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Bubsy: relembre os games do mascote que prometeu demais e entregou de menos

Virou um clássico dos anos 90 pelos motivos errados

Após o grande sucesso do Sonic, as desenvolvedoras começaram a apostar em mascotes para representarem suas empresas e com a extinta Accolade não foi diferente. Com uma campanha de marketing bem agressiva antes do lançamento, as revistas da época diziam que o Bubsy seria “um novo mascote a altura do azulão e do Super Mario”, sendo que a revista EGM o nomeou como o “personagem mais esperado de 1993”.

Gráficos bonitos, cores bem distribuídas, um personagem com muita atitude e bem animado, alta velocidade, e a fórmula de correr e pular que praticamente todo jogador dos anos de 1990 tanto amava. Tinha tudo para dar certo, mas por que não deu?

BUBSY I – QUANDO A FÓRMULA DO SUCESSO É MAL EXECUTADA

A ideia por trás do Bubsy veio do designer Michael Berlyn, que anteriormente havia feito games com temáticas mais sérias de aponte e clique e no futuro ficaria conhecido pela série Syphon Filter. Berlyn declarou na época que ficou viciado no primeiro Sonic the Hedgehog e que jogou o game, em média, 14 horas por dia ao longo de uma semana. Vendo o sucesso do ouriço, ele quis replicar algo do gênero com a Accolade e o desenvolvimento do game que viria a ser o Bubsy se iniciou no final de 1991.

Inicialmente foi planejado para ser lançado no Mega Drive em 1992, mas por questões contratuais com a SEGA, a aventura do gato antropomórfico teve que ser adiada e só “viu a luz do dia” em 1993, chegando primeiro no Super Nintendo e depois na concorrência.

Segundo o diretor John Skeel, o objetivo era que o jogo fosse rápido como o Sonic, mas tendo a variedade dos jogos do Mario, sendo fácil de entender e difícil de masterizar. Já o personagem em foi inspirado no Pernalonga e no Patolino, mas tendo a atitude marrenta tipica do azulão. Em dezembro de 1992, os desenvolvedores resolveram chamar algumas crianças para testarem o jogo em seus estúdios, oferecendo pizzas e refrigerantes, e elas sugeriram que o game deveria ter mais passagens secretas, vindo daí a ideia dos tubos em baixo da água na primeira fase.

Pela alta expectativa do público e da mídia, o game quando lançado recebeu notas excelentes das revistas, minimizando os erros e valorizando muito a diversão, chegando a ganhar diversos prêmios no ano de 1993. No entanto, os problemas do primeiro Bubsy acabaram ficando evidentes no médio e longo prazo, e hoje em dia ele é considerado mediano para ruim de modo praticamente unânime, especialmente pelo alto nível de dificuldade não proposital, level design confuso e falta de coesão entre as fases. O consenso é de que as ideias foram boas, mas a execução foi ruim.

BUBSY II – FEITO POR UMA EQUIPE QUE NÃO ENTENDIA NADA DO PERSONAGEM

A Accolade estava tão confiante do sucesso do personagem que, mesmo antes do lançamento do primeiro game, eles já planejaram o segundo. No entanto, a equipe de desenvolvimento foi diferente, sendo que este título não teve nenhum envolvimento do Michael Berlyn e, posteriormente, ele criticou duramente o jogo dizendo que este foi o responsável por “matar a franquia”.

Em uma entrevista ao SEGA-16, Berlyn diz: “As escolhas da Accolade em desenvolver o Bubsy II com a equipe que eles escolheram foi um erro que praticamente o enterrou… Bubsy II falha miseralmente com o personagem. Foi feito por pessoas que, não importa o quão talentosas e interessadas estiveram, não entenderam a proposta do jogo original”.

O game foi lançado em 1994 e, assim como o primeiro, foi bem recebido na época e, surpreendemente, as análises atuais são menos agressivas quando comparado ao antecessor. Ainda é considerado mediano, mas uma evolução.

ENTERRANDO DE VEZ A FRANQUIA

Ainda em 94, o estúdio Imagitec Design fez um game chamado “Bubsy in Fractured Furry Tales” para o Atari Jaguar. Assim como os dois anteriores, foi elogiado pelos gráficos e músicas, mas criticado pelos péssimos controles, level design questionável e a falta de personalidade do Bubsy. Não se sabe o número de vendas, mas meses após seu lançamento, o game só tinha vendido 9.000 cópias.

Já em 1996 veio o Bubsy 3D para o primeiro PlayStation, sendo este considerado um dos piores jogos de plataforma 3D de todos os tempos. Os controles são ruins, os visuais são ruins e absolutamente nada funciona, aparecendo frequentemente nas listas de piores jogos de todos os tempos.

TENTATIVA DE REVIVÊ-LO EM 2017 E 2019

Com a onda de jogos retrôs iniciadas com o New Super Mario Bros, os desenvolvedores da Black Forest Games resolveram comprar os direitos do personagem e lançaram um game com visuais de ponta e jogabilidade clássica. Mesmo apostando na nostalgia e tentando reviver um personagem com potencial, o lançamento de Bubsy The Woolies Strike Back foi universalmente mal recebido.

Por fim, em 2019 o Bubsy recebeu seu último jogo, o Paws on Fire, sendo novamente um 2.5D, só que dessa vez as fases têm scroll automático (andam sozinhas). Este foi considerado mediano e repetitivo pela maioria, mas é um dos mais bem avaliados do gato antropomórfico.

MAS OS JOGOS SÃO TÃO RUINS ASSIM? UMA OPINIÃO

Apesar dos games virem por equipes diferentes e em épocas diferentes, todos eles padecem do mesmo mal: não são divertidos graças a jogabilidade. Os dois primeiros, por exemplo, são muito bonitos para a época de seus lançamentos, mas têm inimigos mal posicionados, chefes injustamente difíceis e praticamente qualquer coisinha que encosta no Bubsy tira uma vida. Fora que no longo prazo o personagem acabou passando por “cópia barata do Sonic”, tentando ser tão legal quanto o azulão, mas não chegando “nem perto”.

Do que adianta o jogo ser veloz se você não consegue correr? Já que se o fizer, virá um inimigo na sua frente que vai te tirar uma vida. Fora o level design confuso onde ficamos facilmente perdidos e, no fim, a experiência mais frustra do que diverte. Bubsy é um mascote que guardamos como uma piada que todos adoramos.

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