Análises

Castlevania Lords of Shadow: Ultimate Edition

Antes de tarde do que nunca, como se costuma dizer, não é mesmo? Demorou mas os jogadores exclusivos PC poderão ter a oportunidade de aproveitar a aventura em 3D da famosa série Castlevania. Mas será que ficou bom o porte ou fizeram de qualquer jeito?

Vamos por partes. O jogo se passa no século XI, ano de 1047. Deus abandonou a Terra e os Senhores da Sombra cobriram-na com o caos e a escuridão. Quem morre não pode ascender aos céus e fica presa no mundo mortal, perambulando como alma penada. Monstros e demônios vagam livremente, matando a todos sem compaixão.

Eis que aparece o protagonista, Gabriel Belmont, enviado pela Irmandade da Luz para acabar de uma vez por todas com este mal supremo que assolou a humanidade e fazer com que Deus volte a jogar sua graça divina na Terra. Ele não faz isso apenas por este motivo, mas também porque sua amada esposa Marie foi assassinada misteriosamente e não pode descansar em paz enquanto Gabriel não cumprir sua missão.

A história é um ponto muito forte neste capítulo da saga Castlevania. Vale lembrar que o sempre exaltado Hideo Kojima, criador da premiadíssima série Metal Gear, ajudou na produção. O enfoque neste aspecto foi levado muito a sério, e devo dizer que ainda bem que fizeram isso, pois a história não fica chata um instante sequer e sempre prende a atenção do jogador.

Ajudando nessa imersão estão vozes de atores e dubladores renomados, com menção especial para Patrick Stewart, conhecido por dezenas de filmes de sucesso. Ele empresta sua voz para o narrador e também para o personagem Zobek, companheiro de Gabriel na Irmandade da Luz. E para quem não entende bem inglês, o jogo está com menus, textos e legendas totalmente em português. A trilha sonora do jogo também possui um papel importante, tanto nos momentos de mais ação quanto nas horas que você está apenas andando pelo cenário tentando resolver um quebra-cabeça.

Vamos falar dos gráficos. Eu joguei a versão PS3 e a terminei três vezes quando o jogo foi lançado originalmente em 2010. Confesso que fiquei espantado com a qualidade visual deste jogo no computador. Eu usei uma configuração bem modesta, Phenom X6 3.2Ghz, 8GB DDR3 1333mhz e GeForce GTX 560Ti 1GB 256Bits. Com todas as opções de customização gráfica disponíveis no máximo, eu não tive um momento sequer do jogo rodando abaixo de 45 quadros por segundo, sendo que 90% do tempo ele rodou a sólidos 60 quadros. 

O visual deste jogo em 1080P me surpreendeu também. Locais como o Templo de Pã ou o Brejo Morto pareciam muito diferentes, tamanha a diferença nos gráficos em relação aos consoles graças ao uso de filtros. Algumas texturas você percebe que ficaram um pouco esticadas e estouradas mesmo porque não houve a troca de todas elas na conversão, mas no geral a melhoria gráfica é incrível. 

A jogabilidade de Gabriel é bem viciante. Você tem a sua disposição inicialmente uma corrente em forma de chicote, a famosa Vampire Killer, que usa para derrubar os inimigos e também as adagas de prata, muito eficazes contra lobisomens. Como era de se esperar, as lutas são muito frenéticas e requerem bastante habilidade do jogador para executar os combos e dar cabo rapidamente de qualquer ameaça. À medida que você progride na aventura, vai descobrindo novas armas e poderes que poderão ser combinados entre si para executar golpes ainda mais devastadores, como usar poderes da Luz e da Escuridão ou soltar esferas de poder dos inimigos ao executar golpes variados sem tomar dano. Não é necessário aprender todos os golpes e combos para se sair bem, a não ser que você esteja jogando no nível de dificuldade Paladino o qual você destrava terminando o jogo uma vez. Nele, somente aqueles que tiverem sucesso em dominar plenamente as diversas combinações de golpes de Gabriel conseguirão prevalecer. 

O jogo suporta completamente o controle de Xbox 360, assim como teclado e mouse. Eu recomendo fortemente que você jogue usando um controle, pois é muito, mas muito difícil controlar o personagem no teclado aqui. Claro que a decisão final cabe a você.

Durante as fases existem quebra-cabeças que você precisa resolver para seguir em frente. O jogo lhe dá a opção de resolver por conta própria ou então comprar a ajuda, para o caso de não estar dando conta disso sozinho. Porém, usufruindo este auxílio, você perde os pontos do quebra-cabeça que podem ser usados para comprar novas habilidades. Eu recomendo que você tente resolver eles por conta própria. Eles complementam bem a sua experiência e não são entediantes como acontece em alguns outros jogos. 

Os chefes e subchefes de Lords of Shadow são bem legais de se enfrentar. Todos tem uma estratégia para serem derrotados e assim que você a descobre fica tudo bem fácil. Mas não se deixe enganar, alguns deles são bem astutos e vão requerer que você esteja preparado se quiser vencê-los. 

Outra diferença que notei em relação à versão dos consoles além da melhoria gráfica é o tempo de loading no computador. Sem brincadeira, não dura nem cinco segundos até a fase carregar. O narrador mal tem tempo de contar a história de tão veloz que é. Contudo, infelizmente nem tudo são flores. As cutscenes não foram tocadas e continuam as mesmas da versão original. Você nota claramente a diferença quando elas começam a rodar. 

O último diferencial desta versão é a adição dos dois DLCs Reverie e Resurrection, que contam os acontecimentos seguintes ao final do jogo. Eles não adicionam muito, mas garantem mais algumas horas de jogatina para aqueles que querem se aventurar mais pela história de Gabriel. 

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, desabilite o Adblock para continuar acessando o site!