Os jogos piratas, especialmente os “made in china”, faziam parte da cultura “videogamelística” dos anos 80/90, tendo o seu grande apogeu na mais notória guerra dos videogames: Mega Drive vs Super Nintendo. Naquela época já havia jogos multiplataforma, mas os games exclusivos eram o que faziam realmente a diferença e claro, que dividia os gamemaníacos (os espertos, como eu, tinham os dois consoles) e geravam discussões que perduram até os dias de hoje!
E apesar dos istasde cada lado jamais confessarem, é claro que surgia uma pontinha de inveja naquele game exclusivo que estava bombando no concorrente. E assim, graças aos “pirateiros”, tivemos pérolas como “Sonic 4” e “Tekken” no Super Nintendo, e “Donkey Kong Country” e “Super Mario Bros” no Mega Drive. Infelizmente a qualidade desses games eram, em sua maioria, duvidosas, ficando muito aquém da capacidade de que os consoles podiam realmente oferecer. De vez em quando algum ou outro surpreendia, como é o caso do RPG “Brave Battle Saga: Legend of the Magic Warrior” ou “Shui Hu Feng Yun Zhuan” para Mega Drive.
Assim, eis que temos um dos maiores clássicos do SNES, “Super Mario World“, convertido para o Mega Drive. O game, batizado de “Super Mario World 64“, não me perguntem porque diabos desse 64 aí, já circulava em formato físico no mercado negro, mas era bastante raro e difícil de se conseguir. Parece que agora um manolo ae conseguiu converter o bichão para formato ROM, ou seja, agora possível para se jogar em emuladores, para a alegria do povão que ficou curioso.
A primeira vista, o jogo até impressiona, apresentando visuais praticamente idênticos aos do Super Nintendo, com bom uso de animações e cores, e uma jogabilidade bem aceitável, apesar de mais lenta do que o original (não souberam aproveitar o processador do MD, que era bem mais veloz do que do SNES). O famoso encanador pode pular, girar, correr e até voar com a sua capa, assim como no original.
Mas claro que há muita coisa faltando, para começar aqui não há o mapa central e nem o Yoshi, além disso possui apenas seis fases, e dois chefões. Os cenários, apesar de convertidos do SNES, foram modificados para aumentar, insanamente, a dificuldade do jogo. Se você for um expert em “Super Mario World“, pode conseguir zerá-lo em 20 minutos, caso contrário vai penar um pouco para passar as seis fases e os seus malucos desafios extras. E a jogabilidade, irritantemente lenta (terá sido de propósito?), também não ajuda muito na tarefa.
Mas se ele oferece bons visuais, o mesmo não acontece com a trilha sonora, horrível e irritante, com música ripadas dos jogos “Tale Spin” e “Jeopardy!“. O único tema que veio do SNES foi o da primeira fase, e ainda assim numa versão bem pobre e abaixo do que o Megão poderia oferecer (e olha que ela é a melhorzinha do jogo). Escute abaixo:
Super Mario World 64
Só abrindo um parênteses aqui com um tema que gera bastante discussão entre gamers mais antigos, realmente o SNES tinha um sistema de áudio mais arrojado que o Mega Drive, mas bons compositores conseguiam fazer maravilhas com o 16 Bits da Sega, e as vezes com temas musicais melhores do que no rival. Escutem abaixo o que um bom compositor pode fazer com o sistema de som do Mega Drive (também usando uma melodia de Super Mario World):
Super Mario World – Castle Theme (Mega Drive)
Os efeitos sonoros também estão uma merda, nenhum deles retirados do game original, o que deixa as coisas MUITOOO estranhas ao se jogar um game Mario (é como jogar Sonic sem os seus clássicos efeitos sonoros). Mas enfim, vale apenas para matar a curiosidade de como um jogo tão famoso ficaria no concorrente (há outros piratas de Mario por aí, mas esse é o melhorzinho deles que você vai encontrar), e certamente se ele fosse produzido pela própria Nintendo, “Super Mario World” para Mega Drive seria bem próximo ao do SNES.
Antes que perguntem, encontrar a ROM dele por aí é muito fácil (santo Google), assim como um bom emulador, para os que estiverem curiosos e quiserem dar uma espiadinha. E não esqueçam de deixar comentários sobre o que acharam desse bizarrésimo game!
