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Maze Runner, Divergente e a busca do próximo “Harry Potter”

Maze Runner - Poster Index

Com o sinal aberto do Telecine, aliado a uma tremenda dor de cabeça, decidi aproveitar que estava de molho no final de semana e assisti na sequência 2 dos exemplos de uma busca incessante e sem fim de Hollywood: os filmes baseados nos livros. Se antes a gente tinha exemplos razoáveis como o Entrevista com o Vampiro, foi com o Harry Potter e o Senhor dos Anéis que tivemos esse boom de adaptações. Mas quando o último filme estreou nos cinemas, antes do Hobbit a indústria cinematográfica já estava atrás do “próximo” Harry Potter, mas se não tiver um livro que faça jus ao nome a fama, os filmes irão pro mesmo caminho.

Por exemplo o Maze Runner. Em tradução literal é “corredor de labirinto”, que tem uma premissa inicial maneira, mas que falhou um pouco na execução. Temos um grupo de jovens vivendo sozinhos em uma espécie de clareira e rodeados de um labirinto mortal, onde a parte do dia é segura, e à noite não, e quem ficava preso no labirinto não sobrevivia para voltar e contar a estória no dia seguinte.

Então veio o Thomas, que é mais curioso e corajoso que os outros, e tudo começou a mudar, com ele entrando no labirinto com sentido autruísta, e sobrevivendo a uma noite, matando uma ameaça que paira às noites no labirinto. Depois aparece outra pessoa, e nesse caso vem uma mulher (e a única mulher no grupo), que conhece o Thomas e que gera tanto desconfiança entre os outros garotos, quanto mais curiosidade do Thomas, que quer logo sair do labirinto para saber o que tem depois dele.

The Maze Runner - 2014 - Foto do Elenco no Filme

A premissa seria bem maneira e a execução do filme convence, mas você já desconfia que tudo seria um experimento de alguém, e o final do filme tem bastante reviravoltas. Só que, por ser baseado em uma série de livros, então você não teria um final conclusivo, e com novo filme chegando em setembro, as coisas prometem mudar de figura (talvez né). Mas acho que se não fosse um experimento mental, a premissa do mundo seria bem mais interessante, instigando a se perguntar de “quem criou o labirinto, o porquê dele existir, entre outras coisas que se dariam bem na série Lost)

Divergente

Já o Divergente tem uma execução melhor, e que usa o sistema de castas da Índia como base da premissa atual do filme. Em um futuro distópico, a sociedade tem um sistema de facções, onde as pessoas não poderia mudar delas, e na adolescência, perto da vida adulta, é executado um teste para que os jovens descubram que aptidão eles tem, também dando a eles uma opção de escolha, e uma opção que irá mudar a vida da pessoa, e uma opção sem volta.

Divergente - Triss e Quatro

Mas para Beatrice Prior o teste revelou que ela é uma Divergente, que tem a mente que funciona de maneira diferente, e que representa um risco para a sociedade atual de facções. Ela é corajosa, altruísta e tem “mente aberta”, e com isso ela decidiu ir pra “Audácia”, que são a facção dos “policiais” e protetores da cidade.

Claro que ela começa a se destacar, mas descobre que a casta dos Eruditos (que se auto-intitulam os “mais inteligentes da vez”) está caçando os Divergentes, e com isso ela tem de esconder a sua condição em testes mentais de sobrevivência contra o medo, por ela “burlar” as regras da própria mente.

Em matéria de enredo o filme se provou bem melhor que o Maze Runner, e com o sucesso de vendas dos livros da série, o filme já ganhou a continuação “Insurgente”, e o último filme final da trilogia (C0nvergente) será dividido em 2 filmes, uma prática que se tornou comum em Hollywood tanto para ter adaptações mais fiéis, quanto para ter mais retorno comercial. Jogos Vorazes, Crepúsculo e Harry Potter tiveram essa estratégia, e tivemos 3 filmes do Hobbit, sendo que inicialmente teria apenas 2.

Divergente - Foto do Elenco

Hoje a indústria cinematográfica está ficando cada vez mais cara, e sempre com a visão “blockbuster”, que foi acentuada com os filmes da Marvel, que está ditando o rumo do “cinema-pipoca” dos próximos anos, com diversas adaptações e um universo que está ficando bastante coeso ser coeso e que irá se juntar nos filmes dos Vingadores. No caso dos livros, hoje um livro de ficção-ação que ganha sucesso já vira alvo do cinema, mas às vezes assistir um filme sempre cai de ter uma experiência inferior a dos livros por questões de tempo.

Só que hoje é difícil vermos um sucesso editorial como foi Harry Potter, com livros vendendo aos milhões em todo o mundo e eventos de lançamentos cheios de gente. Hoje diversos autores já pensam no público alvo mais jovem (não necessariamente de adolescentes) para tentar atingir a geração de leitores que cresceram com o Harry Potter.

Mas hoje muita gente acabou migrando de mídias, para os videogames e HQs, e hoje os filmes dos “Super-Heróis” são os preferidos da vez. Talvez o único concorrente de peso seria o Percy Jackson, mas aqui veio o inverso: os livros são maneiros, mas o primeiro filme falhou bastante na execução, e o segundo até que veio melhor. Só que como não tem planos de um terceiro filme, então a indústria está mais voltada para a série Jogos Vorazes, que se tornou o melhor sucesso comercial desde o Harry Potter.

E para ter um “novo Harry Potter” teria de ter um livro que consiga vender bastante e ter muito burburinho do público, e hoje o único livro que se encaixa mais nessas características é “Game of Thrones”, por conta do sucesso da série pela HBO, e que consegue ter uma adaptação melhor justamente por ser uma série de TV, e não condensar um livro de 600 páginas em 2 horas de duração.

Rodrigo Flausino

Editor de conteúdo do GameHall e do Select Game e desenvolvedor de softwares nas horas vagas. Meio ranzinza de vez em quando, mas é gente boa. Vivia reclamando. Gamer quase hardcore. Tem um PS3, um PlayStation 4 e um PC razoável que roda a maioria dos games atuais!

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