por Márcio Alexsandro Pacheco
A série “Darkstalkers” surgiu em meados dos anos 90 em pleno auge de outra franquia da Capcom: “Street Fighter”. A proposta da empresa era oferecer aos fãs de games de pancadaria algo diferente dos populares lutadores de rua, e então assim surgiu uma série de monstros e criaturas mitológicas quebrando o pau entre si. E graças aos belos visuais cartoons estilizados, e a boa mecânica de luta, personagens como Morrigan, Felicia, Pyron, Demitri, entre outros, caíram nas graças dos jogadores de fliperamas, e posteriormente no Saturn e no PlayStation.
Agora, já no final da atual geração, a Capcom resolve lançar uma compilação remasterizada com dois games da série: “Night Warriors: Darkstalkers’ Revenge” e “Darkstalkers 3“, ambos baseados em suas versões originais de arcade e disponíveis nas redes online do Ps3 e X360. E será que essa coletânea, “Darkstalkers Resurrection“, recebeu um trabalho refinado, ou é apenas mais um produto caça-níquel para arrancar dinheiro dos fãs?
Demônios saudosistas
Se você era um “rato de fliperama” nos anos 90, certamente se lembra de “Darkstalkers’ Revenge” (1995) e “Darkstalkers 3” (1997), ou ainda de versões caseiras para os consoles da época. E é justamente você, fã da série que quer relembrar os dias gloriosos, que a coletânea é recomendada. Produzido pela Iron Galaxy Studios, a mesma do pacote “Marvel vs Capcom: Origins“, a proposta de “Resurrection” é oferecer os dois games da série completamente idênticos aos fliperamas, com os mesmos visuais e animações, porém contendo vários tipos de filtros para que possa ser exibido em alta resolução, ou ainda na tela original, com barras laterais simulando o gabinete dos arcades.
Não espere aqui um tratamento refinado, com personagens/cenários reconstruídos ou novas animações, os gráficos receberam apenas uma “maquiada” para serem adaptados aos novos consoles, mas basicamente são idênticos aos originais, ou seja, um nível de qualidade comparável ao primeiro PlayStation. O mesmo se aplica ao número de personagens disponíveis, trilha sonora, mecânica de luta, etc.
Certamente o grande destaque é a jogabilidade online, que ocorre sem problemas de travamentos, slowdowns ou loadings demorados, e é perfeitamente executada seja contra jogadores locais ou internacionais. Como “Darkstalkers 3” foi o mais recente e popular, suas salas são mais cheias e mais fáceis de encontrar oponentes, mas com um pouco de paciência também é possível combater online em “Darkstalkers‘ Revenge“.
Entre as novidades adicionadas temos um modo de desafios que desbloqueia itens da galeria de arte e alguns vídeos dos jogos. É possível também carregar vídeos de replays das lutas diretamente no YouTube, e dividir com a galera aquele quebra épico sem correr o risco de passar por “fanfarrão“.
A coletânea pode não ser o que os fãs estão esperando, um retorno triunfal da franquia com a qualidade no padrão dos videogames atuais (o tão aguardado “Darkstalkers 4”), mas enquanto isso não acontece, “Resurrection” pode ser uma boa maneira de ir esquentando os ânimos e encontrar boas horas de diversão e nostalgia. Personagens criativos e carismáticos, golpes especiais fora do comum e pancadaria 2D da melhor qualidade é o que você pode esperar encontrar neste pacote.
Conclusão: “Darkstalkers Resurrection” é uma simples remasterização e pode parecer antiquado para os jogadores que estão acostumados com os atuais games de luta. Mas se você quer apenas matar as saudades, ou ainda conhecer os games da franquia que serviram de base para muita coisa que encontramos no mercado hoje, vale a pena dar uma conferida, enquanto esperamos a Capcom fazer uma “ressurreição” que a famosa série demoníaca realmente mereça.
+ Dois games de pancadaria 2D clássicos em um pacote
+ Modo online funciona bem
+ Modo tutorial ensina as “Manhas”
– Faltou um refinamento melhor para atrair jogadores mais jovens
– Poucos recursos novos
