Análises

Toren

Um passo maior que a perna

Antes de mais nada, quero deixar bem claro que sou fã das grandes obras do Team ICO, Shadow of the Colossus e ICO. Para mim estão no rol dos jogos que nunca morrerão, não importando quanto tempo tenha se passado.

O fato de gostar desses jogos me chamou a atenção em Toren. Nele, você é a Criança da Lua e tem a missão de escalar uma torre, chamada Toren (daí o nome do jogo) para encontrar o seu destino ao enfrentar um terrível dragão. Ele é o antagonista da história, complementada por outros dois personagens: o mago e o cavaleiro do sol.

Durante a jornada, a protagonista precisa encarar diversos desafios para que possa amadurecer usando a experiência ganha com a vida e, enfim, derrotar o dragão que impede que ela saia de dentro da torre.

A história não apenas parece, como é interessante. O problema é que ela não foi muito bem explorada. Os períodos de tempo da Criança da Lua, da sua infância até idade adulta passam rápido demais, dando uma impressão de que poderiam ter sido melhor elaborados.

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Sua missão é enfrentar um terrível dragão

O jogo é claramente inspirado em ICO dado seu visual, mas infelizmente passa bem longe de sua grandiosidade. Toren é um jogo muito linear, que ainda te pega pela mão quase que o tempo inteiro. Lembro do imenso castelo existente em ICO, diversos lugares a serem explorados, quebra-cabeças muito interessantes e bem elaborados. Nada disso existe em Toren. Você anda quase que o tempo todo dentro e em volta da torre (que apenas aparenta ser grande) enquanto a árvore dentro dela cresce junto com a Criança da Lua.

Em alguns momentos você usará relicários que o levarão a outros cenários, longe da torre. Neles serão necessários que você complete quebra-cabeças, que quase o tempo todo envolverão você jogando sal em um símbolo no chão, que revelarão um pouco mais da história. Existem raros momentos onde essa mesmice é quebrada, ao, por exemplo, ter de pisar em símbolos no chão em uma determinada ordem, ou sacrificar um animal e até mesmo andar sobre pontes invisíveis. Mas nada complicado ou desafiante. Muito pelo contrário, é tudo bastante enfadonho. Você irá desejar nunca ter saído da torre.

A jogabilidade é bastante simples. Andar, pular, atacar e interagir. Você acha que irá lutar contra algo similar às criaturas das sombras encontradas em ICO? Nada disso. Além do dragão, só existem mais dois inimigos no jogo inteiro. Isso mesmo. Dois. E apenas um deles te ataca. Um monstro pequeno que tenta pular em você e, quando te agarra, necessita que você aperte repetidamente o botão do controle de modo a arremessá-lo para longe. O outro inimigo apenas anda vagarosamente de um lado para o outro, sem qualquer chance dele te matar a não ser que você queira. Recomendo fortemente o uso de um controle de Xbox para jogar no PC.

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Quebra-cabeças são chatos e sem criatividade

O único momento real que você usará sua espada quando a adquirir será nas ocasiões onde enfrentará o dragão. Ela o protege da habilidade dele de transformar tudo em pedra. Contudo, a parte empolgante de sua luta contra ele acontece apenas no final do jogo. E, vale ressaltar, é o melhor momento presente em Toren, pois é o único que exige um pouco mais por parte do jogador.

Claro que nem tudo em Toren é de se jogar fora. Os gráficos, apesar de conterem texturas simples, mostram uma boa direção de arte. A animação dos personagens também não é ruim. Eu acho até que esses aspectos poderiam ser melhores caso a produtora tivesse, quem sabe, mais recursos financeiros.

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Trilha sonora e direção de arte se destacam

O ponto mais forte do jogo, no entanto, é a trilha sonora. É ela que vai te carregar durante as quase duas horas que você vai levar para concluir a aventura. Um pouco menos que isso na verdade, terminei o jogo em uma hora e 40 minutos, incluindo créditos, além de apanhar quase todas as conquistas/troféus. O jogo inclusive, de forma indireta, pede para que você o termine mais uma vez, só que não existe razão para isso.

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