Análises

Senhor das Trevas

Se você tinha um Odyssey lá no início dos anos 80 certamente deve se lembrar do antológico “Attack of Timelord!“, ou como era mais conhecido por aqui, o sombrio “Senhor das Trevas“. O jogo foi lançado no Brasil pela Philips em 1983 e fez bastante sucesso com os brazucas, junto com outro clássico “Come-Come” (uma versão de Pac-Man para Odyssey, mas com algumas diferenças – pergunte lá para os seus véios se eles não conhecem, você pode se surpreender).

Pense numa época em que os videogames ainda estavam engatinhando, os gráficos eram muito limitados e o que os jogadores mais contavam era com a imaginação. Agora saca só a capa do game, toda futurista e psicodélica, a piazadinha dos anos 80 se borravam todos só de olhar pra ela, ainda mais com o sugestivo nome “Senhor das Trevas“. Todos ficavam imaginando como seria esse ser, e acredite, muitos perderam o sono por causa disso.

a capa psicodélica de Senhor das Trevas que despertava a imaginação da molecada oitentista

Isso que estamos apenas na capa ainda, pulemos agora para o manual, que tem uma descrição fantástica para te deixar no clima:

“Assim que você apertar o número 1 do teclado alfanumérico do console, você despertará a atenção do imortal Senhor das Trevas, do Caos e dos Tempos. Sua única defesa é um canhão laser de energia ilimitada montado no topo de sua máquina do tempo. Felizmente você tem quantidade ilimitada de energia para o laser. Você irá precisar!

A frota de naves do tempo do Senhor das Trevas irá bombardeá-lo com mísseis. Você marca pontos cada vez que destruir um míssil ou uma nave do tempo. Se você destruir todas as naves do tempo, o jogo irá passar automaticamente para o Segundo Nível. Um nível onde o Senhor das Trevas estará começando a levá-lo a sério. E se você escapar, passará para o Terceiro e posteriormente para o Quarto Nível, aumentando a qualidade dos ataques e novos armamentos, como minas antimatéria.

Você conseguiu o respeito do Senhor das Trevas, o que é uma graça muito duvidosa. Minas nucleônicas de tempo e aniquiladores tornarão as batalhas cada vez mais violentas. À medida que o jogador percorrer os 256 níveis do jogo, as naves do tempo ficarão cada vez mais velozes. O Senhor das Trevas irá combinar suas armas como um Mestre Enxadrista combina suas peças.”

o Senhor das Trevas te desafia com sua voz digital!

Sentiu o drama né? E assim começa o game, que não passa de um shooter espacial nos moldes de “Space Invaders” ou “Galaga“. Você comanda o seu canhão laser no fundo da tela, movendo-se apenas para os lados, enquanto a frota de naves inimiga vem em sua direção. A cada nível elas ficam em maior quantidade, mais rápidas e com  mais tiros, o que em 256 níveis vai complicar bastante a sua vida. As naves tem quatro tipos de armamentos: mísseis que voam em linha reta; minas de antimatéria, que seguem a nave do jogador; aniquiladores, que explodem no fundo da tela e tenta acertar o canhão espacial pelos lados e finalmente as minas nucleônicas, robôs que podem antecipar as ações humanas (esse são bem chatinhos).

shooter espacial oldschool

Os gráficos são mega simples, mas também não fazem falta nenhuma para o fator diversão e era bastante charmoso. O destaque mesmo fica com os sons de efeitos de tiros e explosões, em especial para as frases ditas pelo cabeção do Senhor das Trevas no início das fases, como “Attack and Destroy!”, “Destroy the Earthling” e “Seize this Planet!“, através do módulo sintetizador de voz, o que era bastante legal para a época. Por fim, o game ainda permitia ao jogador escrever seu nome para gravar a pontuação, o que sempre fazia os gamer jogarem novamente para superar os seus pontos.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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