Especial (diversos)

Console para todos: a velha guarda dos games

Foi-se o tempo em que a idade definia postura, hábito e até mesmo gostos. Ainda que haja muitas barreiras a serem quebradas, cada vez mais vemos o que eram exceções se tornarem parte da normalidade. É assim também com os games. Por muito tempo rotulada como entretenimento para o público mais jovem, depois tornando-se igualmente “brincadeira de adulto”, a modalidade agora pode dizer que conquistou gerações mais maduras.

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Um público diferenciado

Os Millennials ainda representam uma grande fatia dos gamers que jogam diariamente, mais até do que a Geração Z. Porém, a representatividade de jogadores mais velhos é curiosa pelo seu comportamento. É o que divulgou o blog da ExpressVPN, mostrando que, ainda que joguem com menos frequência do que os Millennials, muitos indivíduos entre 46 e 55 anos, quando jogam, passam mais de 24 horas na frente do videogame em uma única sessão. Isso representa um total de 18% do grupo de entrevistados dessa faixa etária, contra 3% da Geração Z.

De onde vem o interesse?

O interesse pelos games não para. Uma pesquisa realizada em 2022 pela empresa Euromonitor apontou que os jogadores acima dos 60 anos já representavam 21% dos gamers no mundo. Tal contribuição se dá, em parte, graças ao acesso dessas pessoas à internet. A mesma pesquisa revelou que 82% possuem acesso a smartphones, o que vem contribuindo fortemente para a popularidade dos jogos.

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Além de diversão garantida, indivíduos de gerações mais experientes buscam atividades que os façam se sentir ativos, tanto física quanto mentalmente, e é isso que os jogos proporcionam. De acordo com um estudo científico publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (Procedimentos da Academia Nacional de Ciências dos EUA, em tradução livre), jogadores entre 70 e 80 anos de idade provaram realizar tarefas com a mesma eficiência cognitiva de pessoas até 50 anos mais jovens.

Pela possibilidade de manter o cérebro “jovem”, há também a forte aposta de que os jogos possam contribuir para a desaceleração de alguns quadros neurológicos. Uma pesquisa da Unifest com um grupo de idosos descobriu que compreender o jogo e o seu sentido funciona como uma peça importante para que essa população se mantenha interessada na atividade. Por isso, quanto menos abstrato o jogo, melhor é.  

Sem idade, sem fronteiras e em crescimento

Além de conquistar diversos públicos, os games se tornam universais pois permitem que pessoas do mundo todo se conectem e joguem juntas. Além desse importante aspecto, a modalidade precisa estar em constante atualização, uma vez que caminha de mãos dadas com a tecnologia. Isso faz com que nos perguntemos quais serão as próximas novidades.

Ao que tudo indica, o horizonte é infinito e além para a indústria dos jogos. No Brasil, segundo a Abragames (Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais), o crescimento foi de 169% em 2022, com abertura de novos estúdios e qualidade envolvida. A inclusão de jogadores mais velhos é apenas mais um dos felizes avanços da indústria.

Com tantas mudanças e reavaliações no campo das construções sociais, os gamers podem nos ensinar ainda mais sobre diversidade. Além do mais, a união da diversão e dos cuidados com a saúde resulta em um combo perfeito.

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