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O que fez o “Sonic 2: O Filme” ser tão bem-sucedido? | OPINIÃO

Filmes baseados em jogos têm má fama

Sonic 2: O Filme é um ponto fora da curva, já que a maioria dos longas baseados em jogos são considerados medianos ou muito ruins.

Como dito em um artigo anterior, os games que se baseiam nos filmes sofrem de uma maldição e tendem a ser um produto com qualidade abaixo da média, justamente porque eles surgem para promover o longa-metragem do cinema.

Curiosamente, o caminho inverso também sofre desta maldição, mas por outros motivos: os cineastas têm uma dificuldade imensa em adaptar os games para as telonas, provavelmente por se tratar de pessoas que não conhecem direito o mundo dos games, e eles acabam procurando entreter o público puramente pensando na linguagem cinematográfica que se distancia muito da linguagem videogamística.

O roteiro para “funcionar nos cinemas” acaba ficando  “viajado”, e muitas vezes acaba resultando em uma série como a do Resident Evil, que apesar de render filmes bem aceitos pelo público, eles pouco tem a ver com o universo dos games. Só pegam a Raccon City, zumbis e volta e meia algum personagem que no fundo não tem nada a ver (ou pouco a ver) com sua contraparte nos games.

E aí vem a pergunta do título: O que fez o “Sonic 2: O Filme” ser tão bem-sucedido? Com tantos fãs pelo mundo dizendo que essa é a “melhor adaptação dos games para as telonas”?

Creio que o grande trunfo de Sonic 2 é conseguir ser um filme divertido, mesmo que dentro de uma formulinha que funciona para o cinema, mas respeitando o universo dos games. Diferente de outras adaptações, o Sonic que vemos nas telonas é praticamente o mesmo que vemos nos games ou quadrinhos, e o mesmo vale para os outros personagens, mesmo que eles tenham alguns traços novos e um backstory diferente.

O Dr.Robotnik, interpretado pelo excelente Jim Carrey, consegue ser o vilão dos games, mesmo que o ator em si seja magro e faça alguns trejeitos que o deixem singular. Consegue introduzir novidades no personagem sem descaracterizá-lo. Parece que todos os personagens foram muito bem estudados para serem adaptados para o longa.

Além disso, todo o fanservice colocado dentro do filme com as inúmeras referências aos games e desenhos animados entram de modo orgânico e funcionam como parte da história, não soando forçado em nenhum momento. Provável que numa das cenas que toca o celular vai encher os espectadores de sorrisos, ou outra em que o Sonic está em baixo da água também.

Sonic 2: O Filme também não tem a pretensão de ser inovador ou revolucionar a indústria, mas ele cumpre muito bem sua proposta: entreter o público. É uma nova encarnação da série Sonic, com todas as adaptações que um filme precisa ter, mas tendo a essência do que faz os jogos, os quadrinhos e alguns dos desenhos animados serem legais: um roteiro ágil, divertido, com bastante ação, momentos de humor, e até mesmo algumas lágrimas.

A equipe que adaptou o Sonic para as telonas visivelmente conhece o universo do personagem, provavelmente estudou bem os fãs, e soube exatamente o que estava fazendo. O azulão não foi descaracterizado, e talvez seja isso que falte para os longas que se baseiam em games.

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