Análises

Shadowgrounds

Shadowgrounds

Na década de 90, jogos de ação com visão superior acima do personagem (ao estilo GTA I e II) eram bem famosos, já que possibilitavam uma boa visão do campo de ação e permitia aos desenvolvedores colocar vários inimigos na tela, como em Rambo III para Mega Drive. Shadowgrounds revive a consagrada mecânica de jogo, trazendo um game de ação bem ao estilo “old school” com toques de suspense e terror.

10 shadowgrounds_27-04-2014

História fraca

Você é Wesley Tyler, um experiente mecânico contratado pela IGTO para manutenção de suas instalações de pesquisa, em Ganymede, que é o principal satélite natural de Júpiter; em outras palavras, é a lua de Júpiter. Durante um trabalho de rotina em que Tyler está fazendo reparos em um dos veículos da companhia, há um problema nos geradores e as instalações perdem a energia. Tyler, juntamente com outros dois funcionários vão até os geradores para verificar o problema e lá se separam para descobrir o motivo da queda de energia. Ao reparar o problema, Tyler perde sinal de rádio com os demais funcionários, e ao explorar um pouco mais o local encontra corpos do pessoal responsável pela manutenção dos geradores. A partir desse momento, Tyler encontra uma pistola ao passo que é atacado por alienígenas, e assim começa a história do experiente mecânico na luta pela sobrevivência contra uma invasão alienígena.

Clichê e sem muitos atrativos, é assim que podemos definir a história do game. Não há nada de novo nem de mirabolante na trama, os diálogos não são muito inspiradores e ficam em uma zona de segurança, apresentando fatos novos e descobertas à medida que o jogador progride na aventura, sem nenhum tipo de reviravolta ou mistérios maiores. No geral, é bacana acompanhar a história, mas ela pode ser ignorada sem prejudicar muito a jogatina, já que está lá somente para servir de pretexto para atirar em centenas de aliens.

 

Jogatina divertida

Se a história é fraca o jogo compensa com uma boa campanha single-player, com vários tipos de missões e muita ação, pontuados com um bom sistema de evolução de armas. A câmera com visão superior casa muito bem com a proposta do jogo, onde o jogador precisará estar sempre atento ao radar e na tela para não ser pego despreparado pelas hordas de inimigos e nem ser flanqueado, já que não é incomum aliens saírem dos cantos escuros para atacar o jogador pelas costas. Alias, há uma boa variedade de inimigos que possuem comportamentos distintos, com alguns que se escondem da luz da lanterna de Tyler, outros que possuem armamentos pesados e até mesmo um bem criativo, que somente é visível caso use a lanterna neles e mesmo assim não é possível vê-los claramente.

O jogo também se esforça para tentar evitar cair na repetição, com muitas missões e objetivos distintos, tais como reparar equipamentos diversos, escoltar cientistas, proteger pontos de evacuações de civis, e até mesmo uma missão bem bacana, onde é preciso chegar a uma instalação secreta da IGTO por um caminho perigoso e cheio de alienígenas, com ajuda de seus companheiros que usam canhões de autocalibre para auxilia-lo a alcançar seu destino.

Outro ponto de destaque é o equipamento, que conta com várias armas, desde as pistolas e rifles clássicos a armas lasers e lança-chamas, sendo que é possível evoluir todas essas armas com itens deixados ao abater os aliens, conferindo melhor eficiência e ações secundárias para todas elas, como por exemplo, o lança-chamas onde é possível jogar gasolina no chão e atear fogo para criar verdadeiras armadilhas para os diferentes inimigos do game.

Ainda há um modo cooperativo para até 4 jogadores (somente local, então, arrume pelo menos três controles para se divertir com seus amigos), onde é possível atravessar toda a campanha principal com seus amigos. No geral, Shadowgrounds apresenta uma campanha relativamente longa, divertida e com um bom nível de desafio nas dificuldades maiores.

 

Gráficos bacanas

O game da Frozenbyte conta com um bom trabalho técnico. Os gráficos são bonitos, com cenários cheios de detalhes, seja com equipamentos e computadores a corpos mutilados e muito sangue espalhado pelo chão. A modelagem dos inimigos é bem feita e todos eles são bem diversificados, apesar de lembrarem alienígenas de obras famosas, como Quake e Alien. Os modelos humanos são bem feitos também, com uma gama boa de detalhes, porém as animações são meio travadas e não são muito convincentes, mal que não sofrem os inimigos, com animações mais realistas e bem feitas. Os cenários possuem boas texturas e os efeitos são muito bonitos, principalmente os efeitos de sombra e luz, que são bem trabalhados além da chuva, que é bacana, com raios iluminando locais escuros. Os efeitos das armas, fogo e água também possuem boa qualidade. Um dos pontos negativos em relação aos gráficos fica por conta das cenas de corte, que muda a visão da câmera revelando pontos dos cenários mais pobres e animações toscas o que mostra um pouco de falta de capricho e refinamento.

A parte sonora tem seus altos e baixos, com alienígenas possuindo sons bem característicos e próprios, apesar de alguns não emitirem praticamente nenhum ruído. Os efeitos de explosão, tiros, sons de chuva e tudo mais são bem trabalhados e convincentes. Já a dublagem é fraca e é um dos fatores que influenciam o jogador a não prestar atenção na história, por ter diálogos monótonos e sem muita emoção por parte dos dubladores.

A trilha sonora é condizente com a qualidade do título, revezando-se em músicas com batidas eletrônicas, teclado e sons de guitarra e bateria (algumas até lembram de longe Duke Nukem), com ritmos distintos que casam com o que esta acontecendo na telinha.

 

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