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Análise | Shantae and the Seven Sirens diverte, apesar de ser fácil demais

A WayForward está nadando de braçadas com o sucesso de seus lançamentos mais recentes, um deles sendo Shantae and the Seven Sirens, mais novo jogo da maior franquia do estúdio, que já conta com cinco títulos. Embora o game esteja disponível já faz algum tempo para iPhone, com a parte 1 lançada em setembro de 2019 e a parte 2 em março deste ano, apenas no fim de maio ele chegou aos consoles e PC.

Logo de cara podemos perceber que trata-se do Shantae mais ambicioso até agora feito pela WayForward, com uma introdução animada feita pelo Studio Trigger, do desenho Little Witch Academia, dando uma cara nunca antes vista para Scuttle Town, lar da protagonista.

Nova ameaça

Na história, Shantae and the Seven Sirens colocam nossa heroína em uma luta para enfrentar as terríveis Sirens, em uma ilha aparentemente pacata onde seus amigos e ela decidiram tirar umas férias.

Os principais personagens da série estão presentes, incluindo Bolo, Sky, Tio Mimic, Rottytops e até mesmo a famigerada pirata Risky Boots, que embora não seja a antagonista da vez, tem papel de destaque na história, havendo muitos encontros entre Shantae e ela.

Além das Sirens, há outras estreias na franquia no que diz respeito aos personagens, com a inclusão de quatro novas Meia-Gênias, que tem papel fundamental na trama. Há mais novidades nesse segmento, mas não detalharei a respeito para não estragar a surpresa.

A história é interessante e conta com várias cutscenes animadas durante os momentos mais importantes, algo inédito na série. Os diálogos são engraçados, como é de característica dos jogos com a marca Shantae. Há suporte para textos e interface em português brasileiro, mas há muitos erros na tradução de certas coisas nos diálogos, o que me fez optar por jogar em inglês após algumas horas. Entretanto, se você relevar isso, pode aproveitar o jogo em nosso idioma.

Bonito e leve

Graficamente, Shantae and the Seven Sirens não mostra muita evolução em relação à Half-Genie Hero, mesmo porque nem há muita necessidade disso, já que os visuais já eram belíssimos, com ótimas animações e personagens feitos à mão, e tudo isso foi mantido aqui.

Além disso, o jogo é extremamente leve. Não tive qualquer dificuldade em rodar em 4K nativo e 60 fps na minha RTX 2070S, que sequer suou, nem precisando ligar os coolers para garantir a refrigeração adequada, conseguindo dar conta do recado apenas usando o dissipador. Por causa disso, trata-se de um jogo que pode ser jogado adequadamente em uma vasta quantidade de computadores e também nos consoles.

Jogabilidade é boa, mas faltaram algumas coisinhas

Durante a aventura em Shantae and the Seven Sirens, você irá obter melhorias que lhe concederão novas habilidades, necessárias para atingir certos objetivos ou ganhar acesso a locais antes inalcançáveis.

São diversas habilidades, incluindo novas transformações para Shantae e também danças que servem para revelar segredos escondidos no cenário, recuperar sua vida e atacar inimigos. O uso correto de todas elas é essencial para descobrir tudo que o jogo tem de escondido.

As magias tradicionais de Shantae também estão de volta, acompanhadas de um sistema de cartas que concedem poderes passivos para ela. Estas cartas caem aleatoriamente dos monstros ao serem mortos e ao juntar um certo número delas, consegue equipar o poder especial que elas oferecem.

O design de nível é no estilo metroidvania, onde as seções da ilha são vários mapas interligados, com exceção daqueles onde os chefes habitam, que são mapas separados dos demais.

Eu senti falta de marcadores para serem colocados nos mapas, para que eu pudesse me recordar de certos lugares que não podia acessar em um determinado momento, mas conseguia fazê-lo depois de algum tempo, graças à obtenção de uma nova habilidade. Isso acaba fazendo você ter de explorar um mesmo local várias vezes.

A ausência de pulo duplo durante a maior parte do jogo também me deixou um tanto desapontado, pois esta é uma mecânica que prezo muito em jogos deste tipo. Perto do final do game, que dura cerca de 8 horas, você obtém o pulo triplo, o que me fez indagar o que levou a WayForward a conceber o design apenas para pulo triplo e não também para pulo duplo. Talvez a resposta seja o fato de que o jogo foi feito primeiramente para mobile.

A dificuldade também não me agradou, sendo este o Shantae mais fácil de toda a franquia, sem nenhuma dúvida. Em momento algum tive problemas, seja contra inimigos comuns ou chefes, havendo uma abundante quantidade de pontos de salvamento, diversos itens de cura e reposição de magia, e dinheiro de sobra para comprar tudo que está disponível nas lojas, muitas horas antes de terminar o jogo. Novamente, a razão para tanta facilidade pode ser pelo motivo do game ter sido desenvolvido inicialmente para dispositivos móveis e não para consoles e PC.

Conclusão

Shantae and the Seven Sirens é um ótimo jogo de aventura e plataforma, que qualquer fã do gênero vai adorar jogar, mas que peca por ser demasiadamente fácil e ter algumas decisões de design questionáveis, talvez por ter sido concebido como um jogo mobile. Apesar disso, recomendo e muito a compra, especialmente se você gosta desta franquia.

Prós

+ Bonito e roda incrivelmente bem
+ Boa jogabilidade
+ História engraçada e com surpresas
+ Novos personagens são ótimos
+ Cutscenes animadas dão um toque a mais

Contras

– Desafio quase nulo
– Algumas decisões questionáveis no design
– Muitos erros na tradução em português brasileiro

NOTA – 8,0

Uma cópia do jogo para PC (Steam) foi fornecida pela WayForward para elaboração desta análise

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