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Análise | Destroy All Humans! 2 – Reprobed tem belos gráficos e defeitos do passado

A discussão em torno do que é remaster ou remake e como se deve avaliar cada um deles será eterna. Destroy All Humans! 2: Reprobed, é mais um a adicionar lenha nessa fogueira, já que traz gráficos super modernos para um jogo da era do PS2, mas sem nenhuma alteração em sua estrutura base, com seus maiores defeitos ainda evidentes.

Gráficos são o destaque

Lançado apenas para a nova geração, os visuais chamam bastante a atenção. Crypto, o alienígena protagonista do jogo, conta com um modelo incrivelmente detalhado, cheio de texturas em alta resolução e interações com as luzes do cenário. Suas armas receberam o mesmo tratamento e contam com vários efeitos legais ao serem utilizadas.

Os locais que Crypto visita em Destroy All Humans 2 são pequenos mundos abertos em vários locais do globo. Estados Unidos, Reino Unido e Japão são alguns exemplos. Embora a estrutura seja bem simples e com pouca coisa a se fazer além de causar o caos com sua nave e armas, fica o destaque para a parte visual. Cada local foi refeito com muito cuidado utilizando tecnologias modernas, como iluminação realista, densidade alta de humanos, veículos transitando, e efeitos que chamam a atenção quando rola destruição massiva dos edifícios em combate, tornando a experiência bem satisfatória.

As animações não acompanharam tanto essa parte visual, uma vez que continuam sendo feitas sem captura de movimento e com pouco detalhamento nas expressões faciais. Nos diálogos entre os personagens isso fica bem evidente e mesmo o aspecto mais estilizado da direção artística ajuda a esconder o aspecto de boneco de plástico de todos os envolvidos na história. Mesmo assim, é uma questão pequena frente às melhorias visuais, que engrandecem bastante um remaster.

Defeitos continuam

Se por um lado a parte visual recebeu melhorias consideráveis que adaptaram o jogo aos tempos modernos, por outro a jogabilidade e história continuam estagnados no início dos anos 2000, valendo lembrar que essa já era uma continuação bem comedida. Se comparada com o primeiro jogo da série, evoluiu muito pouco e fez apenas algumas adições ou mudanças de locais no globo para Crypto continuar realizando as mesmas coisas.

O loop ainda é divertido. Causar estrago com sua nave, melhorar seu arsenal e coletar cérebros de forma frenética continua interessante nas primeiras horas. Com o tempo, o jogo acaba perdendo gás, uma vez que as missões são extremamente repetitivas e voltadas apenas para o combate. Sem muito desafio, uma vez que o jogo é bem fácil mesmo nos modos mais difíceis, quem já jogou o anterior vai acabar sem muita vontade de continuar, a não ser que queira concluir os desafios extras de missões. Talvez se tivessem limitado mais algumas habilidades ou aumentado o número de inimigos mais poderosos em combate, como os que possuem escudo, a experiência teria ficado mais desafiadora e o combate menos repetitivo por obrigar a variar mais. 

A história também já parece bem datada. Logo na abertura do jogo, os desenvolvedores já avisam que a trama foi feita originalmente para uma outra época e nada foi modificado, o que pode não agradar o pessoal que nasceu e cresceu nos dias atuais. Embora o principal motivo do aviso seja para a presença de piadas consideradas ofensivas atualmente e a sexualização de algumas personagens, o que mais pesa são as referências que se perderam no tempo, às quais não farão sentido para os mais jovens. Há várias piadinhas com artistas e personalidades da época em momentos específicos, por exemplo, que muita gente nem se lembra mais. No fim são poucas as situações em que se esboça um sorriso em um jogo voltado para o humor, o que é uma tremenda decepção.

Conclusão

Destroy All Humans! 2: Reprobed é um remaster competente e traz o visual do jogo para os tempos modernos com um belo lançamento para os consoles de nova geração e PC, mas isso não é o suficiente. Embora ainda divertido em alguns momentos, o material de origem já tinha poucas novidades em relação ao seu antecessor, com sua história e jogabilidade ficando datadas. A repetição e a falta de desafio logo cansam e esse acaba sendo apenas um passatempo descompromissado para quem já gostava bastante da série e estava com saudades.

Prós

  • Gráficos totalmente refeitos, que ficaram belíssimos mesmo comparados com jogos atuais
  • Armas e habilidades continuam divertidas de se usar

Contras

  • Falta de desafio e repetição do combate deixam o jogo cansativo
  • A maioria das piadas e referências já não fazem muito sentido 
  • Poucas opções de atividades nas cidades

Nota: 7,0/10,0

Uma cópia do jogo para PS5 foi fornecida pela THQ Nordic para a elaboração desta análise

 

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