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Análise | Final Fantasy Pixel Remaster é coletânea essencial para amantes de RPG

Final Fantasy é uma das franquias mais longevas dos games, com títulos lançados constantemente desde 1987. É tanto tempo e jogos, que há até diferenças geracionais entre fãs, o que faz com que amantes dos jogos atuais da saga muitas vezes sequer tenham experimentado os primeiros. Pixel Remaster chega para corrigir isso de uma vez por todas.

Visual convincente

Já disponível para PS4, PC e Switch, Pixel Remaster é uma coleção dos clássicos da era de ouro do Final Fantasy. O pacote conta com conteúdo extenso, incluindo os seis primeiros jogos numerados da franquia, cobrindo os principais lançamentos para o NES e SNES no final dos anos 80 e durante os anos 90.

Vários desses jogos já ganharam relançamentos para outras plataformas, principalmente nos videogames portáteis da Sony e da Nintendo, mas é a primeira vez que todos eles vêm em conjunto e com tanto foco em atingir toda uma nova leva de jogadores.

A primeira boa notícia é que os visuais estão além do aceitável, sendo realmente um ponto alto. Embora os sprites dos personagens não sejam tão detalhados quanto nas versões feitas para o PSP, por exemplo, estão muito mais próximos dos jogos originais que daquelas versões bizarras que foram lançadas para celulares, onde a magia da pixel art foi jogada para escanteio. Os pixels aqui são visíveis, cenários e personagens são detalhados e foram refeitos pensando na capacidade das TVs atuais. Mesmo em painéis 4K os jogos ficam belíssimos e há até um filtro que simula os efeitos das TVs CRTs antigas para os mais nostálgicos.

A fonte dos textos – duramente criticada quando a versão de PC dessa coletânea foi lançada no ano passado – agora conta com uma opção “pixelada”, que não destoa do visual e se aproxima mais das versões clássicas também. É uma pena que o espaçamento entre as letras, o chamado Kerning, não foi bem feito e a legibilidade às vezes fica prejudicada por isso. Como toda a história aqui é contada por texto – agora até com localização completa para o nosso português – é essencial que mesmo pequenos detalhes como esse sejam levados em conta.

No geral, tudo tem um ar de melhorado sem ter perdido a essência, o que geralmente é o objetivo de um bom remaster ou remake. Efeitos especiais das magias, trilha sonora, navegação pelos mapas e, claro, a performance. No PS5, onde jogamos a versão para PS4, a performance é excelente e fluida, o que não parece ser o caso da versão do Switch no momento, que deve receber atualizações em breve.

Qualidade de vida é prioridade

As chamadas melhorias de qualidade de vida são mudanças feitas em remasters e remakes que trazem opções para os jogadores passarem menos perrengue com mecânicas que podem ser consideradas datadas ou então corrigir problemas no design original. Aqui elas estão presentes aos montes e são muito bem vindas.

A primeira delas é a possibilidade de desligar totalmente os encontros aleatórios. As gerações atuais têm pouca vivência com combates por turnos e tende a achá-los entediantes, especialmente na quantidade de batalhas nos calabouços de jogos desta época. Dá para desligá-los por um tempo e habilitar de novo quando quiser, apertando apenas um botão, o que vai acabar caindo nas graças até de veteranos, como aconteceu comigo.

Outra novidade que ajuda a passar mais rápido por partes menos divertidas é a possibilidade de acelerar o movimento do personagem. Funciona apenas nos calabouços, mas é uma mão na roda, especialmente nos jogos da era do NES, onde o design das áreas era menos inspirado e mais repetitivo. Usando essas duas opções somente, dá para terminar o primeiro Final Fantasy em pouco mais de 10 horas, um baita atrativo para a molecada que está esperando ansiosamente por Final Fantasy XVI e gostaria de conhecer as origens da franquia.

Outros incrementos que visam novos jogadores incluem a opção de trilha sonora orquestrada em vez das clássicas em 8 ou 16 bits, salvamento automático – essa talvez a melhor opção moderna-, movimentação na diagonal para os primeiros jogos, ataques direcionados automaticamente no caso do inimigo morrer, mini mapa e mapa mundi, troféus separados para cada jogo no PlayStation, e mais.

Preço salgado

Com todas essas melhorias e a quantidade de conteúdo, essas versões se tornam poderosas para atingir todo um novo público e mostrar como Final Fantasy é especial. No entanto, há um impeditivo grande no momento, especialmente no nosso país: o preço. Na PSN e na eShop, a coletânea em sua versão para consoles sai por assombrosos R$ 374,50, valor impraticável para a maior parte dos gamers brasileiros.

Por mais legal que os jogos sejam e a atenção dada ao Brasil com a localização para o nosso idioma, faltou uma atenção maior com a regionalização dos valores e, no momento, o mais sensato acaba sendo esperar por uma boa promoção.

Conclusão

Final Fantasy Pixel Remaster é uma coleção poderosa, que conta com versões acima da média para os clássicos desta saga tão querida pelos jogadores. O visual é um ponto alto, as melhorias de qualidade de vida agregam e as pequenas mudanças na jogabilidade vem para somar sem perder a essência dos originais. Indispensável para fãs de RPG de todas as idades e gerações.

Prós

  • Pixel Art convincente e próxima do original
  • Trilha sonora orquestrada é incrível
  • Muitas melhorias de qualidade de vida que são atrativas para novos jogadores
  • Localização completa em português brasileiro

Contras

  • Preço muito elevado no Brasil
  • Faltam alguns conteúdos extras de outras versões
  • Fonte dos textos melhorou, mas ainda tem problemas

Nota: 8,5/10,0

Uma cópia da coletânea para PS4 foi fornecida pela Square Enix para a elaboração desta análise.

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