O lema dos caçadores de Relic Hunters Legend, jogo brasileiro da Rogue Snail já disponível em acesso antecipado no Steam, é: “Salvar o passado para proteger o futuro!”, em uma missão rebelde e antissistêmica de combate ao vilão e ditador Duque Ducan. Publicado pela Gearbox, da série Borderlands, o jogo é também um looter shooter, mas com o DNA do nosso país em cada cenário, animação e personagem.
Conteúdo caprichado
Já nesse acesso antecipado é possível jogar com cinco caçadores diferentes: Pinky, Seven, Raf, Ace e Jimmy. O grupo é bem diverso, contando até com um burro (o animal mesmo) como piloto e membro da pancadaria durante as missões.
Cada um destes personagens tem habilidades e uma história própria, diferenciando-os tanto em narrativa como em jogabilidade. Aqui começa uma das partes mais legais do jogo, que é o conteúdo recheado. Há um modo história para um jogador, nos moldes de um RPG oriental, onde é possível caçar o vilão e descobrir mais sobre cada personagem. À medida em que vai avançando, o jogador pode escolher quais atributos melhorar, habilidades para moldar o seu personagem em várias árvores diferentes e, claro, muitos equipamentos, que são liberados ao derrotar capangas. Essa liberdade para moldar a jogabilidade prende e vicia, como falaremos já já.
A parte visual da campanha também é um baita ponto positivo. Há animações de altíssimo nível criadas pelo Copa Studio, responsáveis pela animação Irmão do Jorel, com narração e dublagens igualmente competentes, dando muita personalidade a todos os personagens e vilões. Com esse nível de polimento, fica bem mais fácil se identificar com cada personagem e entender as suas motivações, além de se divertir bastante, já que o tom cômico e leve da narrativa, mesmo quando trata de temas sérios, carrega bem a jornada.
Há várias referências ao Brasil no jogo, claro, desde cenários como o Mercado Secreto e pontos de fases específicas, até frases dos próprios personagens na narrativa. Há referências também a temas políticos recentes do nosso país, mesmo que em forma mais metafórica, o que levanta discussões relevantes sobre os eventos recentes que marcaram tanta gente.
Jogabilidade viciante
Já a jogabilidade é uma evolução completa do que vem sendo desenvolvido na Rogue Snail desde Relic Hunters Zero, de 2014. O combate é fluido e muito frenético, exigindo domínio das habilidades do personagem e de suas armas para se dar bem contra as ondas de inimigos em cada missão.
As missões, aliás, são divididas por níveis de equipamento e o jogador precisa coletar armaduras e armas melhores para conseguir jogar algumas delas. Mesmo com essas restrições, o jogo balanceia bem o conteúdo disponível e você nunca fica com a sensação de precisar repetir coisas demais para chegar aonde quer. A progressão é natural e gostosa de se jogar.
É aqui que jogar com os amigos acaba sendo o modo mais divertido de aproveitar o jogo. Embora seja perfeitamente jogável sozinho, Relic Hunters brilha mesmo é quando se combina os personagens para aproveitar da sinergia que suas habilidades possuem. Tanto é verdade que a própria Rogue Snail já está preparando mais variedade de caçadores para adicionar ao jogo quando o lançamento final for feito.
Também é aqui que entra um ponto negativo do jogo, mas que, ao menos, tem prazo para ser corrigido. Os servidores disponíveis em acesso antecipado estão localizados apenas fora do Brasil, mais especificamente na América do Norte e Ásia. Isso resulta em alguns problemas de ping, mas depende bastante da distância que seus amigos estão de você. Quem joga com amigos da mesma cidade, ou na mesma casa, não vão sentir praticamente nenhum atraso na resposta dos comandos, mas com amigos mais distantes a jogatina pode ficar um pouco menos fluida.
Conclusão
Mesmo em acesso antecipado, Relic Hunters Legend entrega um conteúdo caprichado. O destaque fica para a jogabilidade fluida e frenética, mas outros elementos como as cutscenes e a campanha para um jogador também chamam muito a atenção. Vale a pena já experimentar ou ficar de olho para pegar assim que a versão final for lançada.
