e colegas estão me ajudando, estão me dando um bom suporte, uma boa força na preparação, então acho que a gente vai conseguir ter uma boa preparação e os dois outros times também. Quem conseguir se preparar melhor vai para a final.

Qual time você acha que é mais forte em cada fase de jogo: early, mid e late game?

Olha, eu tenho que falar: estou confiante que meu time tem uma chance, mas a paiN é a favorita. Eles estão, sim, jogando melhor no momento. Os adversários deles no Brasil são melhores do que os nossos aqui no LAS (Latin America South) e que os adversários lá da Hard Random na Rússia. Acho que por isso a paiN tá em geral melhor. Mas realmente tou bem confiante, acho que a gente pode dar uma boa luta à paiN e tirar um jogo deles.

Eu acredito que vocês chegam com relativa tranquilidade à final do Chile, mas acho que a paiN leva… apesar de torcer para que você consiga bons resultados.

Olha, não quero falar cedo demais, mas a gente estaria jogando em casa, então teria o fator da torcida do nosso lado, isso pode favorecer a gente.

É, a INTZ simplesmente apagou quando os turcos gritaram…

Então. Vai ser interessante, vamos falar assim.

Acha que dá para explorar bem a extrema agressividade do time russo?

Com certeza. Eu já tava falando com o Melão quando ele me convidou para as análises da Hard Random… eu acho que é fácil explorar isso. O motivo deles terem vencido a final não foi porque jogaram bem, mas porque erraram menos e a Dolphins explorou menos os erros da Hard Random do que a Hard Random explorou os da Dolphins. Então com certeza vai ser algo que a gente e paiN podemos fazer contra eles.

O Kira merece o apelido de “Kalec russo”?

Com certeza, o cara é muito agressivo…

Aquele famoso dash pra frente!

E isso nem foi o pior: quando ele estava jogando de Vladmir, estava na segunda torre do mid adversário enquanto ainda não tinha derrubado a primeira. E tava tentando lutar contra dois!

E ele não morria! Era impressionante!

Não, ele não morreu! A Dolphins bobeou. Foi impressionante aquilo…

Acha que se a paiN conquistar a vaga para o Mundial e fizer bonito lá, digamos, saindo da fase de grupos, o Brasil terá chances de conseguir uma vaga direta e/ou duas vagas, com o segundo colocado do CBLoL indo para o IWC?

Olha, acho que não vai precisar disso para ter uma vaga… o cenário brasileiro tá tão grande que ele merece. Não só por causa dos fãs: tem os times e a estrutura pra ter ser uma região maior. INTZ e paiN com certeza tão jogando um nível decente de League of Legends, que pode tirar algum jogo de time europeu e americano. Claro que sem ser a Fnatic! Hahahah… O Brasil tá tão grande que merece ser uma “major region”, como se fala, e ter pelo menos uma vaga direta. Mas a segunda vaga eu acho que ainda não vai dar. A Riot vai ter que dar um rework nesse sistema em geral, eles têm que investir nessas áreas mais novas como a LATAM e a Oceania, porque agora só quem tá se dando bem nos Wildcards é a Turquia e o Brasil.

Bom, Alexandre, eu adorei conversar contigo mas preciso encerrar por aqui. Eu gostaria de agradecer imensamente pela sua boa vontade, pela simpatia e pela disponibilidade de vir aqui dar essa entrevista. Espero que você consiga o segundo lugar no IWC, maaas que você vá longe nessa empreitada como coach!  Você gostaria de deixar uma mensagem ao público brasileiro e aos seus fãs?

Então, eu agradeço ao apoio de todos, aos fãs e claro ao R4ver e à KLG por essa chance única. Agradeço pelo carinho que o pessoal demonstrou muito por mim quando eles viram que eu sou técnico da KLG, brasileiro e morando na Alemanha. O pessoal se interessou e o Melão me convidou para o show dele. Muito obrigado pelo apoio, espero que não me abandonem porque eu estou aqui para ficar! Eu vou continuar trazendo conteúdo pro Youtube, então me sigam no Facebook, Youtube, Twitter, que sempre que eu tiver tempo vou mandar um vídeo, talvez um artigo. Muito obrigado a todos pelo carinho e também a você pela entrevista.

Então é isso! Um abraço, Alexandre! Tchau!

Um abraço! Tchau!

Kaos Latin Gamers - Foto

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