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Análise | SNK Gals’ Fighters traz nostalgia do Neo Geo Pocket para o Switch

Este é o ano em que comemoramos 30 anos do lançamento do Neo Geo, a família de vídeo games e arcades da SNK que fez um bom sucesso nos anos 90. Para celebrar a data, a SNK está lançando para o Nintendo Switch ports de diversos jogos que saíram nesta época de ouro.

Um desses lançamentos é o simples mas muito bonitinho SNK Gals’ Fighters. O jogo foi originalmente lançando para o Neo Geo Pocket há 20 anos e coloca as principais lutadoras da empresa para competir em um torneio chamado The Queen of Fighters. Pegou a referência?

Gráficos nostálgicos

A versão de SNK Gals’ Fighters do Nintendo Switch não é um remaster ou um remake, é um port direto do Neo Geo Pocket. Isso significa que a resolução da telinha é bem pequena e que não dá para esticar o quadro para o tamanho das TVs modernas, nem mesmo para as dimensões da própria telinha do Switch. A saída foi colocar uma moldura no formato do Neo Geo Pocket em torno do quadrinho onde rola a pancadaria, o que foi uma saída nostálgica e criativa.

É possível trocar o modelo do Neo Geo Pocket na tela, com várias opções dentro do próprio jogo. O ponto negativo fica na falta de animação. É uma imagem estática que teria ficado bem mais legal se animasse o apertar de botões e uso do analógico enquanto o jogador dá os comandos no Switch.

Para dar a possibilidade do jogador escolher como quer jogar, é possível dar um zoom na tela.  Da até para preencher toda ela só com o quadro do jogo, mas fica tudo meio esticadão e não tão legal de se jogar. Vai do gosto de cada um.

Por ser um port direto, toda a magia da arte em pixels da época foi mantida. Cada personagem tem uma paleta de cores própria para se diferenciar do adversário e dos cenários. Já as animações de especiais e os menus clássicos dão toda aquela nostalgia necessária para o título e vão trazer lembranças muito boas para os jogadores da época.

Se você quer ir ainda mais fundo nas lembranças, é possível ativar um modo de scanlines, que simula aquelas linhas formadas pelos monitores e telas antigas. É um nível de cuidado muito bem vindo para aqueles que são fãs de longa data da franquia.

Jogabilidade simples e divertida

A jogabilidade do SNK Gals’ Fighters é bem mais simples que a do colosso dos arcades, The King of Fighters. Por conta do próprio Neo Geo Pocket, o jogo de pancadaria das garotas conta com apenas dois botões para fazer os combos com socos e chutes. Pode parecer pouco, mas há uma série de combinações que podem ser feitas com cada personagem e há opções de counter, reversal e muito mais.

Para utilizar ataques especiais é preciso combinar os botões de soco e chute com os direcionais. Cada personagem tem os seus próprios golpes e um especial poderoso que pode ser utilizado após preencher uma barra na parte inferior da tela.

São oito lutadoras disponíveis, com mais três desbloqueáveis dentro do próprio jogo. Um elenco para lá de competente se considerarmos a idade do jogo. Não custaria ter algumas adições novas para o Switch, mas por ser um port direto talvez não tenha sido possível.

Os itens, que são uma marca do jogo e podem ser conseguidos ao completar o modo história, também estão de volta. Há 16 deles no total, com várias utilidades, desde diminuir a barra de especial do inimigo até fazer com que ela preencha mais devagar. Esse sistema foi criado para dar um pouco mais de estratégia nas lutas e funciona bem aqui.

Conteúdo datado

Um dos problemas do SNK Gals’ Fighters está no próprio conteúdo, que sofre por ser um jogo antigo. Jogos modernos de luta contam com um modo história mais parrudo, multiplayer online e vários modos extras, enquanto que aqui há muito menos para se explorar.

O modo história é bem simples, com sete lutas em formato arcade e um final sem complexidade após derrotar a temida “Miss X”. O que te motiva a jogar mais é a coleção de itens e as personagens extras para desbloquear, mas não rende tantas horas de jogo quanto deveria.

A dificuldade aqui é bem tranquila. É possível escolher de uma a cinco estrelas, mas mesmo nos níveis mais altos quem já tem experiência com jogos de luta não deve sofrer. O chato é que a máquina vai defender praticamente tudo que é especial, o que exige um pouco de paciência.

O modo multiplayer é apenas local, o que é decepcionante e talvez seja mais uma implicação de ser um port direto do Neo Geo Pocket. É possível cada jogador utilizar um Joy-Con para lutar, mas nesse modo a tela fica muito pequena no portátil, sendo melhor utilizar o dock e uma TV maior.

Por fim há um modo treino para quem quer tentar dominar os especiais de cada personagem e seus combos, algo que é mais que bem vindo para quem não é veterano da franquia.

Conclusão

SNK Gals’ Fighters é uma ótima opção para quem busca um jogo nostálgico, com pancadaria simples mas muito divertida. O elenco de lutadoras da SNK faz bonito e a arte clássica com a borda do Neo Geo Pocket é um deleita para os veteranos. Por ser um port direto, o jogo não recebeu novos conteúdos, o que deixa ele bem inferior nesse aspecto se comparado aos jogos atuais. O multiplayer é apenas local, o que também é um pouco decepcionante, mas não deixa de ser divertido e recomendado para os amantes de jogos de luta.

Pros

  • Visual clássico e nostálgico
  • Combate simples mas divertido
  • Várias opções de customização da tela

Contras

  • Multiplayer apenas local
  • Conteúdo pouco interessante e aquém dos jogos mais modernos

Nota: 8,0

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